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Esclerose múltipla

Esclerose múltipla acomete pessoas com idade entre 20 e 50 anos e caracteriza-se pela perda da bainha de mielina presente nos axônios, causando transtornos neurológicos.
Representação de como a esclerose múltipla afeta os neurônios.
A esclerose múltipla provoca a desmielinização dos neurônios.

Esclerose múltipla é uma doença que afeta o sistema nervoso, mais precisamente os nossos neurônios. Nela se observa a destruição da mielina, substância que serve como isolante elétrico e atua diretamente na propagação do impulso nervoso. Com essa perda, vários distúrbios neurológicos são desencadeados. Veja, a seguir, mais sobre esclerose múltipla, seus sintomas e tratamento.

Leia mais: Neurônios – componentes, função e tipos

O que é esclerose múltipla?

A esclerose múltipla é uma doença neurológica, inflamatória, autoimune (disfunção em que o sistema imunológico volta-se contra o organismo do próprio indivíduo) e crônica que afeta o sistema nervoso central, provocando a desmielinização dos neurônios. Após a perda da mielina, observa-se o desenvolvimento de um processo inflamatório.

Essas áreas, posteriormente, formarão uma cicatriz, porém nelas o tecido não apresentará as mesmas funções desempenhadas. As áreas mais afetadas por essa doença são a medula cervical, o nervo óptico, o tronco cerebral e a substância branca periventricular, e sua evolução é imprevisível.

Apesar de afetar o sistema nervoso, é importante destacar que a esclerose múltipla não pode ser classificada como uma doença mental. Além disso, ela não é contagiosa e não pode ser prevenida.

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), existem cerca de 35 mil brasileiros com a doença. Essa doença afeta, principalmente, pessoas com idade compreendida entre 20 e 50 anos, sendo, portanto, uma doença que afeta jovens. Além disso, é mais comum em mulheres que homens.

Saiba mais: Células da glia - produção da bainha de mielina em neurônios, entre outras funções

Vale destacar que as causas da esclerose múltipla não são bem conhecidas. Pesquisadores acreditam, no entanto, que essa doença esteja relacionada com fatores genéticos e fatores ambientais. Entre os fatores ambientais estão: tabagismo, deficiência de vitamina D e infecções virais.

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Quadro clínico da esclerose múltipla

A esclerose múltipla afeta o sistema nervoso central e, portanto, apresenta um quadro clínico extremamente amplo. A gravidade dos sintomas é também variável, sendo possível observar formas mais brandas e outras extremamente agressivas.

Dentre os principais sintomas iniciais dessa doença, podemos citar fraqueza, espasticidade (alteração no tônus muscular), comprometimento do equilíbrio e da coordenação, formigamento, adormecimento, embaçamento visual, dores crônicas, disfunção sexual e alteração esfincteriana (incontinência ou retenção urinária e fecal).

Alguns pacientes apresentam, ainda, espasmos tônicos, fadiga, alterações do sono, alterações fonoaudiológicas e alterações cognitivas. Não podemos esquecer-nos dos transtornos emocionais que podem ser causados pela doença, tais como depressão, transtorno de humor, irritabilidade, e ansiedade.

Diferentemente do que muitos pensam, nem todas as pessoas com esclerose múltipla terão a necessidade de utilizar cadeira de rodas.
Diferentemente do que muitos pensam, nem todas as pessoas com esclerose múltipla terão a necessidade de utilizar cadeira de rodas.
  • Formas de evolução clínica

A esclerose múltipla apresenta quatro formas de evolução clínica. São elas:

Remitente recorrente: Nessa forma, a mais comum, observa-se surtos (momento em que os sintomas manifestam-se de maneira acentuada) seguidos por um nível de melhora, que pode ser parcial ou total.

Primariamente progressiva: Nessa forma verifica-se uma progressão da doença, com acúmulo dos sintomas, porém sem que ocorra nenhum momento de surto bem definido.

Secundariamente progressiva: Ocorre quando o paciente desenvolve a fase progressiva após um início com surtos.

Primariamente progressiva com surto: É a forma clínica mais rara. Apresenta evolução progressiva e presença de surtos.

Diagnóstico da esclerose múltipla

O diagnóstico da esclerose múltipla baseia-se em achados clínicos e laboratoriais. Entre os exames que podem ser solicitados estão a ressonância magnética e o exame de coleta de líquido. O médico responsável por realizar esse diagnóstico é o médico neurologista.

Leia também: Esclerose Lateral Amiotrófica ou ELA - conceito e características

Tratamento da esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença que não apresenta cura, portanto, os medicamentos utilizados no paciente não são para essa finalidade. O tratamento da esclerose múltipla tem como objetivo reduzir a atividade inflamatória, evitar o surgimento de lesões no sistema nervoso central e também garantir uma diminuição dos surtos da doença.

Além disso, o tratamento visa garantir o alívio dos sintomas da doença, como dores e fadiga, e, desse modo, uma melhoria da qualidade de vida do paciente. Vale destacar que o tratamento é baseado no uso de medicamentos bem como no acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, incluindo terapias, como fisioterapia, terapia ocupacional, apoio psicológico e fonoterapia.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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