Sociedade de massa

O termo sociedade de massa é utilizado para descrever a nova ordem social, que se caracteriza pela convivência de grandes grupos em um mesmo contexto social.
A superpopulação urbana é uma característica das sociedades de massa

Falamos em sociedades de massa geralmente quando nos referimos a um tipo de organização social bastante específico e recente. Podemos descrevê-la como uma sociedade em que a grande maioria da população está envolvida na produção, na distribuição e no consumo de bens e serviços, além de seguirem um modelo de comportamento generalizado, participando do meio político e da vida cultural por meio do uso dos meios de comunicação de massa.

O termo sociedade de massa é usado justamente para descrever a nova ordem social que vivemos, que se formou no início do século XX após a Primeira Guerra Mundial. A nova forma de ordem social desperta no indivíduo um enorme sentimento de apego ao seu próprio contexto social como um todo. Essa nova sociedade é uma sociedade de massa precisamente pelo fato de que a grande massa social tornou-se integrada à sociedade.

O teórico Edward Shils explica que o centro da sociedade – as instituições centrais e o sistema de valores que guia e delimita essas instituições – estendeu suas fronteiras, de modo que a grande maioria das populações das sociedades contemporâneas passou a se relacionar de maneira muito mais íntima com o centro do mundo social do que em períodos anteriores. Isso, em outras palavras, quer dizer que o sujeito inserido na sociedade de massa tornou-se completamente dependente de seu meio social.

O surgimento e o crescimento dos ideais nacionalistas, que se alastraram rapidamente no decorrer da era moderna, ampliaram de maneira considerável o sentimento de afinidade entre sujeitos de classes e regiões diferentes pertencentes a um mesmo país. A progressiva urbanização da vida social humana e o consequente inchamento dos centros urbanos também são característicos das sociedades de massa. Além disso, a burocratização e a racionalização das instituições estatais enfraqueceram as formas de ação individual, já que o corpo do Estado é o que possui força legítima de manutenção e determinação das normas formais do mundo coletivo. É nesse sentido que a massa social torna-se cada vez mais próxima, passando a ter força de neutralização dos conflitos inerentes ao convívio entre diferenças. Para certos autores, essa força neutralizadora é, de fato, uma das características mais marcantes das sociedades de massa.

Jean Baudrillard, sociólogo e filósofo francês, enxerga na massa um corpo de amortização de forças políticas e sociais, um corpo que absorve “toda a eletricidade do social e do político e as neutraliza, sem retorno.” A visão de Baudrillard sobre a massa é de que a conformidade dos sujeitos com as determinações exteriores transforma o cenário social em um grande corpo inerte e imóvel. Para ele, as partes que formam as massas estão tão ligadas que tornam a manifestação do diferente e das diferenças impossível. O conformismo é, portanto, um dos pilares essenciais das sociedades de massa.

As ideias de Baudrillard nos interessa ao considerarmos o trabalho do filósofo José Ortega y Gasset e sua concepção do “homem-massa”, conceito que usa para definir o sujeito que está inserido nas sociedades de massa. Para Ortega, o sujeito contemporâneo que se vê em meio ao mundo social atual é a expressão absoluta do conformismo com as determinações sociais estabelecidas. O indivíduo e sua individualidade perderam força em meio ao enorme processo de homogeneização das diferenças. Seu desejo é o de se tornar comum, aceito pelos demais, encaixar-se nas determinações genéricas do mundo social massificado. O “homem-massa”, portanto, só se sente confortável quando se vê em conformidade com a massa.

Publicado por Lucas de Oliveira Rodrigues
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