Dolina
A dolina é uma feição geomorfológica caracterizada por uma formação arredondada e profunda do relevo. Ela é característica de zonas geográficas com relevo cárstico e solo calcário. A formação das dolinas dá-se por meio da erosão química das rochas e dos solos, que provoca o rebaixamento do relevo. Elas são resultantes da ação natural do ambiente, mas também podem ser causadas pela intervenção humana no meio.
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Resumo sobre dolina
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As dolinas são formadas por meio da ação da água, especialmente da chuva, que em contato com solos calcários promove o rebaixamento do relevo.
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Essas formações são típicas de zonas geográficas de relevo cárstico e são caracterizadas pelo formato arredondado de suas bordas.
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As dolinas são classificadas em dois tipos distintos: dolinas de subsistência lenta e dolinas de colapso.
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A ocorrência de dolinas no Brasil não é tão comum, em razão das características geológicas e pedológicas do território do país.
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A Dolina Buraco das Araras, situada na cidade de Jardim (Mato Grosso do Sul), é a maior formação desse tipo no Brasil.
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A maior dolina do mundo está localizada na China, na cidade de Chongqing, e é chamada de Xiaozhai Tiankeng.
Formação das dolinas
A formação de dolinas ocorre especialmente em zonas de relevo cárstico e com forte influência da água da chuva. A combinação química entre a água precipitada e o solo calcário resulta em um processo de erosão química, chamada comumente de dissolução química, que altera as formações das rochas presentes no relevo, formando grandes cavidades. Esse processo pode inclusive acontecer em grandes áreas, formando diversas depressões (formas de relevo rebaixadas), que podem ser caracterizadas pela presença de elementos como água ou vegetação.
Quais são as características das dolinas?
As dolinas são formações geomorfológicas de depressão das rochas e dos solos caracterizadas pela constituição de uma circunferência que ocorre especialmente em zonas pedológicas calcárias.
Essa formação é típica de zonas cársticas, onde predominam processos erosivos como a dissolução química, que é muito comum em solos de origem calcária. As dolinas podem ser preenchidas por meio de água, vegetação ou solo. Tradicionalmente, as dolinas apresentam grande profundidade e relativo diâmetro.
Elas podem, junto a outras dolinas, formar grandes sistemas de relevo de depressão, que são inclusive explorados, seja por meio de atividades mineradoras ou relacionadas ao turismo e ao esporte.
Tipos de dolinas
As dolinas são classificadas especialmente conforme o processo que origina a depressão de relevo que gera essa feição geomorfológica. Nesse sentido, os tipos mais comuns de dolinas são:
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Dolinas de subsistência lenta: esse tipo de dolina ocorre por meio do processo de formação tradicional dessa feição de relevo, ou seja, pela erosão química causada especialmente pela água da chuva em zonas cársticas de solos calcários. Esse processo ocorre de forma lenta, por meio da fraturação gradual da rocha e consequente rebaixamento do relevo local.
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Dolinas de colapso: esse tipo de dolina, ao contrário do anterior, ocorre de forma rápida e instantânea, em geral atrelada à ocorrência de deslizamentos e desmoronamentos de terra. Nesse processo, há uma formação de grandes aberturas em relação à rocha, sendo muito comum em zonas cársticas com presença de cavernas, gerando inclusive novas grutas.
Importante: Deve-se destacar que, apesar de um processo predominantemente natural, que conta com elementos da natureza, como a água fluvial e pluvial, as dolinas também podem ser formadas pela ação humana. Nesse caso, o processo de formação de dolina é ocasionado em razão especialmente de vazamentos das redes de água e esgoto, que promovem a erosão subterrânea do solo urbano. Esse processo também ocorre em zonas urbanas anteriormente ocupadas por minas ou ainda por estruturas subterrâneas abandonadas, como túneis rodoviários e tubulações de usos diversos.
Dolinas no Brasil
No Brasil, a ocorrência de dolinas não é tão comum, estando mais restrita a regiões rurais do país ou a áreas de relevo cárstico. A condição geológica e pedológica brasileira, com formas de relevo bastante antigas e erodidas, dificulta a existência desse tipo de feição geomorfológica no território nacional.
Tradicionalmente, os registros de dolinas no Brasil estão atrelados às zonas geográficas de relevo cárstico e solo calcário, como a Chapada Diamantina (Bahia) e o Vale do Ribeira (São Paulo), além de diversas localidades do estado de Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
São raras as pesquisas acadêmicas que trabalham essa temática geológica no contexto brasileiro. No mesmo sentido, poucas dolinas brasileiras são exploradas, tanto em termos de mineração quanto turísticos. A Dolina da Água Milagrosa, uma grande formação de dolina que possui água no seu interior, localizada na cidade de Cáceres (Mato Grosso), é uma das mais conhecidas de todo o Brasil. Já a Dolina Buraco das Araras, situada na cidade de Jardim (Mato Grosso do Sul), é considerada uma das maiores dolinas em extensão do mundo.
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Maiores dolinas do mundo
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Xiaozhai Tiankeng: a maior dolina do mundo está localizada na China, na cidade de Chongqing, e é chamada de Xiaozhai Tiankeng. Ela possui cerca de 662 metros de profundidade e é chamada localmente de “Buraco do Céu”. As regiões mundiais de relevo cárstico, como parte da China, Estados Unidos e Canadá, além do território de países como Eslovênia e Eslováquia, são muito favoráveis à formação de dolinas em razão da presença de rochas de origem calcária.
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Buraco das Araras: a segunda maior dolina do mundo está localizada no Brasil, mais precisamente em Jardim (Mato Grosso do Sul), e é chamada de Buraco das Araras. Essa dolina possui cerca de 100 metros de profundidade e 500 metros de circunferência.
Crédito de imagem
[1] Brookqi / Wikimedia Commons (reprodução)