Iorubás

Os iorubás são um grupo étnico da África Ocidental que se destaca por sua rica herança cultural e por sua diversidade.
Os iorubás são um grupo étnico da África Ocidental.[1]

Os iorubás são um grupo étnico da África Ocidental que se destaca pela sua rica herança cultural e diversidade. Sua língua, o iorubá, é tonal e diversificada em dialetos, refletindo a complexidade linguística do povo. A religião iorubá é politeísta, centrada no culto aos orixás, divindades associadas a elementos naturais.

A cultura iorubá abrange diversas expressões artísticas, como dança, música, escultura e literatura, enriquecendo a identidade do grupo. As lendas iorubás, transmitidas oralmente, narram mitos sobre os orixás e a criação, preservando a cosmovisão e a identidade cultural ao longo das gerações. A história dos iorubás remonta a cidades-Estados poderosas, como Ifé e Oió, testemunhando eventos como a diáspora para o Brasil durante o comércio transatlântico de escravizados.

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Resumo sobre os iorubás

  • Os iorubás são um grupo étnico da África Ocidental.
  • Eles possuem uma população significativa em Nigéria, Benin, Togo e Serra Leoa, destacando-se pela sua rica herança cultural e diversidade.
  • Têm uma língua tonal complexa, o iorubá, com diversos dialetos.
  • Sua religião é politeísta, centrada no culto aos orixás, divindades associadas a elementos naturais.
  • Sua cultura abrange expressões artísticas como dança, música, escultura e literatura, destacando-se pela diversidade e complexidade.
  • Suas lendas são intrínsecas à tradição oral, contando mitos sobre os orixás e a criação, preservando a cosmovisão e identidade cultural por meio de histórias mitológicas transmitidas de geração em geração.
  • Nagô é um termo frequentemente usado para descrever os iorubás trazidos como escravizados para o Brasil durante a colonização e que passou a ser empregado de forma mais ampla para referir-se aos iorubás em geral.
  • Na umbanda, os orixás iorubás são cultuados, refletindo a continuidade da tradição religiosa iorubá na diáspora africana.
  • Com uma história milenar, os iorubás testemunharam o surgimento de cidades-Estados poderosas, como Ifé e Oió.
  • A diáspora durante o comércio transatlântico de escravizados levou os iorubás ao Brasil, influenciando a cultura local.
  • A independência da Nigéria, em 1960, marcou um capítulo significativo na história recente dos iorubás.

Quem são os iorubás?

Os iorubás são um grupo étnico predominantemente encontrado na região da África Ocidental que possui uma rica herança cultural, linguística e religiosa e que se destaca pela sua complexidade e diversidade.

Os iorubás são um grupo étnico da África Ocidental, com uma população significativa na Nigéria, onde a maioria reside. Contudo, eles também estão presentes em outros países, como Benin, Togo e Serra Leoa. A dispersão geográfica do povo iorubá é resultado de movimentos populacionais ao longo da história, mas a Nigéria continua sendo a principal região da cultura iorubá.

Os iorubás estão presentes principalmente na Nigéria, país da África destacado em verde na imagem.

Características dos iorubás

→ Língua iorubá

A língua iorubá é um componente fundamental da identidade iorubá. É uma língua tonal, o que significa que o tom de voz usado ao pronunciar uma palavra pode alterar seu significado. A língua é rica em nuances e expressões, refletindo a complexidade da cultura iorubá. A diversidade linguística entre os iorubás é notável, com diferentes dialetos e variações ao longo das regiões onde estão presentes.

→ Religião iorubá

A religião iorubá é conhecida por seus sistemas complexos de crenças e práticas rituais. Os iorubás são politeístas, adorando uma ampla gama de divindades, conhecidas como orixás. Cada orixá possui características distintas e é associado a elementos naturais, como rios, árvores e fenômenos climáticos. O culto aos orixás é central na vida religiosa dos iorubás e influenciou práticas religiosas em outras partes do mundo, como no Brasil.

