Por que o mar é salgado?

Você certamente já fez esta pergunta: por que o mar é salgado? A resposta é um exemplo da dinâmica de desgaste do relevo e também do ciclo da água.
Acúmulo de sal na costa do Mar Morto

Uma das dúvidas mais comuns no imaginário popular é: por que o mar é salgado? Apesar de ser uma pergunta aparentemente complexa, o seu entendimento passa pela compreensão de dois processos muito simples: o ciclo da água e o desgaste das rochas.

Sabemos que a água é um dos principais agentes de transformação do relevo. Ela lentamente desgasta as formações rochosas, transformando-as em sedimentos (partículas de rochas). Nesse processo, ela também retira os sais minerais existentes nesses mesmas rochas, aumentando o seu próprio grau de salinidade.

E isso não acontece somente com as rochas litorâneas desgastadas pela água oceânica. Nos rios, esse processo também ocorre, mas, na maioria dos casos, os rios deságuam em mares e oceanos, que recebem toda essa carga de sais minerais gerada.

Mas isso não é tudo para explicar por que a água do mar é salgada. Para isso, como já dissemos, é preciso entender algumas questões referentes ao ciclo hidrológico.

A maior parte da água que evapora para a atmosfera é dos oceanos, responsáveis por cerca de 83% de todo o vapor emitido. No entanto, desse total, apenas 76% transforma-se em chuvas para os próprios oceanos. O restante atinge as áreas continentais, de forma que as bacias hidrográficas direcionam essa água para o leito dos rios.

Portanto, nos rios, chove mais do que evapora; mas, nos oceanos, ocorre o oposto. Por isso, quando os rios deságuam novamente nos mares, eles carregam consigo mais íons e sais minerais provenientes das rochas por eles desgastadas, gerando um acúmulo de sal novamente.

O equilíbrio da quantidade de sal nos oceanos só é mantido pela existência da fauna marinha (crustáceos, ouriços e outros), que utiliza parte desse sal para construir conchas, carapaças e outros elementos. Além disso, o processo de formação das bacias sedimentares faz com que esses sais minerais sejam convertidos em rochas com o material residual existente em seu fundo.

Vale lembrar que não são apenas os oceanos que possuem água salgada. Alguns rios e lagos também podem apresentar essa configuração. É o caso, por exemplo, do Mar Morto, que não é mar, e sim um grande lago de água salgada abastecido basicamente pelo Rio Jordão, no limite entre Israel e Jordânia. Como nessa região o índice de evaporação é muito elevado, os sais gerados pelo rio e depositados no lago fazem com que essa localidade apresente o maior nível de salinidade do planeta, a ponto de, com exceção de algumas bactérias, nenhum ser vivo conseguir sobreviver nesse ambiente.

Um último aspecto a ser ressaltado é que o Cloreto de Sódio (NaCl), mais conhecido como sal de cozinha, não é o único entre os sais minerais existentes nos oceanos, embora seja o mais abundante. Também se encontram presentes o carbonato de cálcio (CaCO3), o cloreto de magnésio (MgCl2), o cloreto de potássio (KCl) e muitas outras substâncias químicas.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
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