Renascimento Agrícola
No estudo da economia colonial, muitas vezes temos a estranha impressão de que os negócios aqui estabelecidos apareceram de forma diacrônica. Em outros termos, aceitamos facilmente aquela antiga idéia de que a economia colonial viveu diferentes ciclos. Por fim, acabamos por acreditar que o auge e a crise do açúcar nordestino configuram um período que depois perdeu espaço para a extração aurífera dos séculos XVII e XVIII.
Geralmente ficamos perdidos com aquela impressão de que, por exemplo, a economia nordestina inexistia depois da crise do açúcar ou que o Centro-Oeste foi condenado à miséria com o escasseamento de suas reservas auríferas. No entanto, temos que levar em conta que a crise ou enfraquecimento não significou a queda de determinadas atividades agrícolas. O que acontece é que a ótica exploradora da colonização portuguesa enfraquecia por demais a colônia, na medida em que essa vivia em função das condições econômicas de seu mercado externo.
Outras atividades econômicas complementares eram limitadas ou impedidas por uma política que pouco se preocupava com as necessidades inerentes à própria população local. Dessa forma, o auge e a crise eram reflexos de uma economia desprovida de mecanismos que lhe fornecesse maior autonomia. Por isso, é importante frisar como a economia açucareira e outras atividades agrícolas também sofreram oscilações que podem ser mais bem observadas quando destacamos, ao longo do século XVIII, o fenômeno do chamado Renascimento Agrícola.
Esse período da economia colonial surgiu logo depois da euforia da economia aurífera e significou a exploração de outros ramos da economia. Durante o século XVIII, observamos que o advento da Revolução Industrial e o sensível crescimento populacional europeu abriram portas para o aumento no consumo de produtos tropicais. Além disso, as guerras de independência e a política lusitana de aclimatação de novos gêneros agrícolas favoreceram a diversificação da nossa economia.
Com o crescimento da indústria têxtil britânica, regiões do Maranhão, Pará, Goiás e Paraná tornaram-se um dos principais focos da plantação algodoeira mundial. Nesse mesmo período, as antigas plantações de açúcar do Nordeste reacenderam seu ritmo de produção. As guerras de independência do Haiti foram responsáveis pela anulação de um dos principais concorrentes dos senhores de engenho brasileiros.
Na região das minas, a anterior economia focada em ambientes urbanos cedeu espaço para o desenvolvimento da pecuária, o comércio dos laticínios e o cultivo de gêneros agrícolas. Foi nesse período que a tão presente tradição agro-pecuarista da região centro-sul desenvolveu-se. De forma geral, o renascimento agrícola abrangeu um período que vai das últimas décadas do século XVIII até a primeira metade do século XIX.
Essa ascensão de novas e antigas atividades econômicas enfraqueceu-se com a falta de um projeto que abrisse portas para o desenvolvimento de melhores técnicas de exploração e plantio. A grande disponibilidade de terras acabou incentivando um uso descontrolado das regiões férteis. Com isso, o abandono das regiões com solo desgastado, o uso das queimadas e o massivo sistema monocultor acabaram por retrair as novas atividades econômicas desse período.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Geralmente ficamos perdidos com aquela impressão de que, por exemplo, a economia nordestina inexistia depois da crise do açúcar ou que o Centro-Oeste foi condenado à miséria com o escasseamento de suas reservas auríferas. No entanto, temos que levar em conta que a crise ou enfraquecimento não significou a queda de determinadas atividades agrícolas. O que acontece é que a ótica exploradora da colonização portuguesa enfraquecia por demais a colônia, na medida em que essa vivia em função das condições econômicas de seu mercado externo.
Outras atividades econômicas complementares eram limitadas ou impedidas por uma política que pouco se preocupava com as necessidades inerentes à própria população local. Dessa forma, o auge e a crise eram reflexos de uma economia desprovida de mecanismos que lhe fornecesse maior autonomia. Por isso, é importante frisar como a economia açucareira e outras atividades agrícolas também sofreram oscilações que podem ser mais bem observadas quando destacamos, ao longo do século XVIII, o fenômeno do chamado Renascimento Agrícola.
Esse período da economia colonial surgiu logo depois da euforia da economia aurífera e significou a exploração de outros ramos da economia. Durante o século XVIII, observamos que o advento da Revolução Industrial e o sensível crescimento populacional europeu abriram portas para o aumento no consumo de produtos tropicais. Além disso, as guerras de independência e a política lusitana de aclimatação de novos gêneros agrícolas favoreceram a diversificação da nossa economia.
Com o crescimento da indústria têxtil britânica, regiões do Maranhão, Pará, Goiás e Paraná tornaram-se um dos principais focos da plantação algodoeira mundial. Nesse mesmo período, as antigas plantações de açúcar do Nordeste reacenderam seu ritmo de produção. As guerras de independência do Haiti foram responsáveis pela anulação de um dos principais concorrentes dos senhores de engenho brasileiros.
Na região das minas, a anterior economia focada em ambientes urbanos cedeu espaço para o desenvolvimento da pecuária, o comércio dos laticínios e o cultivo de gêneros agrícolas. Foi nesse período que a tão presente tradição agro-pecuarista da região centro-sul desenvolveu-se. De forma geral, o renascimento agrícola abrangeu um período que vai das últimas décadas do século XVIII até a primeira metade do século XIX.
Essa ascensão de novas e antigas atividades econômicas enfraqueceu-se com a falta de um projeto que abrisse portas para o desenvolvimento de melhores técnicas de exploração e plantio. A grande disponibilidade de terras acabou incentivando um uso descontrolado das regiões férteis. Com isso, o abandono das regiões com solo desgastado, o uso das queimadas e o massivo sistema monocultor acabaram por retrair as novas atividades econômicas desse período.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Publicado por Rainer Gonçalves Sousa
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