Batalha do Somme

A Batalha do Somme ocorreu no nordeste da França, às margens do rio Somme, entre julho e novembro de 1916 e envolveu as forças dos exércitos alemão e franco-britânico.
Trincheira alemã ocupada por soldados britânicos durante a Batalha do Somme em 1916.

A Batalha do Somme foi um embate que ocorreu no nordeste da França, às margens do rio Somme, entre julho e novembro de 1916 e envolveu as forças dos exércitos alemão e franco-britânico. É conhecido como um dos conflitos mais sanguentos da Primeira Guerra Mundial. Estima-se que a batalha ocasionou a baixa de mais de um milhão e meio de soldados por morte, ferimentos ou desaparecimento. Ao final do conflito, poucos quilômetros haviam sido avançados.

Leia também: Plano Schlieffen — a estratégia alemã para controlar militarmente a Europa

Resumo sobre a Batalhe de Somme

  • A Batalha de Somme ocorreu entre 24 de julho e 18 de novembro de 1916, envolvendo as forças dos exércitos alemão e franco-britânico durante a Primeira Guerra Mundial.

  • O conflito recebeu esse nome por ter acontecido às margens do rio Somme, no nordeste do território francês.

  • É mencionado por historiadores como um dos conflitos mais sangrentos da Primeira Guerra Mundial.

  • A Batalha do Somme buscava diminuir a resistência alemã e afastar o seu exército de outras frentes de batalha, como a de Verdun.

  • Durante o conflito foram utilizadas trinhceiras, tanques de guerra (carros de combate), metralhadoras e armas químicas.

  • A Batalha de Somme é recordada por ter tido a participação de Adolf Hitler, na época como soldado da 6ª divisão do exército alemão.

  • Após quase cinco meses de conflito, o exército da Tríplice Entente avançou apenas 12 quilômetros em um trecho de 40 quilômetros.

  • Uma das consequências do conflito foi o enfraquecimento dos soldados alemães, tanto no aspecto físico quanto no emocional.

Antecedentes históricos da Batalha de Somme

A Batalha de Somme insere-se no contexto da Primeira Guerra Mundial, do neoimperialismo europeu, em busca de matéria-prima, mercado consumidor e mão de obra barata, além das disputas territoriais na África e na Ásia. O conflito recebeu esse nome por ter acontecido às margens do rio Somme, no nordeste do território francês. Ocorrida entre 24 de julho de 1916 e 18 de novembro de 1916, envolveu as forças dos exércitos alemão e franco-britânico.

Essa batalha faz parte da estratégia utilizada pelos ingleses e franceses que estavam envolvidos na frente da Batalha de Verdun, na qual os alemães buscavam atravessar as trincheiras francesas para conquistar Paris, unificando suas áreas de atuação e comunicação. A Batalha do Somme é mencionada por historiadores como um dos conflitos mais sangrentos da Primeira Guerra Mundial.

Causas da Batalha de Somme

A Batalha do Somme faz parte da estratégia utilizada pelos ingleses e franceses que estavam envolvidos na frente da Batalha de Verdun. Buscando enfraquecer a resistência alemã na região, a Grã-Bretanha fez vários ataques na região do rio Somme. Assim, a frota alemã teria que se dividir em diferentes contextos bélicos. Nesse sentido, um dos objetivos da Batalha do Somme era diminuir a resistência alemã e afastar o seu exército de outras frentes de batalha, como a de Verdun.

Como foi a Batalha do Somme?

Os aliados da Tríplice Entente, formada pela Grã-Bretanha, França e Rússia, tinham planejado o ataque da direção norte no Artois, pelos ingleses, e os franceses pelo Sul, no Chemin des Dames, em direção ao norte. Assim, cercariam os alemães na região do rio Somme. Entretanto, a tropa alemã se retirou do sul, focando no norte.

No dia 24 de julho de 1916, os franceses e ingleses atacaram os alemães acreditando que ocupariam o território na região do rio Sommme sem grandes resistências da infantaria. Porém, essa não foi a realidade. Estima-se que na primeira hora de batalha tenham ocorrido mais de 20 mil mortes, e quase 30 mil ficaram feridos e/ou mutilados. Entre as causas para tamanho deslize envolvendo os exércitos inglês e francês havia o despreparo dos soldados, sem experiência em guerras e muito jovens, numa faixa etária entre 18 e 21 anos.

Além disso, os exércitos não sabiam o que esperar, tendo em vista o uso de novas tecnologias de guerra, desconhecidas pelo maior contingente, tais como uso de metralhadoras e armas químicas, e a resistência das trincheiras alemãs. Ademais, envolvidos na Batalha de Verdun há meses, o exército francês estava desgastado, tal fato foi fundamental para que o conflito tivesse uma maior participação e empreendimento do exército britânico.

A imagem mostra um soldado britânico ferido durante a Batalha do Somme sendo carregado através de uma trincheira.

A invasão na frente de batalha alemã foi realizada ao longo de sete dias por meio do uso de canhões, ataques de gás e explosivos. Acreditando que todas as táticas haviam dado certo, os soldados britânicos partiram para as trincheiras alemãs e foram surpreendidos com valas que tinham em média 10 metros de profundidade, feitas de concreto e aço, muito mais fortes e amplas que as construções francesas e inglesas. Apesar de a resistência alemã ter sido muito forte no primeiro momento do conflito, as sucessivas tentativas inglesas foram capazes de intensificar a exaustão dos soldados.

Insistindo no conflito, em setembro de 1916, os ingleses buscaram uma nova estratégia e surpreenderam os alemães levando tanques de guerra (carros de combate) Mark I para o front da batalha. Com a chuva, o terreno da região do rio Somme ficou mais úmido e de difícil circulação, praticamente intransitável, prejudicando os dois lados do conflito. Nesse contexto, no dia 18 de novembro, as operações foram suspensas.

