Breve história da lei da inércia
Antes de começarmos nosso estudo a respeito do movimento, vamos analisar o seguinte questionamento: é necessária a ação de uma força para manter um movimento?
Em situações em que é necessário mover algum objeto (como, por exemplo, uma mesa, uma cadeira, um sofá etc.), temos que fazer um esforço muscular para mover esses objetos. Na Física, a ideia de esforço está ligada ao conceito de força.
Por exemplo, é necessário aplicar uma força sobre uma mesa para que ela se movimente. Isso pode ser feito arrastando-a pela sala. Mas percebemos que para que não cesse o movimento, a força deve ser aplicada durante todo o movimento, pois, caso paremos de exercer tal força, veremos que a mesa cessa seu movimento.
Quando corremos acontece a mesma coisa. Para manter nossa velocidade, precisamos da força muscular de nossas pernas o tempo todo. Se pararmos de empurrar o chão, ele para de nos empurrar e, assim, paramos de nos mover. Muitas situações como essas sugerem que a aplicação contínua de uma força é necessária para manter um objeto em movimento.
De acordo com o filósofo Aristóteles, quando a força deixa de atuar sobre um corpo (objeto), imediatamente ele volta ao seu estado inicial, ou seja, ao repouso. E você concorda com a afirmação do filósofo Aristóteles? Caso não concorde, é capaz de se lembrar de um exemplo de objeto em movimento que permaneça assim após o fim da aplicação da força que provocou o seu movimento?
Você está correndo muito quando, de repente, se depara com um amigo, que, andando distraidamente em sua direção, para bem na sua frente. Para evitar a colisão, basta você parar de fazer força com suas pernas? E quando você, jogando sinuca, dá uma tacada na bola, ela para imediatamente após o contato com o taco ou continua se movendo por algum tempo? Pense em outras situações semelhantes.
Podemos dizer que muito tempo passou até que se admitisse que poderia haver movimento mesmo sem uma força estar atuando sobre o objeto. Foi Galileu Galilei, que, através de diversos experimentos, contribuiu decisivamente para refutar a visão que o filósofo Aristóteles apresentava sobre o movimento. Porém, foi Isaac Newton que, com base nas idealizações de Galileu, formulou o Princípio da Inércia, que, em sua homenagem, conhecemos hoje como Primeira Lei de Newton.