Ovulação

A ovulação é um dos eventos mais importante do ciclo reprodutivo feminino, sendo fundamental para a reprodução, uma vez que é responsável pela liberação do gameta feminino. Neste texto entenderemos o que é a ovulação, conheceremos um pouco mais do ciclo ovariano e do período fértil e entenderemos como os anticoncepcionais orais atuam nesse processo.

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O que é a ovulação?

A ovulação é a liberação, pelo ovário, de um ovócito maduro, ou seja, de um ovócito que já pode ser fecundado. Os eventos cíclicos que ocorrem no ovário e que incluem o processo de ovulação fazem parte do chamado ciclo ovariano.

Esse ciclo apresenta relação direta com o ciclo uterino, sendo a ovulação observada em um momento em que o revestimento do útero (endométrio) está preparado para a implantação de um embrião caso ocorra uma gravidez. Percebemos então que o ciclo reprodutivo da mulher envolve dois ciclos, o uterino e o ovariano.

Observe no esquema algumas etapas do ciclo ovariano.
  • Ciclo ovariano

O ciclo ovariano é observado nos ovários e apresenta, como um de seus eventos marcantes, a liberação do ovócito, ou seja, a ovulação. A cada ciclo, alguns folículos (estrutura que contém o ovócito em desenvolvimento) começam a desenvolver-se, entretanto, geralmente, apenas deles um atinge a maturidade plena.

Esse ciclo tem início com a liberação do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Esse hormônio é responsável por estimular a liberação de FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante) pela adeno-hipófise. O FSH promove o crescimento do folículo, sendo este auxiliado pelo LH.

À medida que as células do folículo crescem, observa-se a produção de estradiol. O estradiol é liberado lentamente durante toda a fase folicular do ciclo ovariano. Essa fase caracteriza-se pelo crescimento do folículo e pelo amadurecimento do ovócito.

Quando em baixas concentrações, o estradiol é responsável por inibir a ação dos hormônios hipofisários, sendo responsável, portanto, por manter os níveis de FSH e LH baixos. À medida que a secreção de estradiol aumenta, os níveis de FSH e LH aumentam rapidamente.

O folículo que está em fase de amadurecimento aumenta-se, formando uma protuberância na superfície do ovário. Nessa fase o folículo apresenta uma cavidade cheia de líquido. Em decorrência da ação do FSH e do pico de LH, ele e a parede do ovário rompem-se, levando à liberação do ovócito secundário. Essa liberação é a ovulação e ocorre por volta da metade do ciclo menstrual.

Após a ovulação, inicia-se a chamada fase lútea do ciclo ovariano. Nela o hormônio LH age estimulando o tecido folicular do folículo que se rompeu a formar o corpo lúteo. O corpo lúteo é uma estrutura glandular que, sob o estímulo de LH, é responsável por secretar progesterona e estradiol. Esses dois hormônios atuam reduzindo a secreção de LH e FSH, ação que evita a liberação de outro ovócito.

Caso a mulher não fique grávida, no final da fase lútea, o corpo lúteo desintegra-se, formando uma massa de tecido cicatricial chamada de corpo albicans. Com isso, ocorre uma redução do estradiol e da progesterona. A redução desses dois hormônios faz com que a hipófise comece a liberar FSH para que um novo ciclo ovariano inicie-se.

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A ovulação e o período fértil

O período fértil é o período próximo ao evento da ovulação.

A ovulação é o momento em que o ovócito maduro é liberado. Como esse ovócito está apto para a fecundação, o período próximo que antecede esse evento e o período que o sucede são chamados de período fértil.

Geralmente se considera o período fértil como os cinco dias que antecedem a ovulação e os dois dias que o sucedem. Esse período que antecede a ovulação é importante, pois, embora o ovócito sobreviva por cerca de 24 horas, o espermatozoide pode permanecer ativo por cerca de cinco dias.

  • Determinação do período fértil

Para realizar o cálculo do período fértil, é fundamental que a mulher anote, por, pelo menos, seis meses, o padrão do seu ciclo menstrual. Para isso é necessário anotar, todos os meses, a data em que se iniciou cada menstruação. Feito isso, a mulher deve observar o número de dias de cada ciclo. Essa contagem inicia-se com o primeiro dia da menstruação e finaliza-se no dia que antecede a menstruação seguinte.

Após anotar a duração dos ciclos, a mulher deve calcular a diferença entre o seu ciclo mais longo e o mais curto. Imaginemos, por exemplo, que uma mulher possua seu ciclo mais longo de 32 dias e o mais curto de 26. Subtraindo esses dois valores, temos que a diferença entre eles é de seis dias. Caso a diferença seja maior que 10, a mulher não poderá utilizar essa técnica para determinar o dia fértil.

Caso a mulher apresente a diferença entre os ciclos menor que 10, ela deverá seguir estes passos:

  • Subtrair 18 do ciclo mais curto.

  • Subtrair 11 do ciclo mais longo.

Ao subtrair 18 do ciclo mais curto, ela terá o início do seu período fértil. Ao subtrair 11 do ciclo mais longo, ela terá o fim do seu período fértil.

Seguindo o exemplo anterior, temos:

  • Início do período fértil: 26 - 18 = 8

  • Fim do período fértil: 32 - 11 = 21

Com isso o período fértil dessa mulher compreende do 8º até o 21º dia do seu ciclo menstrual.

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Sintomas da ovulação

É comum que, durante a ovulação, a mulher sinta uma dor leve na parte inferior do abdômen. Além disso, a temperatura basal aumenta, sendo essa característica utilizada para determinar a ovulação e, consequentemente, a fertilidade. Pode-se notar ainda uma mudança na textura do muco, a qual muda na medida em que o folículo ovariano desenvolve-se.

A mudança no muco não indica o dia exato da ovulação, mas sim um período que se estende de, aproximadamente, um dia antes até um dia depois da ovulação. O muco, nesse momento, apresenta, como uma de suas principais características, a consistência mais fluída e a cor clara. É quando a mulher tem uma sensação maior de lubrificação.

Anticoncepcionais orais e ovulação

Os anticoncepcionais orais combinados atuam, principalmente, na ovulação.

Os anticoncepcionais orais são fármacos compostos por hormônios femininos sintéticos. Algumas pílulas anticoncepcionais são compostas apenas de progesterona sintética e outras por uma combinação de estrogênio e progesterona, sendo este último tipo mais comum. Essas últimas pílulas, chamadas de combinadas, atuam principalmente mantendo os níveis de progesterona e estrogênio elevados, impedindo o aumento da secreção de LH e FSH e, desse modo, impedindo a ovulação.

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No caso das pílulas que apresentam apenas a progesterona sintética, o mecanismo de ação é um pouco diferente. Essas pílulas, conhecidas como minipílulas, agem, principalmente, impedindo a entrada do espermatozoide devido ao espessamento do muco cervical. Diferentemente das pílulas combinadas, as pílulas de progesterona nem sempre impedem a maturação do ovócito. Entretanto, algumas marcas possuem doses de progesterona suficientes para impedir essa maturação.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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