Valentina Tereshkova
Valentina Tereshkova foi uma cosmonauta soviética e a primeira mulher a ser enviada ao espaço. Tereshkova tripulou, sozinha, a Vostok 6 em junho de 1963, permanecendo no espaço por quase três dias e percorrendo 48 voltas na órbita terrestre. Atualmente ela ocupa cargos na política da Rússia.
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Primeiros anos
Valentina Tereshkova nasceu no dia 6 de março de 1937, sendo originária de um vilarejo chamado Bolshoye Maslennikovo. Ela pertencia a uma família de camponeses, sendo seu pai, Vladimir Tereshkov, um motorista de trator que faleceu, anos depois do nascimento da filha, enquanto lutava na Guerra de Inverno, conflito travado por União Soviética e Finlândia entre 1939 e 1940.
Sua mãe, Elena Fyodorovna Tereshkova, era uma operária em uma fábrica têxtil, em Yaroslavl, cidade que fica na região central da atual Rússia. A jovem Valentina estudou durante sua infância e adolescência, mas logo começou a trabalhar como operária, primeiro em uma fábrica de pneus e depois em uma fábrica têxtil.
Carreira como cosmonauta
A juventude de Valentina Tereshkova ficou marcada por um acontecimento diretamente relacionado com a Guerra Fria: a corrida espacial. Nela, Estados Unidos e União Soviética disputaram entre si com o objetivo de realizar as maiores inovações possíveis quanto à exploração do espaço.
Valentina Tereshkova nunca havia alimentado o sonho de tornar-se cosmonauta (como os soviéticos referiam-se aos astronautas), mas viu a oportunidade surgir como um desdobramento dessa corrida espacial. Ela tinha experiência com paraquedismo, uma vez que havia aderido a um clube de paraquedistas amador, saltando com certa frequência.
Além disso, ela era engajada no Partido Comunista, inicialmente fazendo parte da liga de jovens, mas depois filiando-se oficialmente ao partido. Foi por esse contato que ela teve conhecimento de um programa que seria desenvolvido pelo governo soviético. Esse programa visava ao envio de mulheres para o espaço.
Tareshkova decidiu se inscrever no programa e foi enviada para uma seleção bastante rígida. O programa como um todo era um segredo de Estado e, portanto, nem mesmo sua mãe poderia saber do treinamento que ela faria. Ao todo, ela passou por uma seleção que escolheu cinco mulheres, entre as 5000 inscritas.
Ao longo de sete meses, Tereshkova passou por um rigoroso treinamento que avaliou sua capacidade física e mental de resistir aos cenários adversos encontrados por um cosmonauta. Entre os testes realizados, constaram testes de isolamento, em centrífugas, de descompressão, de temperatura, e ela praticou como piloto de um jato.
Em dezembro de 1962, as cinco candidatas finais foram escolhidas:
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Valentina Tereshkova
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Valentina Ponomaryova
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Tatyana Kuznetsova
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Zhanna Yorkina
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Irina Solovyova
No final, Valentina Tereshkova foi a escolhida, pois ela tinha certa experiência com paraquedismo e era uma figura ideal para a propaganda soviética. Era vista como a mulher soviética ideal, pois era devotada ao Partido Comunista e tinha uma origem humilde, tendo nascido em uma família de camponeses e sendo uma trabalhadora operária. A escolha foi feita pelo próprio primeiro-secretário do Partido Comunista Nikita Kruschev.
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Vostok 6
Inicialmente, Tereshkova seria enviada ao espaço na espaçonave Vostok 5, e Valentina Ponomaryova faria a missão pela Vostok 6. Entretanto, os planos do governo soviético mudaram radicalmente, e para a Vostok 5 foi nomeado um cosmonauta chamado Valery Bykovsky, enquanto Tereshkova foi escalada para a Vostok 6.
O lançamento da Vostok 6 ocorreu no dia 16 de junho de 1963. Valentina Tereshkova tinha apenas 26 anos, sua viagem ao espaço se estendeu por quase 71 horas e sua espaçonave deu 48 voltas na Terra. Isso fez dela a primeira mulher a viajar ao espaço.
Durante a missão, Tereshkova recebeu o codinome de “gaivota”, e seu retorno foi complicado. Ela seguiu o planejamento, ejetando-se da cápsula em que estava quando alcançou a altura de 6000 metros de altitude. A partir daí, ela fez a descida de paraquedas, sofrendo com o forte vento.
Valentina Tereshkova pousou em uma região fronteiriça do Cazaquistão com a Mongólia e a China, na manhã de 19 de junho. Apesar do feito heroico da operária russa, a União Soviética demorou bastante tempo para enviar outra mulher ao espaço.
O programa espacial que treinava mulheres para tanto foi encerrado em 1969, e a União Soviética somente enviou outra cosmonauta ao espaço em 1982, quando Svetlana Savitskaya foi, em missão, para o espaço na estação espacial Salyut 7. Os Estados Unidos só enviaram a primeira mulher ao espaço em 1983, com Sally Ride a bordo da espaçonave Challenger.
Vida após a viagem espacial
Valentina Tereshkova tornou-se uma personalidade nacional, passando a ser exaltada como heroína soviética. Ela recebeu elogios e foi condecorada pelo próprio Nikita Kruschev, recebendo a Ordem de Lenin e a Herói da União Soviética, duas das maiores honrarias dadas pelo governo soviético. Ela também foi convidada a fazer viagens pelo mundo, contando o seu feito.
A ex-operária continuou bastante engajada no Partido Comunista, sendo membro do Soviete Supremo da União Soviética, membro do Comitê Central do Partido Comunista, presidente do Comitê de Mulheres Soviéticas, entre outros. Ela também conseguiu graduar-se em engenharia, mas nunca mais foi enviada ao espaço.
Posteriormente, com a fragmentação da União Soviética, Valentina Tereshkova procurou se eleger para cargos no Legislativo russo, mas não teve sucesso em duas ocasiões. Em 2011, finalmente, ela conseguiu eleger-se para a Duma Federal, a câmara baixa do Legislativo russo. Atualmente ela está filiada ao mesmo partido que Vladimir Putin, o autocrata que governa a Rússia.
No âmbito pessoal, Valentina Tereshkova casou-se duas vezes. O primeiro casamento aconteceu, em 1963, com o cosmonauta Andrian Nikolayev, tendo uma filha chamada Elena. Ela se divorciou em 1982 e, no mesmo ano, casou-se com Yuli Shaposhnikov.
Créditos das imagens
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