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Conclave

Conclave é a eleição realizada pela Igreja Católica para determinar a escolha do novo papa. 120 cardeais se reúnem no Vaticano para eleger o novo pontífice.
Ilustração retratando o conclave, nome da eleição organizada pela Igreja Católica para eleger um novo papa.
Conclave é o nome da eleição organizada pela Igreja Católica para eleger um novo papa. [1]

O conclave é o nome do sistema eleitoral utilizado pela Igreja Católica para determinar a escolha de um novo papa. A eleição para escolha de um papa está estabelecida na Igreja Católica desde o século XI, mas foi somente a partir do século XIII que esse sistema passou a ser conhecido como conclave.

No conclave, os cardeais eleitores, um total de 120, ficam isolados do mundo externo, reunindo-se quatro vezes por dia para votar em um sucessor. O conclave se encerra quando uma pessoa recebe 80 votos, isto é, 2/3 dos votos. O vencedor do conclave deve aceitar o pontificado antes de ser anunciado e deve escolher um nome.

Leia também: Catolicismo — detalhes sobre uma das religiões mais antigas do mundo

Resumo sobre conclave

  • Conclave é o nome da eleição organizada pela Igreja Católica para eleger um novo papa.

  • A Igreja Católica estabeleceu as eleições como meio de escolha do papa no século XI, e, desde o século XIII, esse sistema é chamado de conclave.

  • No conclave, os cardeais eleitores se reúnem na Capela Sistina para escolher o novo pontífice.

  • Uma pessoa só é eleita se receber 2/3 dos votos, isto é, 80 votos.

  • Finalizado o conclave, a Igreja Católica informa os fiéis lançando uma fumaça branca da chaminé da Capela Sistina.

O que é o conclave?

O conclave é a eleição realizada pela Igreja Católica para determinar a escolha do novo papa, o líder da Santa Sé e o grande nome do catolicismo no planeta. O conclave é realizado quando o papa falece ou quando ele abdica de sua função, deixando vaga a posição de papa. Participam do conclave todos os cardeais que são considerados eleitores do Colégio de Cardeais.

Atualmente, o conclave é formado por 120 cardeais eleitores que se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, para votar a escolha do novo papa. O sistema de eleições para escolha do novo papa foi estabelecido pela Igreja Católica no século XI, com o objetivo de deixar mais organizada e clara a sucessão papal.

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Esse sistema, no entanto, foi modificado consideravelmente, e o atual modelo de conclave surgiu no século XIII. A palavra conclave é originária do latim, sendo traduzido como “com chave”, uma referência ao fato que os cardeais eleitores eram trancados na Capela Sistina até que um novo papa fosse eleito.

A Igreja Católica determina que a pessoa eleita como papa deve conquistar 2/3 dos 120 votos disponíveis no conclave.

Como ocorre o conclave?

Capela Sistina, o local onde acontece os conclaves.
A Capela Sistina é o local onde acontece os conclaves. [2]

O conclave é iniciado sempre que um papa falece ou renuncia sua posição como Sumo Pontífice. Depois da renúncia ou do falecimento, o comando da Igreja Católica é transferido para o camerlengo, que preside o Sacro Colégio de Cardeais e que fica responsável por cuidar da Santa Sé em momentos como esse.

O camerlengo também cuida dos bens da Igreja, mas, no contexto do conclave, ele também fica responsável por esse evento. Com a vacância na posição do papa, a Igreja Católica tem de 15 a 20 dias para dar início ao conclave, sendo que os cardeais que participarão da votação ficam acomodados em um local chamado Domus Sanctae Marthae.

Domus Sanctae Marthae, local onde os cardeais eleitores ficam acomodados durante o conclave.
O Domus Sanctae Marthae é o local onde os cardeais eleitores ficam acomodados durante o conclave. [3]

Os cardeais eleitores ficam completamente isolados, não podendo ter acesso a nenhum tipo de notícia sobre o que se passa no mundo durante o período de realização do conclave. No primeiro dia do conclave, é realizada uma eleição, e, não havendo eleito com 2/3 dos votos, os cardeais ficam marcados de se reunir novamente no dia seguinte.

Partindo disso, do segundo dia do conclave em diante, são realizadas quatro eleições por dia, sendo 2 eleições pela manhã e 2 no período da tarde. Esse ciclo se repete por três dias, e, se ainda não houver vencedor, é tirado um dia para que os cardeais se reúnam em oração e em meditação. Todo esse ciclo se repetirá por até sete vezes.

Depois disso, não havendo ainda eleito com 2/3 dos votos, a Igreja Católica determina que os dois candidatos mais votados da última votação vão para uma disputa final, que se encerrará quando um deles receber 2/3 dos votos. Ao longo do conclave, a cada eleição, a Igreja Católica sinalizará aos fiéis se a eleição terminou com um papa eleito ou não. A chaminé da Capela Sistina emite uma fumaça preta para quando não houver papa eleito e uma fumaça branca para quando houver um novo papa.

Uma vez determinado o novo papa, o camerlengo pergunta ao cardeal se ele aceita o resultado da eleição e se aceita assumir a posição de pontífice. Caso haja o aceite, o conclave é encerrado.

