Darwinismo
Darwinismo é o nome dado à teoria evolucionista baseada nas ideias de Charles Darwin. Assim como outras teorias evolucionistas, o darwinismo defende a descendência com modificação, contrapondo, portanto, a ideia fixista de que as espécies são imutáveis. O darwinismo baseia-se em dois pilares: a ancestralidade comum e a seleção natural. Após os conhecimentos sobre genética serem adicionados às ideias darwinistas, surgiu a teoria que chamamos de neodarwinismo.
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Darwin e A origem das espécies
Darwin foi um importante naturalista britânico que ficou conhecido por sua obra A origem das espécies por meio da seleção natural, publicada em 1859. Nela Darwin tentou explicar os mecanismos que levam às mudanças nas espécies ao longo do tempo e são responsáveis pelo surgimento de novas espécies. Seu trabalho apresenta dois pontos principais: a ancestralidade comum e a seleção natural.
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Ancestralidade comum
Darwin, em seu trabalho, mostrou evidências de que as espécies sofrem mudanças ao longo do tempo e que elas surgem por meio de uma sucessão de ancestrais. Ele utilizou a expressão “descendência com modificação” para explicar essa ideia. Segundo Darwin, as espécies apresentam, portanto, ancestrais comuns e sofrem modificações ao longo do tempo que levam ao surgimento de novas espécies com base nesses ancestrais.
A ancestralidade comum pode ser demonstrada quando observamos, por exemplo, as características homólogas, que possuem semelhanças entre si, mesmo apresentando, algumas vezes, funções diferentes.
Os membros anteriores dos mamíferos são exemplos de estruturas homólogas. Quando comparamos os membros dos seres humanos, dos cachorros, das baleias e dos morcegos, percebemos que, mesmo tendo diferentes funções, eles apresentam os mesmos elementos esqueléticos básicos. Essas estruturas não surgiram de maneira independente em todas essas espécies, sendo, o mais provável, provenientes de um ancestral comum.
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Seleção natural
Outro ponto importante do darwinismo é a ideia de seleção natural. Darwin fez uma série de observações e pôde concluir que as populações apresentam indivíduos com diferentes características, as quais podem ser passadas de uma geração para outra.
Os indivíduos que herdam características que lhes conferem vantagem de sobrevivência, apresentam maior chance de desenvolver-se e reproduzir-se, passando essa característica vantajosa aos seus descendentes. Aqueles que apresentam características menos vantajosas, apresentam menos chance de sobrevivência e também de reprodução. Ao longo das gerações, percebe-se que a característica vantajosa vai aumentando entre os indivíduos devido ao seu maior sucesso reprodutivo.
Podemos exemplificar como a seleção natural atua utilizando o clássico exemplo do pescoço da girafa. De acordo com as ideias de Darwin, existiam girafas de pescoço longo e girafas de pescoço curto. As girafas de pescoço curto apresentavam maior dificuldade de conseguir alimento em locais mais altos, quando os vegetais mais baixos estavam escassos. As girafas de pescoço longo apresentavam vantagem, uma vez que conseguiam alimentar-se em árvores com a copa mais alta.
Ao longo do tempo, observou-se um aumento da população de girafas de pescoço longo, uma vez que elas tinham maior chance de sobrevivência e de reprodução, passando essa características aos seus descendentes.
Darwin considerou a seleção natural como o principal mecanismo que leva à modificação das espécies ao logo do tempo. Vale destacar que, apesar de explicar o mecanismo de seleção natural, Darwin não tinha conhecimentos sobre genética e, portanto, não compreendia a forma como as características eram passadas para as gerações seguintes. Caso queira aprofundar-se nesse importante macanismo, leia: Seleção natural.
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Neodarwinismo
O darwinismo baseia-se na ideia de que os organismos mudam ao longo do tempo e que o meio, por ação da seleção natural, seleciona os organismos mais adaptados, os quais apresentam maior chance de deixar descendentes.
O neodarwinismo, por sua vez, considera a seleção natural como um importante mecanismo de modificação dos seres vivos, contudo novos conhecimentos trazidos pela genética foram adicionados, sendo a teoria de Darwin complementada, por exemplo, com as famosas leis de Mendel e o conhecimento sobre mutações. O neodarwinismo, também chamado de teoria sintética da evolução, surgiu no início do século XX e é, até o momento, a ideia evolucionista mais aceita.