Urbanização no mundo subdesenvolvido

A urbanização do mundo subdesenvolvido é marcada pelas desigualdades e a ausência de planejamento urbano

A Urbanização no mundo subdesenvolvido caracteriza-se, sobretudo, pelo caráter acelerado em que é realizada, fator relacionado à industrialização tardia dos países de economias em desenvolvimento.

Para entender a dinâmica da urbanização dos países, é preciso ter em mente que o aumento da população urbana está diretamente associado aos processos de industrialização, mecanização do espaço agrário e êxodo rural.

Até a primeira metade do século XX, a maioria da população urbana mundial encontrava-se nos países desenvolvidos, em decorrência do fato de suas economias serem altamente industrializadas. Os países mais pobres possuíam economias predominantemente agrárias, o que contribuía para a concentração de pessoas no campo.

A partir da década de 1950, os países subdesenvolvidos assistiram ao processo de industrialização de suas economias, seja pelo crescimento das indústrias nacionais, seja pela instalação de empresas multinacionais estrangeiras. Tal processo, associado à rápida mecanização do campo e concentração de terras, proporcionou a ocorrência do êxodo rural (migração em massa da população do campo para a cidade).

Essa urbanização, além de ter acontecido de forma extremamente rápida, foi realizada sem o devido controle das administrações governamentais, gerando verdadeiros booms demográficos em algumas cidades. Com isso, os problemas urbanos se multiplicaram em face da incapacidade dos governos de fornecer infraestrutura básica para grandes aglomerados urbanos.

Dados de diversas organizações internacionais demonstram que, até 1950, das oito grandes cidades com mais de cinco milhões de habitantes, seis encontravam-se em países desenvolvidos e duas em países subdesenvolvidos. Em 2000, do total de 37 cidades com esse quantitativo populacional, 27 localizavam-se em nações pobres ou emergentes.


Cidade do México, um dos centros mais urbanizados do mundo

Hoje em dia, do total de pessoas que moram em zonas urbanas, 80% são de países subdesenvolvidos. Tal fato deve-se, além da rápida urbanização das nações emergentes, ao processo de ruralização das elites dos países ricos, que buscam moradias em zonas afastadas dos grandes centros, a fim de evitar os problemas sociais e ambientais urbanos.

Além disso, do total de habitantes em cidades no mundo subdesenvolvido, a maior parte encontra-se na América Latina, cujos países registram 70% da população vivendo no meio urbano. Já na África e na Ásia, a média oscila entre 35% e 40%, números que devem se elevar rapidamente nos próximos anos e intensificar os problemas sociais nas cidades.  Observe a tabela abaixo:


Maiores centro urbanos em quantitativos populacionais. ¹

Observando a tabela, percebemos que, em 1980, as cidades de países subdesenvolvidos já apresentavam um elevado grau de concentração urbana da população, entretanto, as duas maiores metrópoles ainda eram de países desenvolvidos: Tóquio e Nova York. A partir de 2000, essa realidade modificou-se, e as cidades de países subdesenvolvidos registraram crescimentos bem mais elevados, apesar da liderança ainda pertencer a Tóquio.

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¹ Adaptado da Revista Época. Disponível em: revistaepoca.globo.com

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena
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