Votação no conclave

O Colégio de Cardeais é formado por aqueles que são eleitores e que participam do conclave, sendo composto por 120 cardeais. Esse número está vigente, desde 1975, quando Paulo VI assim estabeleceu. Os cardeais eleitores, obrigatoriamente, tem menos de 80 anos e se reúnem para o conclave em até 20 dias da vacância da posição de papa.

O primeiro dia do conclave é marcado por apenas uma eleição, e, caso não haja um papa eleito, os cardeais só retornam para votar no dia seguinte. No segundo dia em dia se iniciam o ciclo de quatro votações por dia, sendo que, após o terceiro dia sem um papa eleito, é retirado um dia de “descanso”, no qual os cardeais oram e meditam.

Essas quatro votações são realizadas nos períodos da manhã e da tarde, sendo duas em cada período. Os cardeais recebem uma cédula em que escrevem o nome daquele em quem estão votando. Os cardeais não podem votar em si mesmos, e esse ciclo de eleições de três dias de votação e um para oração e meditação se repete por sete vezes.

Depois disso, uma última fase é realizada com os dois últimos cardeais mais votados. O vencedor será aquele que obter 2/3 dos votos.

Como é anunciada a eleição do novo papa?

Fumaça branca anunciando a escolha do papa Bento XVI após o conclave realizado em 2005. [4]
Fumaça branca anunciando a escolha do papa Bento XVI após o conclave realizado em 2005. [4]

A tradição que se estabeleceu recentemente pela Igreja Católica determina que a chaminé da Capela Sistina seja usada para informar o resultado do conclave. Quando sair fumaça preta, significa que não houve vencedor e que nova disputa acontecerá em breve. Quando sair uma fumaça branca, significa que a Igreja Católica possui um novo papa.

O que acontece após o conclave?

Papa Francisco saudando os fiéis após ser eleito papa no conclave realizado em 2013. [5]
Papa Francisco saudando os fiéis após ser eleito papa no conclave realizado em 2013. [5]

Depois do conclave, um cardeal diácono vai até o público para informar sobre o desfecho das votações do conclave, trazendo informações sobre o novo papa. Nesse momento, é informado o nome pelo qual o novo papa será conhecido. Enquanto isso, o novo papa é investido na posição, usando as roupas designadas para um papa e se encaminhando para a varanda da Capela Sistina, onde vai saudar os fiéis.

Como é escolhido o nome do papa?

A escolha do nome do novo papa que é eleito pelo conclave é definida pela própria pessoa que é eleita para a posição. Em outras palavras, é o próprio papa quem escolhe o nome que ele utilizará durante o seu pontificado. Os papas têm liberdade para escolherem o nome que quiserem, mas optam, ultimamente, por utilizar nome de apóstolos, junções desses nomes ou, então, nome de figuras importantes no cristianismo.

Muitos papas optam por escolher nomes utilizados por papas anteriores, criando uma sucessão. Isso acontece, geralmente, como uma forma de homenagear esses papas. Na Idade Antiga e na Idade Média, por sua vez, era comum que os papas utilizassem o seu próprio nome durante o pontificado.

O costume de trocar o nome do papa se tornou popular a partir do século VI, quando um homem chamado Mercúrio se tornou papa. Ele não queria ser chamado pelo seu nome de origem porque se referia a um deus pagão. Assim, ele alterou seu nome papal para João II.

Quem pode ser o papa?

A Igreja Católica não estabelece critério para determinar quem pode ou não pode ser papa. Na teoria, todos os homens católicos e batizados podem ser eleitos papas, mas, na prática, somente os cardeais eleitores é que recebem votos para a função. É um costume da igreja, desde o século XIV, que só cardeais sejam eleitos.

Acesse também: Papa Francisco — detalhes sobre o atual papa da Igreja Católica

Qual foi o maior conclave da história?

O conclave mais longo da história se estendeu de 29 de novembro de 1268 a 1º de setembro de 1271, encerrando com a eleição do papa Gregório X. Esse conclave totalizou mais de 1000 dias de duração.

Qual foi o menor conclave da história?

O menor conclave da história foi o realizado em 1503, sendo responsável pela eleição do papa Júlio II. Esse conclave teve menos de dez horas de duração, segundo relatos da época.

Lista de conclaves

A lista de conclaves ao longo da história é a seguinte:

Lista de conclaves

Número

Realização

Eleito

1061

Alexandre II

1073

Gregório VII

1086

Vítor III

1088

Urbano II

1099

Pascoal II

1118

Gelásio II

1119

Calisto II

1124

Honório II

1130

Inocêncio II

10º

1143

Celestino II

11º

1144

Lúcio II

12º

1145

Eugênio III

13º

1153

Anastácio IV

14º

1154

Adriano IV

15º

1159

Alexandre III

16º

1181

Lúcio III

17º

1185

Urbano III

18º

1187 (outubro)

Gregório VIII

19º

1187 (dezembro)

