Epistasia
A epistasia (do grego epi: sobre e stasia: inibição) pode ser definida como um processo em que um gene mascara ou interrompe a ação de outro gene não alelo. Isso quer dizer que um gene terá ação inibitória sobre outro gene, sendo um caso, portanto, de interação gênica.
O gene que exerce a ação inibitória é chamado de gene epistático, e o gene que sofre a inibição é o hipostático. Quando o gene epistático atua em dose simples e já é capaz de causar a inibição de outro gene, dizemos que a epistasia é dominante. Algumas vezes, no entanto, para garantir a inibição de um gene, o gene epistático deve aparecer em dose dupla, o que configura a epistasia recessiva.
→ Exemplo de epistasia recessiva
A epistasia recessiva pode ser observada, por exemplo, na coloração do pelo de labradores (veja figura no início do texto). Esses animais podem apresentar coloração preta, marrom ou dourada, o que é determinado por dois genes: o “b” e o “e”. O alelo B determina a cor preta, o alelo b determina a cor marrom e os alelos ee determinam a cor dourada.
A cor dourada, portanto, ocorre quando o indivíduo apresenta constituição recessiva ee, que é epistática ao gene B. Assim, um indivíduo com coloração dourada poderia apresentar os seguintes genótipos: BBee, Bbee, bbee. Veja que, independentemente do alelo ser B ou b, os alelos ee inibem sua ação.
→ Exemplo de epistasia dominante
Um exemplo que podemos citar de epistasia dominante ocorre na plumagem em galinhas. O alelo C determina plumagem colorida e o alelo c determina plumagem branca. O alelo I, no entanto, é epistático e, se ocorrer no indivíduo, impedirá o desenvolvimento de plumagem colorida.
Assim sendo, um indivíduo será branco quando apresentar genótipo com o alelo c em homozigose (cc) ou quando apresentar um alelo epistático I. Para que tenha pelagem colorida, por sua vez, a ave deve apresentar um alelo C e nenhum alelo I: CCii ou Ccii.
Atenção: É importante frisar que, em casos de epistasia, podem ocorrer distorções nas frequências mendelianas esperadas.