Vitamina D
Vitamina D é um termo usado para definir um grupo de moléculas formadas por quatro anéis, derivados do colesterol, com diferentes cadeias laterais. Ela pode ser encontrada sob duas formas: ergocalciferol (vitamina D2) e colecalciferol (vitamina D3). A seguir conheceremos mais sobre a vitamina D, suas funções no organismo e os problemas desencadeados por sua deficiência.
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Formas da vitamina D
A vitamina D pode ser encontrada em duas formas, as quais se diferenciam pela sua origem e estrutura. Veja mais sobre tais formas:
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Vitamina D2 ou ergocalciferol: proveniente de plantas e fungos, é sintetizada por meio da ação da radiação ultravioleta do Sol sobre o esteroide chamado ergosterol. É produzida comercialmente irradiando o ergosterol presente em cogumelos. Características marcantes na sua estrutura é o fato de que ela apresenta uma dupla ligação entre os carbonos 22 e 23 e a presença de um grupo metil no carbono 24.
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Vitamina D3 ou colecalciferol: é sintetizada pela ação dos raios ultravioletas do Sol que convertem o 7-deidrocolesterol em pré-vitamina D3 e depois em colecalciferol. É produzida por animais, incluindo o ser humano, sendo sintetizada na pele. No que diz respeito a sua estrutura, destaca-se por apresentar uma ligação simples entre os carbonos 22 e 23 e não apresentar grupo metil no seu carbono 24, característica esta observada na vitamina D2.
Tanto o colecalciferol quanto o ergocalciferol são transportados, por meio da proteína ligadora da vitamina D, até o fígado. Nesse órgão sofrem modificações e formam o calcidiol, a forma de depósito da vitamina. Posteriormente o calcidiol segue para os rins, nos quais forma o calcitriol, que é a forma metabolicamente ativa da vitamina D.
Funções da vitamina D
A vitamina D apresenta um papel fundamental na homeostasia do cálcio e no metabolismo ósseo, garantindo a formação de ossos saudáveis. Essa vitamina atua em várias partes do organismo, como: no intestino delgado, aumentando a absorção de cálcio e fósforo; nos rins, nos quais garante um aumento na reabsorção renal do cálcio; e nos ossos, em que atua garantindo a mineralização óssea e a multiplicação e diferenciação dos condrócitos (células do tecido cartilaginoso).
Principais fontes de vitamina D
A vitamina D pode ser obtida pelo organismo de duas formas: alimentação e síntese cutânea. Apesar do que muitos pensam, a alimentação contribui pouco para nossa obtenção dessa vitamina, cerca de 90% dela são provenientes da síntese cutânea. Não obstante, a alimentação é especialmente importante para habitantes de regiões de clima temperado, idosos e pessoas institucionalizadas. Dentre os alimentos ricos em vitamina D, podemos citar salmão, óleo de fígado de bacalhau, sardinha, atum e fígado de boi.
No que diz respeito à síntese cutânea, é necessário frisar que é fundamental a exposição ao Sol, entretanto, vários fatores impedem que essa síntese ocorra de maneira adequada. Entre os fatores que reduzem-na estão uso de roupas que cobrem grande parte do corpo, uso de protetores solares, pouca exposição ao Sol e poluição atmosférica. Vale destacar ainda que o tempo de exposição adequado e o quanto do corpo deve estar exposto no momento são questões difíceis de serem definidas.
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Deficiência da vitamina D
A deficiência ou insuficiência de vitamina D é um distúrbio muito comum que afeta cerca de 1 bilhão de pessoas em todo mundo. A depender da população que está sendo analisada, a hipovitaminose D pode acometer mais de 90% dos indivíduos.
Em crianças, a falta de vitamina D é responsável por desencadear uma mineralização óssea inadequada, o que desenvolve o raquitismo. Essas crianças apresentam seu crescimento ósseo afetado por retardo no desenvolvimento e deformidades no esqueleto, como membros curvados. Nos adultos, a falta de vitamina D também leva a um defeito na mineralização óssea chamado osteomalácia.
É importante destacar que alguns estudos relacionam a deficiência de vitamina D com doenças, como esclerose múltipla, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, diabetes mellitus tipo 1, alergia alimentar, depressão, e vários tipos de câncer.
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Avaliação dos níveis de vitamina D
Avalia-se o estado nutricional do indivíduo pela dosagem de calcidiol, que é a forma de depósito dessa vitamina. A forma metabolicamente ativa (calcitriol) não pode ser usada para tal fim. Devido a vários fatores, como meia vida curta, tal forma circula em pequena quantidade e pode apresentar níveis elevados mesmo em caso de hipovitaminose.
É importante dizer que não existe um consenso sobre a suficiência e deficiência de vitamina D. De acordo com o Departamento de Metabolismo Ósseo e Mineral da SBEM, o desejável para a população geral saudável é que o valor seja maior do que 20 ng/mL.
Ainda de acordo com o Departamento, o valor entre “30 e 60 ng/mL é o recomendado para grupos de risco, como idosos, gestantes, pacientes com osteomalácia, raquitismos, osteoporose, hiperparatireoidismo secundário, doenças inflamatórias, doenças autoimunes e renal crônica, e pré-bariátricos”.