Clemente III

20º

1191

Celestino III

21º

1198

Inocêncio III

22º

1216

Honório III

23º

1227

Gregório IX

24º

1241

Celestino IV

25º

1243

Inocêncio IV

26º

1254

Alexandre IV

27º

1261

Urbano IV

28º

1264–1265

Clemente IV

29º

1268–1271

Gregório X

30º

1276 (janeiro)

Inocêncio V

31º

1276 (julho)

Adriano V

32º

1276 (setembro)

João XXI

33º

1277

Nicolau III

34º

1280–1281

Martinho IV

35º

1285

Honório IV

36º

1287–1288

Nicolau IV

37º

1292–1294

Celestino V

38º

1294

Bonifácio VIII

39º

1303

Bento XI

40º

1304–1305

Clemente V

41º

1314–1316

João XXII

42º

1334

Bento XII

43º

1342

Clemente VI

44º

1352

Inocêncio VI

45º

1362

Urbano V

46º

1370

Gregório XI

47º

1378

Urbano VI

48º

1389

Bonifácio IX

49º

1404

Inocêncio VII

50º

1406

Gregório XII

51º

1417

Martinho V

52º

1431

Eugênio IV

53º

1447

Nicolau V

54º

1455

Calisto III

55º

1458

Pio II

56º

1464

Paulo II

57º

1471

Sisto IV

58º

1484

Inocêncio VIII

59º

1492

Alexandre VI

60º

1503 (setembro)

Pio III

61º

1503 (outubro–novembro)

Júlio II

62º

1513

Leão X

63º

1521–1522

Adriano VI

64º

1523

Clemente VII

65º

1534

Paulo III

66º

1549–1550

Júlio III

67º

1555 (abril)

Marcelo II

68º

1555 (maio)

Paulo IV

69º

1559

Pio IV

70º

1565–1566

Pio V

71º

1572

Gregório XIII

72º

1585

Sisto V

73º

1590 (setembro)

Urbano VII

74º

1590 (outubro–dezembro)

Gregório XIV

75º

1591

Inocêncio IX

76º

1592

Clemente VIII

77º

1605 (março–abril)

Leão XI

78º

1605 (maio)

Paulo V

79º

1621

Gregório XV

80º

1623

Urbano VIII

81º

1644

Inocêncio X

82º

1655

Alexandre VII

83º

1667

Clemente IX

84º

1669–1670

Clemente X

85º

1676

Inocêncio XI

86º

1689

Alexandre VIII

87º

1691

Inocêncio XII

88º

1700

Clemente XI

89º

1721

Inocêncio XIII

90º

1724

Bento XIII

91º

1730

Clemente XII

92º

1740

Bento XIV

93º

1758

Clemente XIII

94º

1769

Clemente XIV

95º

1774–1775

Pio VI

96º

1799–1800

Pio VII

97º

1823

Leão XII

98º

1829

Pio VIII

99º

1830–1831

Gregório XVI

100º

1846

Pio IX

101º

1878

Leão XIII

102º

1903

Pio X

103º

1914

Bento XV

104º

1922

Pio XI

105º

1939

Pio XII

106º

1958

João XXIII

107º

1963

Paulo VI

108º

1978 (agosto)

João Paulo I

109º

1978 (outubro)

João Paulo II

110º

2005

Bento XVI

111º

2013

Francisco

Origem e história dos conclaves

As eleições papais se estabeleceram como método de escolha dos papas a partir do século XI e, somente a partir do século XIII, é que ficaram conhecidas como conclaves. Antes do século XI, não havia um sistema determinado para escolha de um novo papa, abrindo espaço para que os novos papas fossem escolhidos de diversas maneiras, incluindo nomeações e eleições.

Em 1059, a Igreja Católica estabeleceu o Colégio de Cardeais, determinando que eles seriam os responsáveis por eleger um novo papa sempre que necessário. O atual cenário conhecido como conclave e marcado pelo isolamento dos cardeais eleitores somente foi estabelecido por meio do Ubi periculum, documento promulgado pelo Papa Gregório X em 1274. Com o passar do tempo, o funcionamento do conclave foi sendo alterado, até chegar à forma como é realizado hoje.

Curiosidades sobre o conclave

  • Ao final de cada eleição, os votos dos cardeais são queimados.

  • Durante o conclave que elegeu Gregório X, três cardeais faleceram.

  • Os dois últimos papas que renunciaram ao pontificado foram: Bento XVI (2013) e Gregório XII (1415).

Créditos de imagem

[1] Semeghini Defendi / Digiteca / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Lux Blue / Shutterstock

[3] Wehwalt / Wikimedia Commons (reprodução)

[4] Tulumnes / Wikimedia Commons (reprodução)

[5] Tenan / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

AQUINO, Felipe. Como funciona o Conclave. Disponível em: https://noticias.cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/conclave/como-funciona-o-conclave/.

REDAÇÃO. A escolha do papa. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/qualquer-um-pode-ser-papa/.

SARTORE, Melissa. Conclave: como um novo papa é eleito na igreja católica? Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2025/01/conclave-como-um-novo-papa-e-eleito-na-igreja-catolica.

Publicado por Daniel Neves Silva

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