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Santa Aliança

A Santa Aliança foi uma coalizão formada em 1815, durante o Congresso de Viena, com o intuito de preservar a ordem política e social na Europa pós-napoleônica.
Caricatura representativa da Santa Aliança.
A Santa Aliança foi uma coalizão formada em 1815, durante o Congresso de Viena.

A Santa Aliança foi uma coalizão formada em 1815, durante o Congresso de Viena, por Rússia, Áustria e Prússia, com o intuito de preservar a ordem política e social na Europa pós-napoleônica. Surgiu como resposta aos desafios apresentados pelos ideais revolucionários que surgiram durante a Revolução Francesa e foram disseminados por Napoleão Bonaparte durante suas campanhas militares. Essa aliança tinha como principal objetivo manter a supremacia das monarquias absolutistas e suprimir qualquer movimento considerado subversivo ou revolucionário.

Leia também: Congresso de Viena — detalhes sobre a série de conferências realizadas por países europeus após as Guerras Napoleônicas

Resumo sobre a Santa Aliança

  • A Santa Aliança foi uma coalizão formada em 1815 entre Rússia, Áustria e Prússia para preservar a ordem absolutista na Europa pós-napoleônica.

  • Após as Guerras Napoleônicas, o Congresso de Viena em 1815 buscou restaurar a ordem na Europa, promovendo a estabilidade política e social.

  • Os principais membros da Santa Aliança foram a Rússia, Áustria e Prússia, governadas por líderes conservadores e monarquistas que temiam a disseminação de ideais revolucionários.

  • A Santa Aliança tinha como objetivos principais preservar a ordem política estabelecida em Viena, suprimir movimentos revolucionários e promover os valores conservadores e monarquistas na Europa.

  • A Santa Aliança gradualmente perdeu relevância ao longo do século XIX devido ao fortalecimento dos ideais liberais e nacionalistas, culminando no colapso definitivo com o início da Primeira Guerra Mundial em 1914.

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Contexto histórico da Santa Aliança

No rescaldo das Guerras Napoleônicas, a Europa estava em um estado de turbulência política e social. O Congresso de Viena, realizado entre 1814 e 1815, foi uma tentativa das principais potências europeias de restaurar a estabilidade e o equilíbrio de poder na região após os tumultos causados pelas campanhas militares de Napoleão Bonaparte.

Durante o Congresso de Viena, as nações europeias buscaram redefinir as fronteiras territoriais e reafirmar a supremacia das monarquias absolutistas. Esse período foi marcado por negociações diplomáticas complexas e intensas, nas quais as potências vitoriosas tentaram conciliar seus interesses divergentes e estabelecer um novo equilíbrio de poder na Europa pós-napoleônica.

O que foi a Santa Aliança?

A Santa Aliança foi uma aliança formada em 1815, durante o Congresso de Viena, pelos monarcas da Rússia, Prússia e Áustria. Seu principal objetivo era preservar a ordem política e social estabelecida na Europa após as Guerras Napoleônicas, defendendo os princípios do conservadorismo e da monarquia absolutista.

Essa aliança foi oficialmente proclamada em 26 de setembro de 1815, como uma manifestação dos esforços das potências europeias para evitar a disseminação dos ideais revolucionários que haviam surgido durante a Revolução Francesa e o subsequente período napoleônico.

Participantes da Santa Aliança

Os principais participantes da Santa Aliança foram o czar Alexandre I da Rússia, o imperador Francisco I da Áustria e o rei Frederico Guilherme III da Prússia. Esses monarcas compartilhavam uma visão conservadora e reacionária da ordem política e social, e estavam determinados a suprimir qualquer tentativa de revolta ou rebelião que ameaçasse a estabilidade das monarquias europeias.

Embora tenha sido inicialmente concebida como uma aliança entre os três principais monarcas absolutistas, outros governantes europeus foram convidados a aderir à Santa Aliança ao longo do tempo. No entanto, a adesão de outros países foi principalmente simbólica, e o poder real da aliança permaneceu nas mãos das três potências originais.

