Narcolepsia
Narcolepsia trata-se de uma doença crônica que apresenta como sintomas principais a sonolência excessiva diurna e a chamada cataplexia — perda breve e repentina do controle dos músculos voluntários. Não é considerada uma doença rara, acometendo cerca de uma pessoa em cada 2000.
Além da sonolência excessiva durante o dia e a cataplexia, outros sintomas podem estar presentes, como a paralisia do sono, alucinações hipnagógicas-hipnopômpicas e sono noturno fragmentado. A doença não possui cura, mas o diagnóstico correto permite a realização de um tratamento que objetiva reduzir os sintomas da doença e melhorar a qualidade de vida do indivíduo.
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Resumo sobre narcolepsia
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Narcolepsia é uma doença que se caracteriza por uma necessidade incontrolável de dormir.
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Além da sonolência excessiva durante o dia, o paciente pode apresentar cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas-hipnopômpicas e fragmentação do sono.
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O diagnóstico inclui a realização de uma entrevista e dos exames polissonografia noturna, e o teste diurno de múltiplas latências do sono.
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O tratamento da narcolepsia não visa à cura e sim reduzir os sintomas da doença.
O que é narcolepsia?
Narcolepsia trata-se de uma doença que compromete, principalmente, o sono do indivíduo, provocando uma sonolência diurna excessiva e incontrolável. Diferentemente do que se pensa, não se trata de uma doença rara, sendo observada uma prevalência de cerca de 0,5% na população. Em geral, os sintomas surgem entre sete e 25 anos, permanecendo por toda a vida do indivíduo.
O que causa a narcolepsia?
A narcolepsia tem origem hipotalâmica e está associada com fatores genéticos e ambientais. Foi descrita pela primeira vez pelo psiquiatra alemão Westphal em 1877. O médico, no entanto, não utilizou o termo narcolepsia na ocasião, o termo foi usado pela primeira vez por Jean Baptiste Édouard Gélineau, um neuropsiquiatra francês.
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Quais são os sintomas da narcolepsia?
A narcolepsia tem os seguintes sintomas: sonolência excessiva diurna, cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas-hipnopômpicas e fragmentação do sono. Veja abaixo cada um deles:
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Sonolência excessiva: está presente em todos os pacientes e pode provocar ataques de sono durante o dia e uma necessidade incontrolável de dormir. Esse sintoma merece bastante atenção, pois a sonolência pode surgir, por exemplo, enquanto o paciente dirige, o que pode causar acidentes graves. Além disso, esses ataques de sono repentino podem provocar acidentes domésticos, como queimaduras e quedas.
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Cataplexia: é um sinal característico da narcolepsia e se caracteriza pelo enfraquecimento súbito, recorrente e reversível da musculatura esquelética. Essa perda do controle voluntário dos músculos normalmente não é acompanhada de perda de consciência e é desencadeada por situações de conteúdo emocional.
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Paralisia do sono: pode acontecer quando o paciente adormece ou acorda e consiste na incapacidade de se movimentar por alguns segundos. Nesses casos, a consciência permanece preservada, portanto, a incapacidade de se movimentar pode ser assustadora para algumas pessoas.
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Alucinações hipnagógicas-hipnopômpicas: são alucinações que acontecem ao adormecer ou acordar. Essas alucinações podem ser manifestar, por exemplo, com a sensação de estar fora do corpo.
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Fragmentação do sono: como a expressão indica, caracteriza-se, por exemplo, por múltiplos despertares e uma intensa movimentação durante o sono.
Além dos sintomas citados, os pacientes com narcolepsia podem apresentar outras manifestações, como déficits cognitivos, obesidade, diabetes tipo II, pesadelos, parassonias, depressão e ansiedade.
Como descobrir se uma pessoa tem narcolepsia?
A narcolepsia nem sempre é fácil de ser diagnosticada, uma vez que a sonolência é um sintoma que pode surgir em diferentes doenças. Para tanto, o médico realizará uma entrevista com a aplicação de um questionário a fim de avaliar a gravidade da sonolência.
Para a confirmação do diagnóstico, faz-se necessária a realização de exames para avaliar o sono noturno e diurno. Os exames a serem feitos em pacientes com suspeita de narcolepsia são a polissonografia noturna e o teste diurno de múltiplas latências do sono.
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Narcolepsia tem cura?
O tratamento da narcolepsia não visa à cura e sim à redução dos sintomas da doença. Poderá ser feito com mudanças no comportamento do indivíduo, bem como pelo uso de medicamentos. No que diz respeito ao tratamento comportamental, este inclui: manter horários regulares para dormir; organizar cochilos durante o dia para melhorar o estado de alerta; e realizar atividades relaxantes antes do horário de dormir. Já os medicamentos são recomendados para controlar a sonolência excessiva e a cataplexia.