→ Cultura iorubá

Os iorubás são um grupo étnico muito rico culturalmente.[3]

A cultura iorubá é marcada por sua riqueza artística, incluindo dança, música, escultura e literatura. As máscaras iorubás, por exemplo, são famosas por sua complexidade e simbolismo. A dança desempenha um papel crucial nas celebrações e rituais, muitas vezes sendo uma forma de comunicação espiritual. A literatura iorubá, incluindo mitos e lendas, também desempenha um papel fundamental na transmissão da tradição cultural de geração em geração.

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Lendas iorubás

As lendas iorubás são uma parte intrínseca da tradição oral desse povo. Elas frequentemente envolvem histórias mitológicas sobre os orixás, destacando suas interações com os seres humanos e outros deuses. O mito de criação iorubá, por exemplo, descreve como Oduduwa, considerado o progenitor dos iorubás, desceu do céu para estabelecer a primeira cidade na Terra. Essas lendas não apenas fornecem uma base para a compreensão da cosmovisão iorubá como também são uma expressão artística que preserva a identidade cultural.

Diferenças entre nagô e iorubá

É importante mencionar as diferenças entre os termos nagô e iorubá, já que ambos são frequentemente usados para descrever o mesmo grupo étnico, mas com nuances distintas. O termo nagô foi historicamente associado aos iorubás que foram trazidos como escravizados para o Brasil durante o período colonial. No entanto, com o tempo, nagô passou a ser utilizado de maneira mais ampla para se referir aos iorubás em geral, independentemente de sua localização geográfica.

Iorubás na umbanda

A umbanda é uma religião sincrética brasileira que incorpora elementos do espiritismo, do catolicismo e das tradições africanas, incluindo a religião iorubá. Na umbanda, os orixás iorubás são frequentemente cultuados, representando uma continuação da tradição religiosa dos iorubás na diáspora africana. Os rituais da umbanda, muitas vezes, incluem danças, cânticos e oferendas aos orixás, demonstrando a influência duradoura da religião iorubá no contexto brasileiro.

História dos iorubás

Vestimentas iorubás do início do século XX.

A história dos iorubás é vasta e complexa, remontando a milhares de anos. O território iorubá testemunhou o surgimento e a queda de várias cidades-Estados poderosas, como Ifé e Oió. Ifé, considerada a cidade sagrada dos iorubás, é frequentemente citada nas lendas como o local de origem da humanidade e da cultura iorubá. Oió, por sua vez, tornou-se um império significativo, exercendo influência sobre vastas áreas da região.

Os iorubás estiveram envolvidos em complexas redes de comércio ao longo da história, interagindo com outros grupos étnicos e contribuindo para o desenvolvimento de uma rica tapeçaria cultural na África Ocidental. No entanto, a chegada dos europeus no século XV trouxe consigo a exploração, o comércio de escravizados e a colonização, alterando significativamente o curso da história iorubá.

Durante o período colonial, muitos iorubás foram capturados e vendidos como escravizados para as Américas, especialmente para o Brasil. Essa diáspora resultou na disseminação da cultura iorubá em terras estrangeiras, onde suas tradições religiosas e culturais foram preservadas e transformadas ao longo do tempo.

A independência da Nigéria, em 1960, marcou um capítulo significativo na história recente dos iorubás. No entanto, os desafios políticos e sociais persistem na região, com conflitos étnicos, políticas instáveis ​​e desafios econômicos que impactam a vida cotidiana dos iorubás e de outros grupos étnicos na Nigéria.

Créditos de imagem

[1] Oramfe / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Ukabia /  Wikimedia Commons (reprodução)

[3] Femi Sowoolu / Wikimedia Commons (reprodução)

Fontes

ABIMBOLA, Wande. (1979), Yoruba Religion in Brazil: Problems and Prospects. Actes du 42. Congrès International des Américanistes (Paris 1976). Paris: s.d.A, 619-639.

BASTIDE, Roger. (1978), The African Religions of Brazil. Baltimore: The Johns Hopkins University Press.

LEITE, F. A questão ancestral: Notas sobre ancestrais e instituições ancestrais em sociedades africanas: Ioruba, Agni e Senufo. África, [S. l.], n. 7, p. 133-135, 1984. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/africa/article/view/90898.

Publicado por Tiago Soares Campos
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