Greves operárias na Primeira República

Greve geral operária. Jornal A Batalha. nº1.139.

As principais greves operárias ocorridas no Brasil durante a Primeira República tiveram como motivos a luta pelo aumento salarial, melhores condições de trabalho, melhores condições de vida (alimentação, moradia), por uma legislação previdenciária, direitos trabalhistas e sindicais.

No ano de 1907, existiam aproximadamente 150 mil operários. A grande maioria estava distribuída nas indústrias, mas existiam trabalhadores das ferrovias (ferroviários), trabalhadores da construção civil (serventes, pedreiros, carpinteiros), os portuários e outras profissões, como padeiros, sapateiros, trabalhadores dos comércios, entre outros.


Grande parte das indústrias se concentrava na capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, mas, a partir da década de 1920, a cidade de São Paulo assumiu o posto de maior detentora de indústrias no Brasil.

Em meados de 1910, a maior parcela da população brasileira vivia no campo – os trabalhadores urbanos eram uma minoria em relação à população brasileira. O operariado brasileiro era formado principalmente por imigrantes estrangeiros (italianos, portugueses) e por uma parcela pobre da sociedade brasileira.

Na Europa, na década de 1910, fervilhavam manifestações socialistas, comunistas e anarquistas, pois o operariado europeu reivindicava seus direitos perante a sociedade e os empregadores. Tanto que no ano de 1917 aconteceu a Revolução Socialista na Rússia. Devemos compreender a formação da classe operária brasileira dentro desse contexto histórico.

Com a vinda de milhares de imigrantes europeus para o Brasil, vieram, juntamente com eles, as teorias sociais que fervilhavam entre a sociedade europeia. Essas teorias foram fundamentais para os operários brasileiros iniciarem uma efetiva consciência de classe e, consequentemente, uma conscientização política.

Os primeiros contatos do operariado brasileiro com o socialismo e principalmente com o anarquismo, levaram o proletariado, no começo do século XX, a lutar, reivindicar e se manifestar por direitos trabalhistas e sindicais, por melhores condições de trabalho e melhores salários.

Os reflexos das reivindicações operárias foram sucessivas greves. Em 1905, os trabalhadores dos portos de Santos e do Rio de Janeiro paralisaram suas atividades; e no ano de 1906 foi a vez dos ferroviários decretarem greve. Todas essas greves tinham o apoio de trabalhadores de outros setores produtivos.

No ano de 1907, o governo brasileiro aprovou uma lei que expulsaria do país todo imigrante estrangeiro que aderisse às greves – uma forma de retaliar e evitar a ocorrência de outras greves. Porém, a lei não surtiu efeito prático, pois no ano de 1907 ocorreu a primeira greve geral de trabalhadores.

A principal paralisação operária foi a greve geral de 1917, iniciada em São Paulo, após a morte de um jovem trabalhador pela polícia. A greve se generalizou por todo o país e ocorreram na capital paulista vários conflitos e tiroteios por vários dias. Dessa greve participaram os operários da indústria têxtil e alimentícia, os ferroviários e os gráficos.

Durante a greve geral de 1917, os operários lutavam por melhores salários, jornada de trabalho de oito horas, direito a férias, fim do trabalho infantil, proibição do trabalho noturno para as mulheres, aposentadoria e assistência médica. A Legislação trabalhista somente foi implantada no Brasil no ano de 1943.

Publicado por Leandro Carvalho
Química
Tiocompostos ou compostos sulfurados
Os tiocompostos ou compostos sulfurados apresentam átomo de enxofre ocupando uma posição de um átomo de oxigênio na função oxigenada.