Mapa mostrando a Santa Aliança em 1840. [1]
Mapa mostrando a Santa Aliança em 1840. [1]

Objetivos da Santa Aliança

Os objetivos da Santa Aliança refletiam as preocupações das potências europeias do período pós-napoleônico. Em primeiro lugar, a aliança buscava preservar a ordem política estabelecida no Congresso de Viena, que havia restaurado as monarquias absolutistas e reprimido as aspirações nacionalistas e democráticas que haviam surgido durante as guerras napoleônicas.

Além disso, a Santa Aliança tinha como objetivo promover a cooperação entre as potências europeias para conter qualquer tentativa de expansão do liberalismo político ou do nacionalismo revolucionário. Isso incluía a supressão de revoltas populares e a intervenção militar em países onde os princípios da ordem estabelecida estivessem sob ameaça.

Por fim, a Santa Aliança também tinha uma dimensão religiosa, com os monarcas envolvidos na aliança expressando o desejo de promover os valores cristãos e defender a Igreja Católica contra os desafios do secularismo e do racionalismo que surgiram durante o Iluminismo e a Revolução Francesa.

Acesse também: Absolutismo — detalhes sobre o sistema político marcado pelo poder absoluto dos monarcas

Fim da Santa Aliança

Apesar de sua influência inicial, a Santa Aliança gradualmente perdeu relevância ao longo do século XIX. À medida que os ideais liberais e nacionalistas ganharam força na Europa, as potências absolutistas que compunham a aliança tornaram-se cada vez mais isoladas e impopulares entre seus próprios súditos.

A revolução liberal de 1848, que varreu grande parte da Europa, representou um desafio significativo para a ordem estabelecida e demonstrou a incapacidade da Santa Aliança de conter o crescente ímpeto pela mudança política e social. Além disso, o surgimento de potências emergentes, como a Grã-Bretanha e a França, minou ainda mais a hegemonia das potências continentais que haviam formado a aliança.

O advento da Primeira Guerra Mundial em 1914 marcou o fim definitivo da Santa Aliança, à medida que as antigas rivalidades entre as potências europeias ressurgiram em uma escala ainda maior. Após o colapso das monarquias alemã, austro-húngara e russa ao final da guerra, a ordem política e social na Europa foi redefinida mais uma vez, deixando para trás as ideias conservadoras e absolutistas que haviam motivado a formação da Santa Aliança.

Exercícios resolvidos sobre Santa Aliança

Questão 1

Durante o Congresso de Viena em 1815, diversas medidas foram tomadas para restaurar a ordem política na Europa após as Guerras Napoleônicas. Uma dessas medidas foi a formação de uma aliança entre algumas potências europeias, conhecida como Santa Aliança. Qual foi o principal objetivo dessa aliança?

A) Promover a independência de colônias europeias na América.

B) Estabelecer uma república federativa na Europa.

C) Preservar a ordem absolutista e suprimir movimentos revolucionários.

D) Expandir o domínio colonial europeu na África.

E) Fortalecer o comércio internacional e as relações diplomáticas.

Resolução:

Alternativa C.

Durante o Congresso de Viena, a formação da Santa Aliança representou um esforço das potências europeias para conter a propagação de ideais revolucionários e manter a ordem política estabelecida. A aliança buscava preservar a supremacia das monarquias absolutistas na Europa pós-napoleônica.

Questão 2

A Santa Aliança, formada após as Guerras Napoleônicas, teve como principais participantes três das potências europeias da época. Quais foram essas potências?

A) Inglaterra, Espanha e Itália.

B) Rússia, Prússia e França.

C) Áustria, Rússia e Estados Unidos.

D) Rússia, Áustria e Prússia.

E) França, Itália e Bélgica.

Resolução:

Alternativa D.

Os principais participantes da Santa Aliança foram Rússia, Áustria e Prússia. Essas potências formaram a coalizão com o objetivo de preservar a ordem política e social na Europa pós-napoleônica e suprimir qualquer movimento considerado revolucionário.

Crédito de imagem

[1] Cukrakalnis / Wikimedia Commons (Imagem editada: A legenda do mapa foi inserida na imagem.)

Fontes

ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 2009.

MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto, 2017.

Publicado por Tiago Soares Campos

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