Smog fotoquímico e industrial
A palavra “smog” é oriunda da união de duas palavras inglesas: smoke, “fumaça”, e fog, “neblina” — falaremos mais dessa segunda palavra adiante. O termo é usado para descrever um tipo de poluição atmosférica caracterizado pela formação de uma nuvem que é uma mistura de fumaça, neblina, ar, poluentes gasosos e partículas sólidas.
Essa palavra foi usada pela primeira vez em 1911 pelo Dr. Harold de Voeux para descrever um incidente muito triste que ocorreu em Londres, Inglaterra, em dezembro de 1952, quando a cidade ficou coberta por vários dias (do dia 5 ao dia 9) por uma nuvem de fumaça. Essa forte poluição atmosférica levou cerca de 4000 pessoas a óbito.
Mas como o smog é formado?
Ele é resultado principalmente de uma inversão térmica que ocorre em épocas frias do ano e em lugares com muita poluição.
Normalmente todos os dias ocorre a formação de uma camada de ar mais quente próxima à superfície terrestre e de uma camada de ar mais fria nas partes superiores. O ar mais quente é também menos denso que o ar frio, por isso, ele sobe e distribui os poluentes contidos nele.
No entanto, em épocas frias, pode ocorrer a formação de uma camada de ar fria abaixo dessa camada de ar quente que contém os poluentes. A palavra fog, inclusive, refere-se exatamente a uma névoa densa formada quando uma massa de ar muito úmida é resfriada perto da superfície. Como o ar frio é mais denso, ele permanece na parte inferior, e os poluentes não são dissipados. Essa é a inversão térmica.
Desse modo, os poluentes atingem concentrações elevadíssimas, e o smog formado é venenoso, podendo trazer sérias consequências à saúde de quem o respira.
Dependendo da origem dos poluentes, podemos ter principalmente dois tipos de smog: o smog fotoquímico e o industrial:
* Smog fotoquímico: ocorre em cidades muito populosas, em grandes centros urbanos, cujas atividades, principalmente a grande quantidade de veículos movidos por motores de combustão interna, liberam para a atmosfera poluentes gasosos.
A gasolina, principal combustível usado nos automóveis, é derivada do petróleo, sendo constituída de uma mistura complexa de hidrocarbonetos, mas podendo conter também algumas impurezas como átomos de nitrogênio, oxigênio e enxofre, além de alguns metais. Assim, entre os produtos de combustão da gasolina, podem estar gases poluentes como o dióxido de nitrogênio (NO2) e o monóxido de nitrogênio (NO).
Na atmosfera, os óxidos de nitrogênio podem reagir com o oxigênio sob ação da luz solar — por isso o nome fotoquímico —, formando moléculas de gás ozônio (O3). Assim, o smog fotoquímico possui os óxidos de nitrogênio e o ozônio como principais poluentes.
Smog fotoquímico em 12 de janeiro de 2013, em Pequim, China *
* Smog industrial: Esse já é característico de regiões que possuem muitas indústrias.
As indústrias geralmente utilizam como fonte de energia os combustíveis fósseis, como o carvão e os derivados do petróleo. Conforme mencionado, na composição dos derivados do petróleo, há impurezas como os compostos de enxofre. Dessa forma, na combustão, são formados óxidos de enxofre, como o dióxido de enxofre (SO2) e o trióxido de enxofre (SO3). Estes, por sua vez, reagem com o vapor de água do ar e formam ácido sulfúrico (H2SO4). Esse é o mesmo processo de formação da chuva ácida.
Todos os gases mencionados, tanto os que compõem o smog fotoquímico quanto o industrial, são muito perigosos, especialmente para idosos, crianças e pessoas com problemas cardiopulmonares, tais como enfisema, bronquite e asma.
Os gases de enxofre, por exemplo, podem destruir as células dos alvéolos pulmonares e causar enfisema pulmonar.
Nuvem de poluição vinda de indústrias que pode formar o smog industrial
* Imagem com direitos autorais: Hung Chung Chih / Shutterstock.com