Crase na indicação de horas

A crase é utilizada antes de horas exatas em português, mas existem algumas exceções.
O correto é “as 8h05” ou “às 8h05”? Chegou a hora de você nunca mais errar crase com o indicativo de horas!

Quando usar crase na indicação de horas? A crase, que ocorre pela fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”, é amplamente utilizada na língua portuguesa para indicar horas específicas. No entanto, o uso da crase pode gerar dúvidas, pois nem sempre é obrigatório. Neste artigo, vamos explicar de forma prática quando a crase deve ser usada na indicação de horas e em quais contextos ela não se aplica, além de dicas e exercícios para fixação.

Leia também: Casos em que o uso da crase é facultativo

Resumo sobre a crase na indicação de horas

  • A crase é obrigatória em indicações de horas exatas, como “às 14h” ou “à 1h”.
  • A crase não é usada em expressões precedidas por preposições como “para” ou “de”.
  • Na indicação das horas, substituir a expressão em dúvida por uma equivalente masculina, como “ao meio-dia”, é uma boa dica para verificar a necessidade da crase.
  • O uso correto da crase na indicação de horas facilita a clareza e a precisão na comunicação.

Uso da crase na indicação de horas

Em português, a crase é utilizada antes de horas exatas porque há a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a(s)” que acompanha o numeral indicando o horário.

Por isso, em expressões como “às 10h”, temos a preposição “a”, exigida por verbos que indicam ação ou tempo, seguida do artigo feminino “as”, que determina a hora. Assim, ao mencionar horas específicas, como em “Chegarei às 15h” ou “A reunião será à 1h”, a crase se torna obrigatória, pois une a preposição com o artigo.

Vejamos alguns exemplos:

  • O expediente termina às 18 horas.
  • O show começará às 20h.
  • Nossa aula começará à uma da tarde.

Atenção: observe que a crase deve ser usada quer a palavra hora apareça de forma explícita (às 18 horas, às 3 horas etc.), quer esteja subentendida na frase (às 18, às três etc.)

Quando não usar crase na indicação de horas?

A crase não deve ser usada em três situações principais:

  1. Quando a hora é precedida de preposições diferentes de A, tais como “para”, “até” e “entre”. Nesses casos não há crase pois não há a fusão de dois “as”: o “a” da preposição com o “a” do artigo feminino. Vejamos alguns exemplos:
    • A reunião está marcada para as 14 horas.
    • Teremos uma audiência até as 10h.
    • O jogo vai acontecer entre as 19h e as 21h.
  1. Quando temos um intervalo de tempo expresso com a fórmula “de... a”. Nesse caso, não temos a fusão de dois “a” na expressão. Contudo, devemos usar case na fórmula  “da... a”, pois a condição de crase (os dois “a”) aparece na frase. Vejamos alguns exemplos: 
    • A empresa abre de segunda a quinta, de 8h as 18h.
    • A empresa abre da segunda à quinta, das 8h às 18h.
    • A prova acontecerá de 8h as 10h.
    • A prova acontecerá das 8h às 10h.
    • Estarei disponível de 14h as 16h.
    • Estarei disponível das 14h às 16h.
  1. Na expressão de tempo “meio-dia”. Como se trata de uma palavra masculina, sem o artigo feminino “a”, não há crase. Vejamos alguns exemplos:
    • O evento será ao meio-dia.
    • O espetáculo começa ao meio-dia.
    • O voo parte ao meio-dia.

Atenção: “à meia-noite” leva crase, como em “O voo parte à meia-noite.”

Dicas sobre o uso da crase na indicação de horas

  • Regra prática: utilize a crase antes de horas específicas com artigo feminino, como “à 1h” ou “às 14h”.
  • Método de substituição: lembre-se da dica “se temos AO no masculino, então temos À no feminino”. Isto é, se ao trocarmos a palavra feminina em dúvida por uma palavra masculina e ela exigir AO, então temos crase. Assim, “o ônibus parte AO meio-dia / ÀS 13 horas”.
  • Preposições diferentes de A (para, até, entre etc.) não exigem crase. Use “para as 14h” e “entre as 8h e as 10h”.
  • O intervalo com “DE... A” (sem dois “a”) não pede crase, mas “DA... A” (com dois “a”) exige o acento grave. Assim, use “de 8h as 14h” e “das 8h às 10h”.

Leia também: Uso da crase antes de pronomes possessivos

Exercícios resolvidos sobre crase na indicação de horas

Questão 1

Um trabalhador precisa organizar sua agenda. Ele decide que suas reuniões diárias começarão às 9h e terminarão ao meio-dia. Aponte a alternativa que justifica o uso da crase em “às 9h”.

a) A palavra “horas” sempre exige crase.
b) O uso da crase é obrigatório antes de horas exatas em expressões temporais.
c) A crase é opcional nesse caso.
d) O verbo “organizar” exige crase.

Gabarito: Letra B

Resolução: A crase é obrigatória em expressões que indicam horas exatas, como “às 9h”, pela fusão da preposição “a” com o artigo feminino “as”.

Questão 2

Analise a frase: “A reunião está marcada para às 16h.” Assinale a alternativa correta sobre o uso da crase:

a) Está incorreto; “para” não exige o uso da crase antes de horários.
b) Está correto, pois a crase é obrigatória antes de horas.
c) Está correto, pois a palavra “horas” pede crase.
d) Está incorreto; a crase é facultativa.

Gabarito: Letra A

Resolução: A crase não deve ser usada após a preposição “para”, pois essa preposição não exige fusão com o artigo feminino. A forma correta seria: “para as 16h”.

Questão 3

Complete a frase: “O show será realizado ____ 21h e terminará ____ meia-noite.”

a) às / ao
b) às / à
c) a / ao
d) às / à

Gabarito: Letra D

Resolução: “Às 21h” requer crase, pois indica uma hora exata, e “à meia-noite” também usa crase, pois exige a fusão de preposição e artigo.

Questão 4

Assinale a frase em que o uso da crase está correto:

a) O expediente começa as 8h e termina as 17h.
b) As aulas ocorrerão das 10 às 12h.
c) O exame foi marcado para às 15h.
d) Encontro você para as 9h.

Gabarito: Letra B

Resolução: “Das 10 às 12h” usa a crase corretamente em intervalo completo. As demais opções apresentam uso incorreto.

Questão 5

Complete: “As atividades começarão às 14h e continuarão até ____ 18h.”

a) às
b) as
c) a
d) ao

Gabarito: Letra B

Resolução: Não há crase em “até as 18h” porque “até” já estabelece a preposição completa, sem fusão.

Fontes

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CEREJA, William; VIANNA, Carolina Dias. Gramática: texto, reflexão e uso. Volume único. São Paulo: Atual, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008.

KURY, Adriano da Gama. Português Básico e Essencial. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.

PESTANA, Fernando. A Gramática para Concursos Públicos: um guia completo e prático. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2019.

Publicado por Walter Mendes
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