Reações Reversíveis

As reações reversíveis são aquelas em que os reagentes são regenerados pela reação entre os produtos.
As reações reversíveis processam-se nos dois sentidos

Muitas reações processam-se somente enquanto houver reagentes. Por exemplo, digamos que você coloque um comprimido antiácido na água, ele começa a reagir, gerando aquela efervescência que conhecemos bem. Sabemos também que essa reação irá cessar depois que todo o regente for consumido. Outro ponto é que não conseguimos regenerar o comprimido novamente. Portanto, esse tipo de reação é chamado de irreversível.

No entanto, existe um grande número de reações químicas importantes que ocorrem no metabolismo dos seres vivos e nas mais diversas regiões da Terra, como na atmosfera e hidrosfera, que são reversíveis. Antes de considerarmos um exemplo desse tipo de reação, vejamos primeiro o que é uma reação reversível e como ela é representada.

Considere uma reação genérica em que misturamos certa quantidade de um reagente A com um reagente B e eles transformam-se nos produtos C e D.

aA + bB → cC + dD

Em uma segunda transformação, a substância C é misturada à substância D e elas transformam-se nos produtos A e B:

cC + dD → aA + bB

Observe que os produtos da primeira reação são os reagentes da segunda reação e vice-versa. Assim, se essas duas reações ocorrerem ao mesmo tempo, em um único meio, dizemos que é um processo reversível.

Desse modo, concluímos que uma reação reversível é aquela que se desloca nos dois sentidos simultaneamente.

Temos que:

  • Reação direta: aA + bB → cC + dD
  • Reação inversa: cC + dD → aA + bB

Então podemos representar esse tipo de reação em uma única forma:

aA + bB ↔ cC + dD

A dupla seta (↔) é a indicação de que um processo é reversível, sendo que a seta para a direita (→) corresponde à reação direta, enquanto a seta voltada para a esquerda (←) corresponde à reação inversa. Se essas duas setas estiverem de tamanhos diferentes, isso quer dizer que a velocidade com que elas se processam está diferente, e quanto maior a seta, maior é a velocidade da reação. Por outro lado, se elas estiverem exatamente do mesmo tamanho, isso significará que o sistema atingiu o equilíbrio químico, em que a taxa de desenvolvimento da reação direta é igual à taxa de desenvolvimento da reação inversa.

Agora, consideremos um exemplo: as estalactites e estalagmites. As águas subterrâneas contêm dióxido de carbono (CO2) e estão a elevadas pressões, o que facilita a dissolução de carbonato de cálcio (CaCO3) quando elas passam por terrenos contendo calcário. Com isso, ocorre a seguinte reação:

CaCO3(s) + CO2(g)  + H2O(l)  Ca2+(aq) + 2 HCO-3(aq)

No teto das cavernas, essas águas começam a gotejar bem lentamente e, com o tempo, vão liberando dióxido de carbono e água por evaporação, ocorrendo a formação do carboneto de cálcio, que vai se depositando na forma de estalactites no teto e de estalagmites no solo:

Ca2+(aq) + 2 HCO-3(aq) CaCO3(s) + CO2(g)  + H2O(l)

Observe que uma reação é exatamente o inverso da outra, sendo que os reagentes foram regenerados. Portanto, temos a seguinte reação reversível:

CaCO3(s) + CO2(g)  + H2O(l)  Ca2+(aq) + 2 HCO-3(aq)

A produção da amônia é feita pela reação entre os gases hidrogênio e nitrogênio. No entanto, a quantidade de amônia obtida experimentalmente é sempre menor que a proporção dada na equação química, ou seja, o rendimento não é 100%. Isso acontece porque uma parte da amônia produzida é decomposta, regenerando seus gases de origem. Assim, temos a seguinte reação reversível:

N2(g) + 3 H2(g) ↔ 2 NH3(g)

Publicado por Jennifer Rocha Vargas Fogaça
Química
Tiocompostos ou compostos sulfurados
Os tiocompostos ou compostos sulfurados apresentam átomo de enxofre ocupando uma posição de um átomo de oxigênio na função oxigenada.