Cânions

Os cânions são formações naturais que levaram milhares de anos para serem formadas e são resultado da ação dos agentes de transformação do relevo.
Grand Cânion, EUA, o cânion mais conhecido do mundo

Os cânions são formas de relevo que apresentam vales profundos, abrangendo grandes áreas e exibindo belas paisagens com exuberantes morfologias geológicas. No mundo, existem inúmeros cânions conhecidos pelo homem, sendo o mais famoso o Grand Cânion, localizado no estado do Arizona, nos Estados Unidos.

Como se formam os cânions?

Os cânions, apesar de constituírem uma paisagem aparentemente impactante, formam-se a partir de um lento processo de transformação geomorfológica do extrato superficial da Terra. Trata-se, basicamente, da combinação dos agentes endógenos e exógenos de transformação do relevo. Esses últimos são os mais preponderantes em seu processo constitutivo.

Para entender a formação dos cânions, primeiro é preciso compreender a importância da água na modelagem do relevo, dos solos e das rochas. Por onde a água corre, ficam as marcas; onde a água bate, as rochas desgastam-se e transformam-se em pequenas partículas, os sedimentos, a exemplo da areia da praia ou a poeira. Vale lembrar que esse processo é muito lento, levando milhares de anos para efetuar-se.

É como diz o ditado: “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura!”. O que acontece, no caso dos cânions, é que a água dos rios vai lentamente desgastando a superfície e abrindo um “buraco” por onde ela passa. Com o tempo, esse “buraco grande” transforma-se em um vale, que vai ficando cada vez mais profundo, formando os cânions.

Nas Ciências da Terra, chamamos isso de erosão geológica, pois leva um tempo geologicamente grande para concretizar-se, além de ser um processo natural sem a intervenção humana.

Mas é somente a água dos rios a responsável pela formação dos cânions?

Não. Como dissemos anteriormente, a origem dos cânions está relacionada com os agentes externos (com destaque, então, para as águas fluviais) e também com os agentes internos, aqueles que atuam no interior da Terra.

Ao mesmo tempo em que os rios vão formando profundos vales na superfície, o relevo vai se elevando em um processo chamado de soerguimento. A imagem a seguir é um exemplo disso:


Quando esse tipo de soerguimento é combinado com a ação dos rios, formam-se os cânions

O movimento da crosta para baixo ou para cima é chamado de epirogênese, que é um efeito indireto do tecnonismo, como se o relevo estivesse sendo “exprimido” dos dois lados, o que gera a sua elevação. Isso contribui para que a velocidade das águas fluviais fique maior em virtude da inclinação do terreno, aumentando a sedimentação e, consequentemente, a formação de vales cada vez mais profundos.

Apesar de o Grand Cânion, nos Estados Unidos, ser o mais famoso, ele não está entre os cânions mais profundos do mundo. O primeiro dessa lista, ao menos entre os que são atualmente conhecidos, é Cânion Colca, localizado na cidade de Chivay, no Peru, com uma profundidade que alcança incríveis 3535 metros em alguns pontos, como se fosse uma verdadeira montanha invertida!


Cânion Colca, no Peru, o cânion mais profundo do mundo

A formação dos cânions, como podemos perceber, é resultado da natureza dinâmica do modelado terrestre. Trata-se de uma estrutura tão fascinante que, dependendo das condições externas e internas do processo de constituição dos cânions, é possível obter com relativa facilidade informações sobre o passado geológico do nosso planeta, como a composição do ar há milhares de anos e as eras glaciais que ocorreram em outras épocas.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
Inglês
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