Arte rupestre

A arte rupestre é a produção artística realizada pelos primeiros seres humanos durante a Pré-História, mais especificamente no Período Paleolítico. Essa arte é representada por meio de pinturas e desenhos feitos em pedras e nas paredes das cavernas usando sangue de animais e secreção de folhas e flores.

Por conta das reduzidas informações sobre o surgimento do ser humano na Terra e seus primeiros desenvolvimentos, a arte rupestre se tornou uma das principais fontes históricas desse período. No Brasil, essa produção artística pode ser encontrada, entre outros lugares, no Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, no Piauí.

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O que é arte rupestre?

A arte rupestre é o termo utilizado por estudiosos da Pré-História para se referir à produção artística realizada pelos primeiros seres humanos durante o Período Paleolítico Superior. São pinturas e gravuras feitas em pedras e paredes das cavernas representando imagens que compunham o cotidiano vivido por eles. Apesar de não haver precisão acerca do tempo em que essa produção artística foi feita, os estudiosos acreditam que se deu por volta de 40 mil a.C.

Por conta das poucas informações que permitem um estudo detalhado sobre a vida dos primeiros agrupamentos humanos, a arte rupestre se tornou uma das principais fontes históricas para compreender a Pré-História.

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Principais características da arte rupestre

Sobre as formas de arte rupestre, sabe-se que:

• são consideradas a primeira representação artística da História;

• podem ser entendidas como formas de comunicação entre os primeiros humanos;

• eram utilizadas nos primeiros rituais religiosos;

• apresentam traços, figuras geométricas e linhas, bem como as impressões dos pés e das mãos dos primeiros humanos.

Quais os tipos de arte rupestre?

Os tipos de arte rupestre são:

• Gravuras rupestres: são gravuras feitas nas pedras e nas rochas registrando imagens do cotidiano dos primeiros humanos. Esse tipo de arte rupestre pode ser encontrado na Pedra do Ingá, na Paraíba.

• Pinturas rupestres: foram imagens feitas nas paredes das cavernas usando pigmentos fabricados por meio de substâncias como sangue de animais, carvão e vegetais.

Quais as temáticas da arte rupestre?

A principal temática da arte rupestre é a vivência dos primeiros seres humanos durante a Pré-História. As imagens produzidas nas paredes das cavernas e nas rochas mostram os animais que os seres humanos viam em suas andanças e que desejavam capturar. Acredita-se que os primeiros rituais religiosos foram registrados nas pinturas rupestres. O significado das pinturas rupestres desperta discussões entre estudiosos. Também se discute sua autenticidade.

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Arte rupestre no Brasil

Os portugueses não foram os primeiros a desembarcarem no Brasil. Acredita-se que os primeiros agrupamentos humanos chegaram ao atual território brasileiro entre os anos de 3 mil a 10 mil anos a.C. Os primeiros habitantes da América teriam atravessado o estreito de Bering, localizado na fronteira entre a Rússia e o Alasca. Durante o inverno, esse estreito congelou, permitindo a passagem desses grupos nômades que tentavam encontrar lugar mais seguro e aquecido para enfrentar a queda nas temperaturas. Dessa forma, a América começou a ser habitada por esses povos, que usaram a arte rupestre para registrar o cotidiano vivido por eles.

No Brasil, essa produção se encontra em grande parte na região Nordeste. Os temas encontrados nas pinturas rupestres abordam a fertilidade, o cotidiano vivido e os utensílios utilizados pelos primeiros seres humanos. Abaixo, segue a lista com os locais onde estão as produções feitas pelos seres humanos pré-históricos que habitaram o Brasil:

• Parque Nacional da Serra da Capivara (Piauí);

• Parque Nacional do Catimbau (Pernambuco);

• Lajedo de Soledade (Rio Grande do Norte);

• Parque Nacional Sete Cidades (Piauí);

• Cariris Velhos (Paraíba);

• Lagoa Santa (Minas Gerais);

• Rondonópolis (Mato Grosso);

• Peruaçu (Minas Gerais).

Descoberta da arte rupestre

Em meados do século XIX, o pensamento de Charles Darwin a respeito da evolução das espécies extrapolou o campo da Biologia e influenciou as pesquisas de outras áreas do conhecimento, como as ciências humanas. Os estudos sobre a origem do ser humano e sua passagem pela Pré-História foram revistos. A teoria criacionista, que versava sobre a origem dos seres vivos considerando o relato registrado no livro bíblico de Gênesis, foi posta à prova. O darwinismo afirmava que os seres que se adaptaram às mudanças do ambiente conseguiram sobreviver.

O arqueólogo espanhol Marcelino Sanz de Sautuola y Pedrueca encontrou em 1879 registros da pintura rupestre na parede de uma caverna localizada em Altamira, na Espanha. Apesar de o local ser visitado por turistas, a arte rupestre ali presente não tinha chamado a atenção dos pesquisadores. Sautuola divulgou sua descoberta no Congresso Pré-Histórico, em Lisboa (Portugal). Porém, os cientistas não foram receptivos com o que fora apresentado e acusaram Sautuola de ter falsificado as pinturas.

Como o darwinismo estava em voga nos estudos científicos, eles não deram crédito à produção artística pré-histórica, porque os seres humanos que viviam nas cavernas supostamente não teriam capacidade para fazer determinados tipos de pinturas, pois não haviam passado pelo processo de evolução. Porém, a descoberta de pinturas rupestres em outras regiões do mundo mostraram o acerto do arqueólogo espanhol, e, em 1902, os críticos tiveram que se retratar.

A descoberta de Sautuola colaborou significativamente para os estudos sobre o Período Paleolítico da Pré-História e a compreensão da vivência dos primeiros seres humanos. A arte rupestre se tornou uma das principais fontes históricas para o estudo da trajetória do ser humano sobre a Terra em seus primórdios. Por isso, a sua preservação é essencial para a continuidade das pesquisas sobre esse período.

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