Viktor Orbán
Viktor Orbán é um político húngaro, líder de um partido conservador chamado Fidesz e uma figura importante na política de seu país no século XXI. Foi primeiro-ministro húngaro de 1998 a 2002 e retornou ao poder em 2010, permanecendo na posição de primeiro-ministro desde então. Tem formação em Direito, mas atua na política há décadas.
Na posição de primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán conduziu uma série de reformas que enfraqueceram a democracia húngara, estabelecendo um regime classificado como autocracia eleitoral. Nesse sistema, Orbán impõe uma política reacionária e nacionalista, perseguindo opositores ao seu governo.
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Resumo sobre Viktor Orbán
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Viktor Orbán nasceu em uma família de classe média no interior da Hungria.
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Ganhou popularidade política na década de 1980 ao realizar um discurso contra a influência soviética em seu país.
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Participou da fundação do Fidesz, chegando ao Parlamento húngaro em 1990.
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Alcançou a posição de primeiro-ministro pela primeira vez em 1998, permanecendo até o ano de 2002.
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Retornou à posição de primeiro-ministro em 2010, implantando uma autocracia eleitoral na Hungria.
Origens de Viktor Orbán
Viktor Mihály Orbán nasceu em 31 de maio de 1963, na cidade de Székesfehérvár, na Hungria. Ele é o filho mais velho do casal formado por Győző Orbán, um empreendedor e agrônomo, e Erzsébet Sípos, uma educadora e fonoaudióloga. A família de Orbán era parte da classe média, e ele tem dois irmãos mais novos.
A infância de Orbán foi vivida em diferentes cidades húngaras, além da sua cidade de nascimento. Orbán também viveu em Alcsútdoboz, Felcsút e Vértesacsa. Ele concluiu o Ensino Médio em sua cidade natal, prestou serviço militar por dois anos, e então mudou-se para Budapeste, capital húngara, onde ingressou no curso de Direito pela Universidade Eötvös Loránd.
Carreira política de Viktor Orbán
Orbán graduou-se em Direito em 1987, e, entre 1987 e 1988, atuou como sociólogo em um instituto vinculado ao Ministério da Agricultura e Alimentos do governo húngaro. Em 1989, recebeu financiamento para estudar ciências políticas na Pembroke College, na Inglaterra. O financiamento foi da Open Society Foundations, uma fundação fundada por um bilionário húngaro chamado George Soros.
Politicamente, Orbán começou a conquistar espaço no cenário político húngaro no final da década de 1980, quando fundou um partido originalmente liberal e conservador chamado Fiatal Demokraták Szövetsége, mais popularmente conhecido como Fidesz. Enquanto membro do Fidesz, Orbán ganhou notoriedade por conta de um discurso contra o regime socialista húngaro.
Ele já se apresentava como uma figura que se opunha ao regime socialista e à influência soviética em seu país. Nesse discurso, em 16 de junho de 1989, em Budapeste, Orbán exaltou aqueles que participaram da Revolução Húngara de 1956 e exigiu a retirada das tropas soviéticas de seu país.
Após retornar da Inglaterra, Orbán concorreu às eleições em 1990, sendo eleito para o Parlamento da Hungria, além de ter se estabelecido como líder do Fidesz. Durante a década de 1990, sua posição ideológica e de seu partido se transformou, e ele deixou de ser um liberal conservador, transformando-se em um nacionalista conservador reacionário.
Na prática, o Fidesz deixou de ser um partido de centro e se transformou em um partido de direita com forte tendência para a extrema-direita. Orbán se estabeleceu como um nome importante da direita conservadora húngara, e, em 1998, a coalizão formada pelo Fidesz e outros partidos conservadores da Hungria fez com que ele conquistasse a maioria dos votos.
Isso permitiu que Orbán pudesse se tornar primeiro-ministro da Hungria aos 35 anos de idade. Durante sua gestão, ele garantiu a Hungria como membro da Otan, uma organização militar que une algumas nações do Atlântico Norte. Além disso, promoveu uma série de mudanças na administração húngara, mas a continuidade de seu projeto foi interrompida quando o Fidesz perdeu a maioria do Parlamento na eleição de 2002.
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Autocracia de Viktor Orbán
O discurso nacionalista e reacionário de Orbán levou ele e seu partido ao topo da política húngara novamente em 2010. Nesse ano, Orbán conseguiu retomar a posição de primeiro-ministro húngaro, dando início a um governo que destruiu aos poucos as instituições democráticas húngaras, estabelecendo o que é classificado como autocracia eleitoral, isto é, um governo autoritário, mas que realiza eleições regulares.
A autocracia é uma forma de governo autoritário em que uma pessoa ou um partido governa determinado país. Em autocracias, as aparências democráticas são mantidas como forma de manipulação política, isto é, mantém-se o funcionamento das instituições e de eleições, mas, no final, o que conta é a vontade do autocrata. Em outras palavras, o sistema democrático é mantido apenas na aparência.
Aproveitando-se do apoio que tinha no Parlamento, já que seu partido conquistou a maioria dos assentos, Orbán deu início a uma grande reforma política e administrativa na Hungria. A começar pelo Judiciário, ele aumentou o número de assentos da Suprema Corte húngara de 11 para 15 juízes, nomeando os quatro novos postos com juízes aliados.
Ele também aprovou mecanismos para forçar a aposentadoria dos juízes mais antigos dessa Suprema Corte, com o objetivo de livrar-se daqueles que não estavam alinhados com suas posições conservadoras. Com essas e outras medidas, Orbán enfraqueceu o Judiciário húngaro, alterando o equilíbrio entre os Três Poderes.
Orbán ainda elaborou uma nova Constituição e aprovou uma série de leis que reorganizaram radicalmente a legislação húngara. Isso ampliou seu controle sobre a política húngara, acelerando a centralização de poder em seu país.
A imprensa húngara também passou por iniciativas de censura e controle do governo húngaro. Isso permitiu que Orbán controlasse a maioria absoluta da imprensa húngara, silenciando opositores e transmitindo apenas a versão do governo sobre os fatos no país. Meios de imprensa críticos a Orbán foram alvos de uma intensa perseguição, que levou diversos veículos à falência.
Além de limitar a liberdade de imprensa, Orbán limitou a ciência e a educação húngaras, perseguindo universidades que promoviam estudos na área de gênero, além de limitar o acesso dos jovens húngaros a publicações sobre homossexualidade. A perseguição dos meios acadêmicos promovida por Orbán levou à expulsão da Universidade Centro-Europeia da Hungria.
Orbán também tem opiniões nacionalista, anti-imigração e pontos de vista abertamente homofóbicos e xenofóbicos. Atuou para impedir a entrada de refugiados em seu país durante a crise de refugiados que atingiu a Europa em 2015. O primeiro-ministro húngaro também manifesta um discurso abertamente contrário à integração defendida pela União Europeia.
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