A origem das abreviaturas

As abreviaturas dos internautas remontam um passado histórico

Engana-se quem pensa que as recorrentes abreviaturas, as quais compartilham do nosso cotidiano, surgiram com o advento dos recursos tecnológicos. Mesmo sendo inegável que elas tenderam a se acentuar depois da globalização, o fato é que desde quando ainda éramos colônia de Portugal, tal procedimento já se manifestava.

Sendo assim, apontamentos resultantes da braquigrafia, originária do grego braqui= reduzir e grafhein= escrever, revela que na época do Brasil-Colônia o uso de abreviaturas nos documentos aqui escritos era uma constante. Entre os fatores que influenciavam na proliferação desta prática estavam a distância entre Brasil e Portugal, haja vista a dificuldade em adquirir materiais para a escrita, tais como, tinta, papéis e pluma e a falta de um sistema ortográfico oficial para a língua portuguesa, sem contar que a praticidade e rapidez decorrentes do ato eram tidas como fatores preponderantes.


A título de conhecermos alguns casos representativos, constatemos:


Somente com a vinda da Família Real portuguesa para o Brasil, no século XVIII, é que se iniciou o uso de documentos impressos, mas mesmo assim as abreviaturas ainda se faziam presentes em virtude do alto preço dos materiais utilizados na impressão.

Agora, contextualizando-nos à atualidade, percebemos que muito tempo se passou, contudo, constatamos que abreviaturas continuam em ascendência, só que de um modo ainda mais intenso. Quem nunca se deparou com o termo “Cia. Ltda.”, abreviatura concernente à Companhia Limitada? Pois bem, a recorrência desse procedimento figura-se até entre as chamadas correspondências oficiais, para isso há órgãos responsáveis por padronizar as normas de abreviação e torná-las públicas.


Entretanto, torna-se relevante enfatizarmos as controvérsias oriundas do referido procedimento, notadamente em se tratando de uma grande parte dos estudiosos, pais e professores, uma vez que este pode ter influência direta no desempenho linguístico dos usuários, tendo em vista o sistema regido pelo padrão formal da linguagem.

Mas, deixando as controvérsias de lado, fato é que indubitavelmente o uso das abreviaturas não deixará de existir, mesmo porque vivemos em uma sociedade por demais dinâmica, e como tal, faz-se necessário nos adequarmos a este dinamismo. E falando nisso, um estudo realizado pela pesquisadora Carla Jeanny Fusca, na Universidade Estadual Paulista, revelou que o usuário, muito mais do que reduzir palavras, faz considerações ao contexto no qual se encontra inserido, ou seja, imbuído no desejo de interagir com um número ilimitado de pessoas, ele não faz nenhuma opção a não ser a economia de tempo. O importante é que ele, assim como todos nós, saibamos adequar nosso discurso às diversas situações comunicativas.

Publicado por Vânia Maria do Nascimento Duarte
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