Diabetes mellitus
Diabetes mellitus é uma doença caracteriza pelo quadro de hiperglicemia, ou seja, um aumento dos níveis de glicose no sangue. Ela pode ocorrer devido aos problemas na secreção do hormônio insulina, que controla os níveis de glicose no sangue, ou ainda problemas na ação desse hormônio.
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→ Insulina
A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas. Ele é secretado em resposta ao aumento dos níveis de glicose no sangue e atua, principalmente, garantindo que a glicose seja capturada pelas células. Desse modo, a insulina atua reduzindo os níveis de glicose no sangue. Quando temos uma falta de insulina, ou algum problema em sua ação os níveis de glicose no sangue sobem, um problema conhecido como hiperglicemia.
→ Sintomas
Em uma grande parcela das pessoas que tem diabetes mellitus, a doença ocorre de maneira assintomática. Quando os sintomas surgem, os principais são:
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Poliúria: Sintoma que se caracteriza por uma grande eliminação de urina.
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Polidipsia: Sintoma que se caracteriza pela sede excessiva.
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Polifagia: Sintoma que se caracteriza pela fome excessiva.
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Perda involuntária de peso
Além dos quatro sintomas acima descritos, descritos por alguns autores como 4 Ps, os indivíduos diabéticos podem apresentar ainda fraqueza, fadiga, visão embaçada, hálito modificado, aumento da frequência de infecções e maior tempo para cicatrização de feridas.
→ Tipos de diabetes
Os dois tipos principais e mais conhecidos de diabetes mellitus são o tipo 1 e o tipo 2. Entretanto, é bom sabermos que existem outros tipos de diabetes mellitus, como é o caso do diabetes gestacional e outros tipos menos frequentes.
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→ Diabetes mellitus tipo 1
O diabetes mellitus tipo 1 (DM 1) acontece devido à destruição das células produtoras de insulina no pâncreas, as chamadas células beta. Geralmente, essa destruição acontece devido à ação do próprio sistema imunológico, que produz anticorpos contra essas células, o que caracteriza um problema de natureza autoimune. No DM 1 pode levar à deficiência absoluta de insulina no paciente. Esse tipo corresponde a 5 a 10% dos indivíduos com a doença e, geralmente, surge na infância e adolescência.
→ Diabetes mellitus tipo 2
O diabetes mellitus tipo 2 é comum em pessoas com idade acima dos 50 anos.
O diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) é o tipo mais comum de diabetes (representa cerca de 90% dos casos) e ocorre devido a uma dificuldade na ação da insulina, ou uma produção insuficiente para conseguir controlar os níveis de glicose no paciente. Nesse caso, diferentemente do DM 1, não há destruição das células beta e há uma relação direta com aumento de peso e obesidade.
Outros fatores de risco para o desenvolvimento do DM 2 é antecedente familiar, hipertensão, colesterol alto e alteração nas taxas de triglicérides. Esse tipo de diabetes acomete, principalmente, pessoas com idade superior a 50 anos, apesar dos hábitos de vida pouco saudável estarem modificando esse quadro.
→ Diabetes gestacional
O diabetes gestacional é um problema grave que levar a danos ao bebê.
O diabetes gestacional é um tipo de diabetes que acomete a mulher durante a gestação e pode ou não ser transitória. Esse tipo de diabetes pode ser grave e causar danos ao bebê, como hipoglicemia neonatal, obesidade e diabetes na vida adulta. Além disso, o bebê em formação pode apresentar um crescimento excessivo. Como fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de diabetes, temos:
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Mãe com idade avançada;
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Obesidade;
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Aumento de peso exagerado durante a gravidez;
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Síndrome de ovários policísticos;
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História anterior de diabetes gestacional;
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História anterior de gestação de bebês com mais de 4 kg;
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História familiar de diabetes;
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Pressão alta durante a gestação;
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Gravidez de gêmeos.
→ Outros tipos de diabetes
O grupo conhecido como outros tipos de diabetes incluem tipos raros. Nesse grupo, observamos diabetes relacionados com defeitos genéticos na ação da insulina, ou função das células produtoras de insulina, uso de determinados medicamentos, doenças que afetam o pâncreas e algumas doenças que afetam o sistema endócrino.
→ Pré-diabetes
Pré-diabetes é um termo utilizado para pessoas que estão com níveis de glicose mais alto que o normal, entretanto, os níveis não são suficientes para a pessoa ser diagnosticada como diabética. Cerca de metade das pessoas nessa condição acaba por desenvolver o diabetes. São fatores de risco para o pré-diabetes a pressão alta, altos níveis de LDL e triglicérides no sangue, baixas taxas de HDL e peso acima do normal.
A escolha de uma alimentação saudável pode prevenir o diabetes.
→ Diagnóstico de diabetes mellitus
O diabetes mellitus pode ser diagnosticado por meio de exames laboratoriais. Os exames realizados são:
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Glicemia de jejum: Esse exame de sangue mede a taxa de glicose presente no sangue do paciente após realizar um jejum de 8 a 12 horas.
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Glicemia casual: Esse exame de sangue consiste em verificar a taxa de glicose no sangue a qualquer hora do dia, sem ser necessário observar o tempo dado desde a última refeição.
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Teste oral de tolerância à glicose: Nesse exame, o paciente terá sua taxa de glicemia medida antes e 120 minutos depois de uma carga de 75 g de glicose.
O paciente é diagnosticado com diabetes nos seguintes casos:
Glicemia de jejum > 126 mg/dl Glicemia casual > 200 mg/dl em pacientes com sintomas relacionados a diabetes Teste oral de tolerância à glicose > 200 mg/dl |
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→ Tratamento
O tratamento de diabetes mellitus visa a controlar os níveis de glicose no sangue. Muitos pacientes conseguem fazer esse controle mediante uma alimentação adequada e atividades físicas. Outros pacientes, no entanto, necessitam administrar insulina. Esse último caso é o caso dos pacientes que possuem diabetes tipo 1.
Vale salientar que, mesmo em pacientes em que a insulina é administrada, faz-se necessário realizar uma alimentação adequada e atividades físicas. Além disso, outros medicamentos podem ser recomendados pelo médico após a avaliação de cada caso.
→ Complicações do diabetes
O diabetes é uma doença que se não for tratada pode evoluir para complicações graves. Como complicações do diabetes temos a doença renal, neuropatia periférica (danos aos nervos periféricos), problemas oculares e problemas de pele.
Entre essas complicações, destaca-se o comprometimento dos rins. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, o diabetes mellitus é uma das maiores causas de doença renal com necessidade de realizar diálise. Ainda de acordo com informações dessa Sociedade, cerca de 25% das pessoas com diabetes tipo I e 5 a 10% dos portadores do diabetes tipo II desenvolve insuficiência renal.
Para controlar o quadro de hiperglicemia, muitas pessoas necessitam utilizar insulina.
Vale destacar que apesar de apresentar complicações graves, o paciente com diabetes pode ter uma vida normal se seguir corretamente as indicações do médico. Outro ponto importante é o início precoce do tratamento, portanto, é necessário realizar com frequência exames de rotina, principalmente, se a pessoa apresenta alguns dos fatores de risco para a doença.