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Alberto Santos Dumont

Santos Dumont foi o famoso aeronauta brasileiro conhecido como “pai da aviação”. No começo do século XX, ele realizou uma série de estudos e testes que o permitiram desenvolver o dirigível e ser um dos primeiros homens da época a construir um avião. Seus dois grandes aviões foram o 14-Bis e o Demoiselle. Santos Dumont sucumbiu à depressão em 1932.

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Nascimento

O famoso aeronauta brasileiro, Alberto Santos Dumont, nasceu em 20 de julho de 1873, no interior de Minas Gerais, em um sítio localizado em Cabungu, atual cidade de Santos Dumont. Ele era descendente de franceses, seus avós haviam nascido na França e se mudado para o Brasil atrás de pedras preciosas.

Alberto Santos Dumont foi um dos maiores cientistas do Brasil e realizou importantes estudos na aviação.[1]
Alberto Santos Dumont foi um dos maiores cientistas do Brasil e realizou importantes estudos na aviação.[1]

Santos Dumont nasceu em uma das famílias mais ricas do Brasil durante o período monárquico. Seu pai, Henrique Dumont, era um engenheiro que ajudou a construir estradas de ferro no Sudeste do Brasil. No entanto, ele enriqueceu consideravelmente quando se tornou produtor de café, comprando terras na região de Ribeirão Preto, passando a ser um dos três “reis do café” que nosso país teve.

A mãe de Santos Dumont chamava-se Francisca de Paula Santos, de origem aristocrática, pois sua família tinha muitas posses. Alberto Santos Dumont foi o sexto filho do casal, que teve ao todo oito filhos.

Não se sabe ao certo quando Santos Dumont iniciou seus estudos, mas seu primeiro registro de escolar é de 1883, ano em que foi matriculado no Colégio Culto à Ciência, em Campinas. Essa foi a primeira de uma série de instituições em que Santos Dumont foi matriculado, e em nenhuma delas seu desempenho escolar foi destacado.

Desde a infância ele gostava de ler, e seus biógrafos contam que um dos seus autores preferidos era o francês Júlio Verne, sobretudo pelas referências desse escritor a voos. Santos Dumont também tinha um grande interesse por maquinários, como as estradas de ferro que seu pai mandou construir em suas terras.

As terras de Henrique Dumont eram tão extensas que dentro delas as estradas de ferro alcançavam 96 km. Havia também mais 23 km que ligavam sua fazenda à estação de trem da região. Ele tinha sete locomotivas e 40 vagões de trem.

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Mudança para a Europa

Em 1890, o pai de Santos Dumont sofreu um acidente enquanto andava de charrete por sua fazenda. Ele caiu da charrete, quebrou o braço e bateu com a cabeça no chão. A queda causou um pequeno derrame cerebral, que resultou em uma hemiplegia, fazendo com que um dos lados do corpo de Henrique Dumont ficasse paralisado.

Incapaz de cuidar da fazenda, Henrique Dumont decidiu vendê-la para a Companhia Melhoramentos do Brasil. A venda concretizou-se em 1891, e o valor pago a seu dono foi uma enorme fortuna: 12 mil contos de réis. Em seguida, Henrique, sua esposa e alguns de seus filhos (incluindo Alberto) mudaram-se para a Europa, pois lá ele buscaria acompanhamento médico para seu problema.

Santos Dumont e família embarcaram para a Europa em abril de 1891, e uma vez lá, o futuro inventor definitivamente despertou em si o interesse por voos e motores. Como ele não era emancipado, não tinha dinheiro para engatar seus projetos e estudar aeronáutica. Ainda assim, ele conseguiu comprar um carro produzido pela Peugeot e trazê-lo para o Brasil, tornando-se o primeiro homem a andar de carro na América do Sul.

depois de retornarem ao Brasil (Henrique Dumont percebeu que nem a medicina europeia poderia ajudá-lo) é que Santos Dumont foi emancipado, recebendo uma parte de sua herança e uma promessa de que ele nunca precisaria trabalhar para sobreviver, uma vez que ele tinha o suficiente para que toda a sua família vivesse luxuosamente.

