Arquitetura e escultura grega
Os gregos tinham o costume de utilizar as suas expressões artísticas como meio de falar sobre a composição de seus valores religiosos. Os templos eram marcados por um visível arranjo arquitetônico e as várias esculturas representavam as formas de várias divindades gregas. Entre outras características, podemos destacar que os gregos tinham uma grande preocupação em privilegiar conceitos que primavam pela interação entre o equilíbrio, a beleza e a simplicidade.
Percorrendo o processo de desenvolvimento da escultura grega, percebemos que durante o período arcaico, as estátuas gregas tinham uma visível influência dos padrões estéticos egípcios. Nessa fase, muitas estátuas eram construídas para homenagear a vitória de algum atleta ou o feito de algum soldado heroicamente morto no campo de batalha. Do ponto de vista estético, notamos que as estátuas do período arcaico tinham uma postura bastante rígida e o rosto não sinalizava expressão alguma.
Quando atingimos o período clássico temos o auge do desenvolvimento no campo da escultura. As formas ganham um tom mais realista ao explorar de forma mais apurada o movimento, o volume e as proporções. Comparado ao período anterior, a capacidade de reprodução do corpo humano e das vestimentas ofereciam maior expressividade às obras. Nessa época, destacamos o trabalho do escultor Fídias (490 – 430 a.C.), que embelezou Atenas com várias estátuas e monumentos.
O último período que demarca a trajetória da escultura grega se desenvolveu ao longo da dominação macedônica. Nesse momento, o contato com outras culturas e o gosto do imperador Alexandre pelo desenvolvimento das expressões artísticas abriu caminho para possibilidades estéticas bastante complexas. Além de preservar as medidas harmoniosas, a escultura desse período também se preocupou em reproduzir os sentimentos humanos, como o medo, a dor e a angústia.
No campo da arquitetura, podemos destacar o desenvolvimento de técnicas de construção bastante interessantes. Em várias obras percebemos o uso de pedras talhadas que se encaixavam umas nas outras. Por meio dessa inovação, as construções gregas dispensavam o uso da argamassa. Os templos, maiores representantes da arquitetura grega, eram divididos em três partes: o vestíbulo, a sala do deus (também chamada de nau) e o tesouro.
Outra particularidade da arquitetura grega pode ser notada através dos diferentes tipos de coluna que ornamentavam as construções do período. O estilo dórico possuía acabamento simples e destino mais funcional. Em contrapartida, as colunas jônicas eram mais bem acabadas e trabalhavam com maior número de detalhes no topo e ao longo da coluna. Por fim, ainda contamos com o estilo coríntio, que possuía em seu capitel formas e ornamentos exuberantes.
Entre os mais conhecidos arquitetos da Grécia Antiga, podemos destacar o trabalho desempenhado por Calícrates e Ictinius. Trabalhando de forma conjunta, esses dois arquitetos participaram da elaboração e execução do projeto do impressionante templo de Palas Atena. Assim como na escultura, também devemos relacionar boa parte das construções gregas ao período em que a cidade-Estado de Atenas dispôs de amplos recursos para a realização das mais diferentes obras arquitetônicas.
Por Rainer Sousa
Mestre em História