Ademais, a Batalha de Somme é recordada por ter tido a participação de Adolf Hitler, na época como soldado da 6ª divisão do exército alemão. Durante o conflito, Hitler foi atingido duas vezes e ficou internado por dois meses.

Leia também: Batalha de Stalingrado — a maior batalha da Segunda Guerra Mundial

Consequências da Batalha de Somme

Após quase cinco meses de conflito, o exército da Tríplice Entente avançou apenas 12 quilômetros em um trecho de 40 quilômetros. Uma das consequências do conflito foi o enfraquecimento dos soldados alemães, tanto no aspecto físico quanto no emocional.

Acredita-se que, entre mortos e feridos, o exército alemão tenha tido uma baixa de mais de 600 mil soldados. Já os britânicos teriam tido mais de 400 mil baixas, e os franceses aproximadamente 200 mil. Envolvendo aliados e entente, estima-se que a Batalha de Somme ocasionou a baixa de mais de 1 milhão e meio de soldados por morte, ferimentos ou desaparecimento. Ao final do conflito, poucos quilômetros haviam sido avançados.

Durante a Batalha do Somme, os soldados sofreram com a privação de sono, que intensificou o desgaste físico e emocional, além da restrição alimentar e exposição a péssimas condições de higiene. A falta de um ambiente salubre e tratamento médico adequado ampliou o número de mortes. A existência de ratos, lixo, corpos em decomposição a poucos metros das trincheiras e a ausência ou o pouco fornecimento de água, piorou a situação dos soldados. Somado a esse contexto, podemos citar o alto consumo de tabaco e a privação auditiva ocasionada pelas bombas, que explodiam a poucos metros de distância, a qual dificultou aos soldados a compreensão das ordens dos seus respectivos comandantes.

Exercícios resolvidos sobre a Batalha de Somme

1. (Unifenas 2014) Nos meses de julho a novembro de 1916, foi travada a Batalha do Somme, uma das mais sangrentas da Primeira Guerra Mundial. Calcula-se que entre mortos e feridos, mais de um milhão de pessoas foram vítimas nessa batalha. Uma carta encontrada no bolso de um soldado alemão descreveu a batalha: “Ninguém se importa conosco. Os aviões inimigos lançam bombas sobre nós sem parar. A comida acabou. Não há uma gota de água. É o próprio inferno!”.

(Trecho adaptado de História do século XX. História contemporânea através de textos. São Paulo. Contexto, 1994. p. 120)

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914–1918), os alemães lutaram

a) pela Santa Aliança.

b) pelos Aliados.

C) pelo Eixo.

d) pela Tríplice Aliança.

e) pela Tríplice Entente.

Resposta: Letra D. Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães lutaram pela Tríplice Aliança ao lado do Imério Autro-Húngaro e Itália. A Itália, posteriormente, mudou de lado. Durante a Batalha do Somme, a Alemanha lutou contra a França às margens do rio Somme, enfrentando a França, que recebia o apoio da Grã-Bretanha, pertencente à Triplice Entente.

2. As lutas nas margens do rio Somme, envolvendo a Alemanha, França e Grã-Bretanha, entre julho e novembro de 1916, não conseguiram conter o exército alemão, entretanto o conflito é recordado como um dos mais mortíferos da história da Primeira Guerra Mundial, conforme pode ser percebido na análise do historiador Wojciech Skrzątek:

A batalha terminou no dia 18 de novembro de 1916. Após mais de quatro meses de lutas, os exércitos da Entente fizeram a frente avançar 12 quilômetros num trecho de quarenta quilômetros. As perdas de ambos os lados foram enormes: ingleses — mais de 400 mil, franceses — cerca de 200 mil, alemães — acima de 400 mil.

Fonte: SKRZĄTEK, Wojciech. De Marne 1914 a Marne 1918: as grandes batalhas da Primeira Guerra Mundial. História: Debates e Tendências, v. 14, n. 2, 2014, p. 288.

O texto refere-se ao conflito da Primeira Guerra Mundial que ficou conhecido como

a) Batalha do Marne.

b) Batalha de Somme.

c) Blitzkrieg.

d) Batalha de Verdun.

e) Plano Schlieffen.

Resposta: Letra B. A Batalha do Marne ocorreu em setembro de 1914, às margens do rio Marne, resultando na vitória franco-britânica sobre o exército alemão. A Blitzkrieg foi uma tática de guerra alemã utilizada durante a Segunda Guerra Mundial. A Batalha de Verdun ocorreu entre fevereiro e dezembro de 1916, envolvendo as trinhceiras alemãs e francesas. Já o Plano Schlieffen foi concebido pela Alemanha buscando envolver as posições francesas na fronteira franco-alemã, atacando pela Bélgica e Holanda.

Fontes

PEREIRA, Valéria Sabrina. Narrar através de imagens: A representação da Batalha do Somme por Joe Sacco. Literatura e Autoritarismo, n. 17, 2016.

RAMALHO, Tiago Moreira Cavadas Silva. A Primeira Grande Guerra e o trauma sonoro. Universidade de Medicina de Lisboa. Lisboa. Portugal. 2019. Dissertação de Mestrado.

http://memoria.bn.br/pdf/089842/per089842_1916_06362.pdf

SKRZĄTEK, Wojciech. De Marne 1914 a Marne 1918: as grandes batalhas da Primeira Guerra Mundial. História: Debates e Tendências, v. 14, n. 2, p. 280-291, 2014. 

Publicado por Vanessa Clemente Cardoso
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