Muro do México

O Muro do México visa à contenção das ondas migratórias ilegais em direção aos Estados Unidos.
Vista do Muro do México entre San Diego e a cidade de Tijuana

O Muro do México – também conhecido como Muro fronteiriço Estados Unidos-México – é uma construção realizada pelo governo estadunidense com o objetivo de estabelecer uma barreira de segurança entre os dois países. O argumento principal do governo dos Estados Unidos para a construção do muro é a busca por um maior controle da fronteira a fim de reduzir a onda migratória do território mexicano em direção ao norte.

O início da construção do Muro do México ocorreu no ano de 1991, mas foi em 1994 que suas obras se intensificaram, durante a chamada “Operação Guardião”. Essa operação pretendia colocar um fim à onda de imigrações ilegais que aumentava no país a cada ano. O território mexicano era considerado a principal porta de entrada para esses imigrantes.

Embora o Muro do México represente uma barreira entre o território mexicano e o estadunidense, a sua construção emergiu justamente em um contexto de maior integração entre os países, durante os acordos relativos à criação do NAFTA (North American Free Trade Agreement – Acordo de Livre Comércio da América do Norte), fundado em 1993. No entanto, o caráter desse tratado é somente econômico e materializou-se, principalmente, pelo aumento do fluxo de mercadorias entre os dois países e pela migração das fábricas e montadoras dos Estados Unidos para o espaço mexicano, notadamente as cidades fronteiriças.

Diante desse cenário, não são poucos os analistas políticos e grupos ativistas que criticam a postura dos Estados Unidos em relação ao México. Os EUA impedem a entrada dos mexicanos e enviam empresas e indústrias que empregam a população local a um custo muito inferior, com baixíssimos salários médios. Outras críticas repousam na ineficiência da barreira na contenção de imigrantes ilegais e também no intenso fluxo promovido pelo narcotráfico entre os dois países.

Ao todo, o Muro da fronteira entre México e Estados Unidos possui cerca de 3100 km de extensão. Há obras que objetivam a inclusão de barreiras, inclusive, em áreas marítimas, a 100 m de distância da costa oeste, a fim de evitar o deslocamento de pessoas em períodos de maré baixa. Em alguns pontos da fronteira, o muro possui três barreiras de proteção e uma alta tecnologia empregada, com veículos de vigilância, alta iluminação, sistema de detecção de movimento e outros incrementos. Além disso, uma grande equipe com soldados e agentes é mobilizada para garantir a manutenção do muro e realizar a vigilância do local.

Mais do que uma proteção do limite entre dois países, o Muro do México é considerado também uma “barreira ideológica”, equivalente ao Muro de Berlim. Se na capital alemã o muro era uma divisão simbólica entre o mundo capitalista e o mundo socialista soviético, no presente caso, a divisão é entre o mundo do norte desenvolvido e o sul subdesenvolvido.

De toda forma, a fronteira entre o México e os Estados Unidos é um dos locais de maior tensão em termos políticos e também humanitários. Estima-se que mais de seis mil pessoas tenham morrido tentando atravessar essa fronteira. A maior parte dessas mortes teria ocorrido em algumas áreas desérticas existentes na região.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
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