Santos Dumont então retornou à Europa para que pudesse investir no seu desejo de explorar a aeronáutica. Chegou a Paris em 1892, e dias depois ficou sabendo do falecimento de seu pai, uma notícia que o entristeceu profundamente. Ele deu sequência a seus planos e contratou um professor particular para que o ensinasse assuntos relativos à aeronáutica. Santos Dumont ainda teve um breve período de estudos na Inglaterra. Tudo isso para que ele pudesse desenvolver seus primeiros balões.

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Pai da aviação

Réplica do 14-Bis, avião que Santos Dumont utilizou para a primeira demonstração pública de voo da história.[2]
Réplica do 14-Bis, avião que Santos Dumont utilizou para a primeira demonstração pública de voo da história.[2]

A partir de 1897, Santos Dumont começou os seus primeiros testes sobre a capacidade de voo de suas invenções. Na época, já existiam os primeiros balões que utilizavam hidrogênio para subir. No entanto, esses balões não eram manobráveis, e os riscos envolvendo-os eram altos, sobretudo na hora do “pouso”. O uso do hidrogênio também era um risco, pois é altamente inflamável.

Santos Dumont então fez uma inovação adicionando um motor à gasolina no balão: surgia o dirigível. Ele conseguiu desenvolver uma série de projetos de dirigíveis, sempre procurando corrigir erros e melhorar suas construções. O aeronauta brasileiro chegou a ganhar um prêmio em 1901, ao pilotar seu dirigível por uma distância de 11 km em Paris.

Esse foi o Prêmio Deutsch, que ele ganhou por decolar do parque Saint Clouf, contornar a Torre Eiffel e retornar em 30 minutos. Com o feito realizado, Dumont recebeu uma quantia de 129 mil francos, dando metade para as pessoas que o ajudaram na construção do dirigível, e a outra metade, aos pobres de Paris.

Santos Dumont já havia realizado grandes feitos, e um de seus projetos mais conhecidos foi o do avião 14-Bis. Esse avião foi o primeiro na história a realizar uma demonstração de voo pública, também em Paris. Esse voo aconteceu em 12 de novembro de 1906, e Dumont conseguiu voar 220 metros de distância a oito metros de altura e a uma velocidade de 30 km/h.

O outro projeto foi o Demoiselle, avião muito leve que conseguiu alcançar altas velocidades (cerca de 90 km/h). O Demoiselle foi o modelo-base para outros aviões da época. Isso aconteceu porque Santos Dumont nunca quis patentear suas invenções, considerando-as um bem comum à humanidade.

Os feitos de Santos Dumont na área que empreendeu renderam-lhe o título de “pai da aviação”, uma vez que sua obra permitiu com que os aviões se popularizassem mundialmente. Ele, no entanto, não foi o criador do avião, como muitos creem no Brasil. A Federação Aeronáutica Internacional reconhece que os irmãos Wright, dois norte-americanos, foram os primeiros a inventá-lo, em 1903.

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Morte

Casa construída por Santos Dumont em Petrópolis, no Rio de Janeiro.[3]
Casa construída por Santos Dumont em Petrópolis, no Rio de Janeiro.[3]

Em 1910, Santos Dumont estava com 37 anos de idade e sua saúde já não lhe permitia envolver-se com os riscos da aviação. Ele abandonou seu ofício de muitos anos quando sofreu uma queda violenta de um dos modelos Demoiselle. Na época ele também sofria de esclerose múltipla, uma doença desconhecida no começo do século XX.

Nos anos finais de sua vida, Santos Dumont lutou contra a depressão. Ele ficou desiludido ao ver a invenção da qual fez parte tornar-se um objeto usado na guerra. Ele chegou a pedir que a Liga das Nações proibisse o uso de aviões em guerras, mas seu pedido foi recusado.

Em 1915, ele retornou ao Brasil para lutar contra sua depressão e morou em alguns lugares, entre os quais está Petrópolis, cidade em que construiu uma casa para si. Chegou a ser instalado em casas de repouso, mas sucumbiu à depressão. Em 23 de julho de 1932, enquanto estava em um hotel no Guarujá, Santos Dumont cometeu suicídio.

Além de suas inovações no campo da aviação, Santos Dumont ainda é reconhecido como inventor do relógio de pulso e do chuveiro de água quente.

Créditos da imagem

[1] rook76 e Shutterstock

[2] Su Justen e Shutterstock

[3] Julio Ricco e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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