Assírios

Os assírios foram um povo mesopotâmico que formou o maior império na região a partir da organização e violência de seus exércitos profissionalizados.
Retrato feito em pedra do rei assírio Assurbanipal caçando um leão*

Os assírios foram um dos povos que habitaram a Mesopotâmia e, assim como os acádios e os caldeus, conseguiram construir um grande império centralizado na região. O império construído pelos assírios destacou-se dos demais por ter sido o maior desenvolvido na Mesopotâmia. O domínio assírio perdurou, aproximadamente, de 1300 a.C. até 612 a.C.

Desenvolvimento do Império Assírio

Os assírios fixaram-se na região norte da Mesopotâmia a partir da construção da cidade de Assur, por volta de 1900 a.C. Alguns historiadores sugerem que essa cidade existia desde o terceiro milênio a.C. e que, em 1900 a.C., aconteceu sua reconstrução. Durante grande parte do segundo milênio a.C., os assírios foram controlados por outros povos mesopotâmicos, como os hurritas.

Por volta de 1300 a.C., os assírios conquistaram sua independência após os hurritas serem derrotados pelos ataques dos hititas. A partir disso, os assírios iniciaram um processo de conquista que foi responsável por transformá-los em um poderoso império, que consolidou seu poder graças à força de seu exército.

Ao longo da história assíria, destacaram-se Nínive, Assur e Nimrod como as principais cidades mesopotâmicas, embora a Babilônia dominada por eles continuasse sendo a maior cidade da região. Um dos mais conhecidos reis assírios foi Assurbanipal, responsável por construir a Grande Biblioteca de Nínive, que continha milhares de tabuletas em escrita cuneiforme.

Estudos bíblicos apontam que a cidade de Assur foi fundada por Assur, filho de Sem e, portanto, neto de Noé. Assim que se instalaram na Mesopotâmia, os assírios falavam acadiano (idioma dos acádios), no entanto, com o tempo, adotaram o aramaico como idioma principal. Eles também fizeram largo uso da escrita cuneiforme desenvolvida pelos sumérios.

Exército assírio

Os assírios constituíram uma sociedade extremamente militarizada que era governada por uma aristocracia guerreira. Com o processo de expansão de seu império, os reis assírios transformaram o exército assírio no primeiro exército profissional da história da humanidade, portanto, seus guerreiros eram contratados e pagos única e exclusivamente para se aperfeiçoarem para a guerra.

Além de serem profissionais, os exércitos assírios ficaram conhecidos por suas exímias táticas de batalha, pelo desenvolvimento de ótimas armas de cerco, pelo uso de armas de ferro e pela brutalidade com a qual tratavam seus adversários. Esse exército também conseguiu articular perfeitamente o uso de soldados de infantaria, apoiados por cavalaria e arqueiros em batalha.

Graças a essa excelente organização militar, os assírios conseguiram formar o maior império mesopotâmico, dominando regiões distantes da Assíria como o Egito. Para manter os povos conquistados sob seu controle, os assírios utilizaram-se da violência e do terror. Essa estratégia acabou transformando-se em uma espada de dois gumes, pois, ao mesmo tempo em que essa violência aterrorizava os inimigos, ela também servia para aumentar o ódio dos dominados contra os dominadores e contribuiu para que os assírios tivessem de lidar constantemente com rebeliões em seus territórios.

Entre as táticas utilizadas pelos assírios contra os povos dominados, destacava-se o deslocamento de população. Dessa forma, ao conquistar determinada região, os assírios levavam, muitas vezes, toda a população dominada para espalhá-la por seu território, enviando os prisioneiros para diferentes partes do império. Isso fazia com que as culturas conquistadas fossem desagregadas e impedia tentativas de rebelião organizadas. As deportações também visavam enviar os prisioneiros com habilidades específicas para locais onde seu trabalho poderia ser aproveitado de alguma forma.

Além dessas transferências populacionais, os assírios esfolavam prisioneiros vivos e colocavam suas peles à mostra em determinado local das cidades conquistadas. Essa prática também incluía a decapitação e a exposição das cabeças dos prisioneiros. Outra prática comum do exército assírio era o empalamento, que consistia em matar o prisioneiro enfiando uma lança através de seu ânus.

Como dito, essas estratégias mantinham os povos dominados sob constante clima de terror, no entanto, motivava-os a rebelarem-se constantemente contra o domínio tirânico dos assírios. Inclusive, a decadência dos assírios aconteceu a partir de uma rebelião na cidade da Babilônia, na qual os caldeus, juntamente com os medos (povos originários da região atual do Irã), derrotaram os assírios e destruíram totalmente a cidade de Nínive.

*Créditos da imagem: FotoGraphic e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva
Filosofia
Dilema do prisioneiro
Saiba o que é o dilema do prisioneiro, um problema da Teoria dos Jogos que interessa as ciências sociais, economia, ciência política, sociologia e a biologia evolutiva.
Outras matérias
Biologia
Matemática
Geografia
Física
Vídeos