Batalha de Poitiers
Sabemos que nos séculos VII e VIII houve uma gradual e pujante expansão do islamismo. Essa expansão começou na Península Arábica, onde o profeta Maomé começou a promover as suas primeiras conversões, depois se estendeu em direção à região da Anatólia, atual Turquia, ao Norte da África e ao Mar Mediterrâneo. Essa expansão logo alcançou também o continente europeu. A Península Ibérica foi quase completamente tomada pelos muçulmanos em pouco tempo. O acontecimento que marcou o refreamento do avanço islâmico sobre a Europa foi a Batalha de Poitiers, travada em 732.
A Batalha de Poitiers foi travada entre o reino dos Francos, um dos primeiros reinos cristãos, então comandado por Carlos Martel, e o emir de Córdoba (um dos centros políticos islâmicos formados na Espanha), Abd al-Rahman. Os conflitos entre muçulmanos e francos já datavam desde a segunda década do século VIII, haja vista que o Emirado de Córdoba foi instituído em 711. Na passagem da década de 720 para 730, os muçulmanos conseguiram avanços significativos, adentrando os territórios de cidades importantes do centro-sul da França, como Avignon, Lyon e Bourdeaux.
Para conter o avanço dos islamitas, Carlos Martel posicionou suas tropas entre as cidades de Tours e Poitiers, local onde seria travada a batalha decisiva contra os exércitos de Abd al-Rahman. Um dos problemas era o fato de o exército franco ser composto fundamentalmente de infantaria, isto é, de soldados que lutavam sem o auxílio de animais, como cavalos. Os muçulmanos, ao contrário, valiam-se da cavalaria. Em compensação, os francos eram mais bem equipados com armas como machados, lanças e espadas.
O exército de Carlos Martel adotou a estratégia da formação de falanges (formações de infantaria) em forma de quadrado para suportar os golpes pelos flancos, desferidos pela cavalaria muçulmana. A batalha durou cerca de sete dias, gerando uma cena de carnificina. A vitória foi dos cristãos e representou um ponto importante para a formação do que entendemos hoje por Europa.