Complexo regional da Amazônia
O Complexo Regional da Amazônia é uma das três regiões geoeconômicas do Brasil. É a maior entre essas regiões, com uma área de aproximadamente 4,9 milhões de km², tomando mais da metade do território brasileiro e abrangendo integral ou parcialmente nove estados: Amazonas, Acre, Amapá, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
As composições fisionômicas predominantes da Região Geoeconômica da Amazônia são a Floresta Amazônica, a Bacia do Rio Amazonas e o clima equatorial. Esses aspectos naturais revelam a importância ambiental dessa região, cuja preservação se faz necessária, uma vez que os rios, as florestas e o clima vivem em uma constante relação de interdependência.
Apesar de ser o maior complexo regional brasileiro, a Amazônia apresenta os menores índices de povoamento, com densidades demográficas em níveis muito baixos. Isso se deve pela predominância dos elementos naturais nessa região, por um lado, e pela ocupação histórica do território brasileiro, que privilegiou as demais regiões do país. No entanto, é importante ressaltar que está atualmente em curso o processo de ocupação do complexo amazônico, que vem elevando sua população cada vez mais a cada ano.
Transformações econômicas pós-1970
Até a década de 1970, a Região Amazônica, em função dos vazios demográficos existentes, era economicamente pautada no extrativismo vegetal, principalmente na extração de látex nos seringais e na coleta de castanha-do-pará, dentre outras especiarias locais. No entanto, essa atividade econômica foi sendo relegada a um segundo plano ao longo das últimas décadas, apesar de ainda ser considerada importante.
Atualmente, são crescentes as dinâmicas relacionadas com a agropecuária e também com a mineração, além da elevação de algumas atividades industriais, sobretudo com a construção da Zona Franca de Manaus no ano de 1967. Essa região industrial funciona como uma área de livre comércio próxima à cidade de Manaus, onde os produtos industrializados que lá se instalam não são taxados com impostos, o que gera certa polêmica, pois isso proporciona o aumento das importações, com o consequente saldo negativo na balança comercial, e onera o Estado com o aumento da dívida externa. Além da Zona Franca, há também o Porto de Manaus, muito importante para intensificar as trocas comerciais do país.
Porto de Manaus, um importante porto fluvial brasileiro *
A expansão da fronteira agrícola
A fronteira agrícola corresponde ao avanço das atividades produtivas de uso de ocupação do solo pelo homem sobre o meio natural. Depois de passar por outras regiões, ela encontra-se atualmente na Floresta Amazônica e, na medida em que se expande, amplia os índices de desmatamento e ocupação de áreas de reservas indígenas e de populações tradicionais.
Com isso, o avanço da agricultura e da mineração vai se tornando cada vez mais proeminente, demandando também o aumento da produção de energia. Essa necessidade vem sendo atendida com a construção de algumas pequenas centrais hidrelétricas e algumas outras em fase de construção e implantação, como a Hidrelétrica Rondom II e a polêmica usina de Belo Monte, além de muitas outras.
A maior parte da produção agrícola destina-se à produção de pimenta-do-reino e de plantas utilizadas na produção de materiais para a indústria têxtil. A pecuária praticada é do tipo extensiva, ou seja, ocupa uma grande quantidade de terras. Já a mineração, a atividade que mais cresce na região em razão das novas descobertas geológicas, avança na extração de cobre, níquel, bauxita, petróleo, gás natural e outros minérios, com destaque para as províncias minerais da Serra dos Carajás e Serra Pelada.
Ao contrário do que comumente se pensa, o Complexo Regional da Amazônia possui uma grande relevância econômica para o país. No entanto, os recentes avanços precisam ser controlados e mais bem avaliados, a fim de promover uma melhor distribuição de renda na região, além de garantir a preservação dos recursos naturais e a sobrevivência das populações tradicionais e indígenas.
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* Créditos da imagem: Ricadito e Wikimedia Commons