Grupos de extermínio nazistas – Einsatzgruppen

Os Einsatzgruppen eram grupos de extermínio nazistas e foram treinados para eliminar, nos territórios ocupados, aqueles considerados “indesejáveis” pelo III Reich.
Acima, os oficiais nazistas Himmler e Heydrich, operadores do extermínio de judeus *
  • Einsatzgruppen como primeiro passo para o extermínio em massa de judeus

Um dos traços característicos do nazismo, como é largamente conhecido, foi a execução do genocídio dos judeus no Leste europeu, também denominado de holocausto, ocorrido sobretudo entre os anos de 1942 e 1945 – período em que os campos de concentração mais mortíferos operaram em sua capacidade máxima de extermínio. O que não é tão conhecido, todavia, é a atuação dos grupos de extermínio nazistas, ou “força-tarefa”, Einsatzgruppen (em alemão).

Os Einsatzgruppen foram criados no mesmo mês em que teve início a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram a Polônia, ou seja, em setembro de 1939. A missão desses grupos especiais era de garantir a segurança dos territórios ocupados pelos nazistas, mas também e, talvez, principalmente, fazer uma “triagem” nesses locais à procura daqueles considerados “indesejáveis” pelo regime de Adolf Hitler. Entre esses indesejáveis, estavam os judeus, considerados uma “raça” inferior e perniciosa.

Aos membros dos Einsatzgruppen, que eram compostos de oficiais híbridos (vindos da política secreta, Gestapo, do Exército e das SS – Forças Especiais), era ordenada, além da referida “triagem”, a execução sumária dos alvos encontrados. Esse tipo de ação permaneceu durante alguns anos velada ao conhecimento da população alemã e até mesmo de alguns setores das Forças Armadas. Era um tipo de “missão especial” subordinada à SS e ao seu comandante, Heirinch Himmler, o mesmo que daria operacionalidade ao holocausto alguns anos depois.

  • Reinhard Tristan Eugen Heydrich

Himmler confiou a formação dos Einsatzgruppen ao oficial Reinhard Tristan Eugen Heydrich, chefe do Sicherheitsdienst (SD), órgão da SS. Heydrich elaborou uma definição nova de “crime político”, que não necessariamente estava relacionada com crime contra o Estado, mas, sim, com crime contra a raça ariana. Isso implicava o seguinte: bastava pertencer a uma “raça inferior”, como a judia, para ser considerado um criminoso, passível de receber a pena de morte, como ressalta o historiador Timothy Snyder:

O serviço de segurança das SS, conhecido como Sicherheitsdienst (SD), propôs uma nova definição de crime político. Não era um crime contra o Estado, já que este só tinha validade como representação da raça. Como a política não passava de biologia, o crime político era um crime contra a raça alemã. Reinhard Heydrich, adjunto de Himmler que Hitler chamava de “homem de coração de ferro”, dirigia o SD.[1]

Heydrich ficou então encarregado das operações dos grupos de extermínio durante alguns anos. As principais ações desse grupo ocorreram nos territórios da URSS a partir da Operação Barbarossa, deflagrada em 1941. Era nos territórios do Leste Europeu que se encontrava o maior número de judeus da Europa. Foi a partir das operações de identificação e reconhecimento dos Einsatzgruppen que a instalação dos campos de concentração e extermínio foi possível.

*Créditos da imagem: Shutterstock e Everett Historical

NOTAS

[1] SNYDER, Timoth. Terra Negra – o holocausto como história e advertência. Trad. Donald M. Garschagen e Renanta Guerra. São Paulo: Companhia das Letra, 2016. p. 59.

Publicado por Cláudio Fernandes
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