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Neodarwinismo

Neodarwinismo combina os conhecimentos científicos, em especial em genética, com a teoria evolucionista proposta por Charles Darwin.
Fósseis são evidências da evolução das espécies.
Fósseis são evidências da evolução das espécies.

Neodarwinismo ou teoria sintética da evolução é uma teoria que inseriu conhecimentos científicos, em especial em genética, para explicar os processos evolutivos propostos na teoria da evolução de Darwin. Os dois pontos centrais do darwinismo são a ancestralidade comum e a seleção natural.

De acordo com Darwin, todos os organismos descendem como modificações de ancestrais comuns e a seleção natural atua favorecendo as características vantajosas. Apesar de sua teoria explicar os processos que levam à modificação das espécies ao longo do tempo, a falta de conhecimentos mais aprofundados sobre hereditariedade e variabilidade fez com que a teoria apresentasse alguns pontos sem explicação.

Com o avanço do conhecimento científico, essas lacunas puderam ser explicadas. Alguns dos conhecimentos acrescidos à teoria de Darwin com o neodarwinismo são os conceitos de mutação e recombinação.

Leia mais: Tipos de seleção natural — direcional, disruptiva e estabilizadora

Resumo sobre neodarwinismo

  • Darwin propôs uma teoria evolutiva que se baseava em duas ideias centrais: ancestralidade comum e seleção natural.

  • Muitas áreas do conhecimento científico, como a genética, ainda eram rudimentares quando Darwin propôs sua teoria.

  • A teoria sintética da evolução ou neodarwinismo agregou novas descobertas científicas, em especial genéticas, ao darwinismo.

  • O neodarwinismo considera que, além da seleção natural, as populações sofrem influência de outros fatores evolutivos.

  • A mutação e a recombinação genética possibilitam a variabilidade genética.

O que é o darwinismo?

Para compreendermos o que é o neodarwinismo, antes devemos entender os principais aspectos da teoria da evolução proposta por Darwin, também conhecida como darwinismo. O darwinismo se baseia em dois pontos principais: a ancestralidade comum e o mecanismo de seleção natural.

De acordo com Darwin, todos os organismos descendem, como modificações, de ancestrais comuns. Essa ideia vai contra a de que as espécies surgiram no planeta tais como são observadas nos dias atuais, ou seja, elas não são imutáveis. Ainda de acordo com Darwin, os organismos de determinada espécie apresentam algumas variações, nas quais a seleção natural atua.

Aqueles indivíduos que apresentam características mais vantajosas possuem mais chances de sobreviver e se reproduzir, passando essas características aos seus descendentes. A seleção natural, portanto, seleciona os organismos mais aptos. Com o tempo, essas características vantajosas vão se acumulando na população, levando, eventualmente, ao surgimento de uma nova espécie.

Para que o processo de seleção natural ocorra, é fundamental que os indivíduos de uma população apresentem variações entre si. Além disso, os organismos mais aptos precisam ainda transmitir essas características aos seus descendentes. Darwin, no entanto, não conseguiu explicar como as características são transmitidas entre as gerações e como a variabilidade surge entre os indivíduos.

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O que é o neodarwinismo?

O neodarwinismo ou teoria sintética da evolução é uma teoria evolucionista que se baseia na teoria da evolução proposta por Darwin, porém adiciona conhecimentos científicos que possibilitaram explicar algumas lacunas apresentadas no darwinismo, por exemplo, como surge a variabilidade dentro de uma população. O neodarwinismo seria, portanto, basicamente uma reformulação da teoria de Darwin, incorporando, por exemplo, dados sobre genética.

Ilustração representativa de moléculas de DNA e cromossomos
A mutação amplia a variabilidade genética.

No neodarwinismo, considera-se, além da seleção natural, que outros fatores evolutivos agem sobre as espécies, tais como mutação, recombinação, migração e deriva genética. As mutações e a recombinação tendem a aumentar a variação genética entre os indivíduos, e a seleção natural atua selecionando as variações que garantem maior chance de sobrevivência para o organismo.

Veja, a seguir, a definição dos fatores evolutivos considerados pelo neodarwinismo:

  • Mutação: é uma alteração no material genético que ocorre de maneira aleatória e repentina nos indivíduos. Caracteriza-se por ser a fonte primária de variabilidade genética para as espécies. As mutações ocorrem de maneira espontânea, mas podem ser provocadas pela ação de agentes mutagênicos. Vale salientar que as mutações não ocorrem como forma de adaptar o indivíduo ao ambiente em que vive. Algumas mutações podem levar ao desenvolvimento de características pouco vantajosas e que, nesse caso, são eliminadas. As mutações positivas serão, por meio da seleção natural, mantidas na população.
  • Recombinação genética: bem como a mutação, também aumenta a variabilidade. Entretanto, na recombinação, temos um rearranjo dos genes já existentes em uma população; já na mutação, novos alelos são formados. A recombinação genética está presente no crossing-over (permuta de material genético entre cromátides não irmãs), que ocorre na prófase I da meiose, e na fusão de gametas (fecundação).
  • Deriva genética: é uma mudança nas frequências alélicas de uma geração para outra que ocorre devido a eventos aleatórios, como resultado do acaso. Os genes passados para as próximas gerações, nesse caso, não são aqueles que conferem maior sucesso adaptativo e sim aqueles que apresentaram mais “sorte”. A deriva genética, portanto, não atua para produzir adaptações. O efeito gargalo e o efeito fundador são dois casos de deriva genética. O efeito gargalo acontece quando fatores ambientais levam à repentina redução no tamanho da população, e o efeito fundador ocorre quando uma população pequena coloniza uma nova área. A deriva genética, diferentemente dos outros fatores estudados, atua diminuindo a variabilidade genética.

→ Videoaula sobre mutações gênicas

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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