Simpatias amorosas de São João

Algumas das simpatias de amorosas de São João são “anel no copo”, “ovo no copo com água”, “o balão e a fita” e “castigo do santo”.
Grande parte das simpatias das Festas Juninas diz respeito ao relacionamento amoroso. Entre elas estão as simpatias de São João.

As simpatias amorosas de São João são um dos principais destaques do período das Festas Juninas, pois grande parte das práticas dessa festividade diz respeito ao relacionamento amoroso. Algumas simpatias amarosos são:

  1. Anel no copo

  2. Ovo no copo com água

  3. O balão e a fita

  4. Castigo do santo

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4 simpatias amorosas de São João

A seguir, veja 4 simpatias amorosas de São João.

1. Anel no copo

O folclorista e historiador potiguar Luís da Câmara Cascudo reuniu, em um dos capítulos do livro Superstições no Brasil, alguns exemplos de simpatias feitas na noite de São João, isto é, na passagem do dia 23 para o dia 24 de junho. Uma dessas simpatias exige o seguinte:

Em noite de São João passa-se sobre a fogueira um copo contendo água, mete-se no copo sem que atinja a água um anel de aliança preso por um fio, e fica-se a segurar o fio; tantas são as pancadas dados no anel nas paredes do copo quantos os anos que o experimentador terá de esperar pelo casamento.|1|

Esse tipo de simpatia, feita para saber quando a pessoa se casará, remonta aos antigos oráculos das religiões pagãs, como as cultivadas por gregos e romanos, que tinham por finalidade adivinhar o futuro.

2. Ovo no copo com água

Outra simpatia semelhante trazida por Luís da Câmara Cascudo, em um dos capítulos do livro Superstições no Brasil, e que também se vale do ambiente com fogueira e de um copo, é a seguinte:

As moças passavam em cruz sobre as brasas copos cheios d'água, dentro dos quais quebravam ovos, e iam expô-los ao sereno: de manhã os examinariam: e conforme às posições tomadas pela clara e a gema, formando mais ou menos aproximadamente uma igreja, um navio, uma joia, significariam: casamento, viagem, riqueza, e assim por diante.|2|

3. O balão e a fita

Outra pesquisadora dedicada ao estudo do folclore e das Festas Juninas, Lúcia Helena Vitalli Rangel, em seu livro Festas Juninas, festas de São João, também elencou algumas simpatias de cunho amoroso. Uma delas é esta:

Quando estiverem soltando um balão, pensar em algo que se deseja. Se ele subir, acontecerá o que se pensou; caso se incendeie, certamente o “sorteiro” ficará solteiro. Prender uma fita no travesseiro e rezar para São João. No outro dia, se ela aparecer solta é porque a pessoa vai se casar.|3|

4. Castigo do santo

Lúcia Helena Rangel dá mais este exemplo, em seu livro Festas Juninas, festas de São João:

Moças solteiras, desejosas de se casar, em várias regiões do Brasil, colocam-no de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo.|4|

Essa simpatia é uma variação típica do castigo dos ídolos, que também remonta ao paganismo clássico, quando gregos e romanos amarravam e açoitavam estátuas de seus deuses. Essa prática acabou reverberando no catolicismo popular e, inclusive, já foi analisada em uma música de Chico Buarque, chamada “Permuta dos santos”.

Para acessar outras simpatias de São João, clique aqui.

Notas

|1|CASCUDO, Luís da Câmara. Superstições no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed, USP, 1985. p. 148

|2|CASCUDO, Luís da Câmara. Superstições no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed, USP, 1985. p. 149-150

|3|RANGEL, Lúcia Helena Vitalli. Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história. São Paulo: Publishing Solutions, 2008. p. 38

|4|RANGEL, Lúcia Helena Vitalli. Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história. São Paulo: Publishing Solutions, 2008. p. 29-30

Fontes

CASCUDO, Luís da Câmara. Superstições no Brasil. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed, USP, 1985.

RANGEL, Lúcia Helena Vitalli. Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história. São Paulo: Publishing Solutions, 2008.

Publicado por Cláudio Fernandes
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