Os tropeiros

As mulas atravessavam longas estradas transportando a riqueza produzida na colônia.

O desenvolvimento da economia mineradora no Brasil foi responsável por uma série de transformações da colônia ao longo do século XVIII. O processo de interiorização promovido pelos bandeirantes, o incremento populacional, o enrijecimento fiscal da Coroa Portuguesa e a diversificação da sociedade são alguns dos poucos aspectos que podemos apontar nesse novo período. Contudo, não podemos resumir esse rico momento de nosso passado à extração do ouro e a cobiça metropolitana.

Nessa época, o cruzamento de um burro com uma égua foi responsável por toda articulação de uma nova fase da economia colonial. Contudo, não se trata de fazermos menção ao “papel histórico” de uma única mula, mas de todas as tropas de muares que carregaram em seu lombo os mantimentos e produtos que saíam de mais variadas regiões do país e, por conseguinte, abastecia as populações das regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.


A necessidade desse transporte e a existência desse fluxo comercial foram, em grande parte, incentivadas pela própria Coroa Portuguesa. No início da atividade mineradora, a administração metropolitana proibiu o desenvolvimento da pecuária e da agricultura nas regiões exploradas. Tal ação tinha por objetivo reduzir ao máximo a quantidade de escravos envolvidos com outras atividades que não tivessem ligação direta com a extração de metais e pedras preciosas.

Dessa forma, o tropeirismo surgia como uma nova atividade que promovia a interligação dos polos econômicos antes inexistentes. As mercadorias importadas e alimentos eram trazidos no lombo de mulas que cortavam várias trilhas capazes de integrar diferentes pontos do território. Quando não aproveitavam as estradas há muito tempo abertas pelos índios, os tropeiros tinham o trabalho de desbravar a mata virgem para a criação de novas rotas.

Vale destacar que a obtenção das mulas utilizadas para a formação das tropas era um capítulo a parte nessa história. Boa parte dos animais era obtida no Rio Grande do Sul por meio do contrabando que buscava as mulas na região da colônia espanhola de Montevidéu. A preferência dada às mulas criadas nos pampas era justificada pela maior resistência apresentada.

Por Rainer Sousa
Mestre em História

Publicado por Rainer Gonçalves Sousa
Português
“De encontro a” ou “ao encontro de”: qual a diferença?
“De encontro a” e “ao encontro de” são expressões que possuem sentidos opostos. Apesar disso, a confusão entre elas é bastante comum. Por isso, nesta videoaula, iremos distinguir as situações em que são empregadas e aprendê-las adequadamente.
Outras matérias
Biologia
Matemática
Geografia
Física
Vídeos