Animais silvestres

Animais silvestres são aqueles animais que não passaram pelo processo de domesticação, ou seja, são animais que ainda não estão acostumados com a convivência com seres humanos, bem como também não estão adaptados às condições de cativeiro. Esses animais podem ter comportamentos agressivos quando capturados e, ao serem colocados em cativeiro, podem não se desenvolver e reproduzir de maneira adequada. Isso significa que animais silvestres não conseguem viver com os seres humanos da mesma forma que os domesticados.

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O que são animais silvestres?

Outra definição encontrada na literatura é que animais silvestres são aqueles que nascem e vivem em um ecossistema natural, como o lobo-guará, que é naturalmente encontrado no Cerrado. De acordo com a Lei Estadual (SP) nº 11.977, de 25 de agosto de 2005, que instituiu o Código de Proteção aos Animais do Estado, consideram-se animais silvestres: “aqueles encontrados livres na natureza, pertencentes às espécies nativas, migratórias, aquáticas ou terrestres, que tenham o ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras ou em cativeiro sob a competente autorização federal.

A jiboia é um exemplo de animal silvestre.

Exemplos de animais silvestres

O papagaio, arara, mico-leão-dourado, onça-pintada, canário, ema, tamanduá, sagui, jacaré, cágado e tartaruga são alguns dos inúmeros exemplos de animais silvestres.

O tamanduá-bandeira é um animal silvestre.

É permitido o comércio de animais silvestres?

O comércio de animais silvestres nem sempre é ilegal. De acordo com a Lei n° 5.197, de 03 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a proteção à fauna e dá outras providências, “animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.” Isso significa que, por lei, é proibido utilizar, perseguir, caçar ou apanhar as espécies silvestres na natureza. O comércio legal, no entanto, é permitido.

Para comprar um animal de forma legal, é necessário encontrar um criadouro comercial ou comerciante devidamente registrado pelo órgão ambiental competente. Quem comercializa deve ser capaz de provar a origem do animal que uma pessoa está adquirindo. Os animais devem possuir nota fiscal e uma identificação individual, que pode ser uma anilha e/ou microchip. É importante estar atento para conferir os dados da nota fiscal e as características do animal vendido.

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Tráfico de animais silvestres

O tráfico de animais silvestres é um assunto sério e que movimenta uma grande quantidade de dinheiro, de forma ilegal, em nosso país e em todo o mundo. De acordo com a WWF – ONG que atua nas áreas da conservação, investigação e recuperação ambiental –, o tráfico de animais movimenta cerca de 10 bilhões de dólares por ano no mundo. Essa atividade ilícita perde, em lucratividade, apenas para o tráfico de drogas e armas.

O Brasil destaca-se nesse comércio ilegal, uma vez que contamos com uma grande biodiversidade animal, que é extremamente visada. De acordo com a Renctas (outra ONG que luta pela conservação da biodiversidade), podemos dividir o tráfico ilegal da fauna silvestre em dois grandes grupos: o tráfico interno e o trágico internacional. De acordo a organização, o tráfico interno geralmente é desorganizado, diferente do tráfico internacional, que é sofisticado, esquematizado e planejado.

O tráfico de animais tem diferentes objetivos, como a venda para colecionadores, comercialização em “pet shops” e, até mesmo, fins científicos. Fato é que, independentemente do destino que será dado a esses animais, esses normalmente passam por uma série de práticas prejudiciais. Muitas vezes esses animais ficam muito tempo sem se alimentar, são dopados, aves têm suas asas mutiladas, garras de algumas espécies são cortadas, muitos pássaros têm seus olhos furados para que não percebam a luz do sol e não cantem, entre várias outras práticas danosas.

O tráfico de animais é uma atividade que gera a morte de vários espécimes.

É importante deixar claro que nunca devemos contribuir para esse mercado ilegal. Mesmo que, ao comprarmos esses animais, dediquemo-nos a eles, a compra faz com que esse comércio nunca acabe. Assim, vários outros animais continuam sofrendo nas mãos dos traficantes. Segundo o Renctas, de dez animais traficados, nove deles morrem antes de chegar ao seu destino.

Vale destacar ainda que animais silvestres nem sempre suprem a expectativa de seus compradores, pois não se comportam como animais domésticos. Sendo assim, é bastante comum que as pessoas adquiram esses animais e simplesmente os abandonem. No caso dos animais nascidos e criados em cativeiro, essa prática pode determinar a morte do animal, pois ele normalmente não sabe como adquirir seu alimento e nem mesmo se proteger sozinho.

Assim sendo, dois pontos fundamentais precisam ser destacados quando o assunto são animais silvestres: nunca os compre de maneira ilegal e tenha consciência da responsabilidade ao adquirir um animal silvestre de maneira legal. É fundamental conhecer bem os hábitos do animal para que sua criação seja feita de maneira correta e de modo a causar o menor dano possível.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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