Emiliano Zapata
Emiliano Zapata foi um líder revolucionário reconhecido pelo seu envolvimento na Revolução Mexicana. Zapata foi um dos grandes defensores dos direitos de camponeses e indígenas, principalmente na questão fundiária. Foi o líder do Exército Libertador do Sul, guerrilha do estado de Morelos.
Participou da destituição de Porfírio Díaz, ditador mexicano, e propôs suas ideias por meio do Plano de Ayala, que tinha como uma de suas propostas a devolução de todas as terras roubadas por latifundiários mexicanos. Faleceu, em 1919, vítima de uma emboscada. Seu nome ainda tem grande importância no México.
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Resumo sobre Emiliano Zapata
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Emiliano Zapata foi um líder revolucionário que atuou na Revolução Mexicana.
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Foi líder do Exército Libertador do Sul, uma guerrilha do estado de Morelos.
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Atuou para destituir Porfírio Díaz do poder e seguiu lutando contra outros governantes mexicanos.
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Era um grande defensor do direito de camponeses e indígenas terem acesso à terra.
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Sua luta inspirou um movimento zapatista em Chiapas, no México.
Biografia de Emiliano Zapata
Emiliano Zapata Salazar nasceu em 8 de agosto de 1879, em San Miguel de Anenecuilco, um pequeno vilarejo no estado de Morelos, no México. Foi parte de uma família de camponeses que mantinha uma condição de vida digna. Seu pai se chamava Gabriel Zapata e foi um camponês treinador de cavalos. Sua mãe foi Cleofas Jertrudiz Salazar.
A condição financeira decente da família Zapata permitiu que Emiliano tivesse acesso ao ensino primário, conseguindo alfabetizar-se, algo raro no México do final do século XIX. Esse acesso ao conhecimento o levou à ideologia anarquista durante sua juventude.
Quando tinha entre 16 e 17 anos, Zapata assumiu a liderança de sua família por conta da morte de seu pai. Nessa posição, ele pôde identificar problemas que assolavam os camponeses em seu país.
Envolvimento de Emiliano Zapata na Revolução Mexicana
A Revolução Mexicana, iniciada em 1910, foi resultado da disputa pelo poder entre Francisco Madero e Porfírio Díaz. Esse embate correu pelo país e seguiu até 1917, quando Venustiano Carranza se consolidou no poder. Ainda em 1910, Porfírio Díaz era governante do México, estando no poder quase ininterruptamente desde 1876.
Seu governo foi autoritário e marcado por ações que beneficiavam as elites latifundiárias do México, que tomavam as terras do campesinato e dos indígenas, relegando essas classes a uma vida de pobreza e de exploração. Em 1910, Díaz se envolveu em uma disputa com Madero pela presidência.
Madero, derrotado nas eleições e exilado do México, deu início a um levante armado contra Díaz. Os conflitos no México permitiram que uma série de grupos surgissem na defesa de melhores condições de vida. Zapata esteve em um desses grupos, uma vez que ele era engajado na luta em favor dos camponeses e dos indígenas.
Zapata acusava que camponeses e indígenas estavam tendo suas terras roubadas pelos latifundiários sob a chancela de Díaz. Ele apoiou Madero, pois recebeu promessas de que uma reforma agrária seria realizada no país. A luta campesina no México deu origem a diferentes guerrilhas na defesa da redistribuição de terras.
Um desses grupos era o Exército Libertador do Sul, a força armada que surgiu em Morelos sob o comando de Zapata. Essa milícia surgiu quando Zapata identificou que não havia espaço para nenhum tipo de transformação pela política ou por meios pacíficos. Essa milícia lutou contra as tropas do governo mexicano e para invadir terras de latifundiários em Morelos.
Ao longo da Revolução Mexicana, a guerrilha liderada por Zapata se uniu com uma guerrilha campesina do norte do México e que era liderada por Pancho Villa. O afastamento de Zapata de Madero fez com que o líder camponês mexicano lançasse um projeto chamado Plano de Ayala.
Esse plano continha as críticas e o projeto de Zapata e seus aliados para os camponeses e indígenas mexicanos. Nesse plano, Zapata denunciava que Madero não tinha cumprido as promessas que havia feito aos camponeses e indígenas e convocava o povo mexicano para lutar contra o político.
Além disso, o Plano Ayala exigia a devolução das terras roubadas dos camponeses durante o governo de Porfírio Diaz, e defendia a nacionalização de 1/3 das propriedades dos latifundiários para que fossem distribuídas a quem não tinha terra para se sustentar. As exigências de Zapata se baseavam no lema “Reforma, liberdade, justiça e lei”.
As forças de Zapata invadiram algumas propriedades e atuaram em diversas batalhas. Zapata tornou-se o grande nome da luta revolucionária em Morelos. Em 1913, Madero foi assassinado e destituído do poder, assumido por Vitoriano Huerta, que permaneceu no cargo até 1914, quando Carranza entrou em seu lugar.
Carranza chegou ao poder com apoio de Zapata e Pancho Villa, mas, uma vez lá, voltou-se contra as guerrilhas campesinas. O governo mexicano sob a gestão de Carranza chegou a colocar uma recompensa pela cabeça de Zapata, tornando-o o homem mais procurado do México. A perseguição a Zapata resultou em uma emboscada que o levou à morte em 10 de abril de 1919, aos 39 anos. Sua morte enfraqueceu consideravelmente a força guerrilheira em Morelos. Para saber mais sobre a Revolução Mexicana de 1910, clique aqui.
Movimento zapatista
Zapata é uma figura marcante na história do México, e a importância de sua luta deu origem a um grupo guerrilheiro que entrou em atuação a partir de 1º de janeiro de 1994. Esse grupo é o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que atua no estado de Chiapas defendendo a reforma agrária e a construção de uma sociedade baseada no igualitarismo.
Os zapatistas se inspiraram na luta de Emiliano Zapata, surgindo inicialmente com três exigências:
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Fim da marginalização dos indígenas no México.
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Fim do Nafta.
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Combate à corrupção no México.
Qual foi o legado de Emiliano Zapata?
O assassinato de Emiliano Zapata aconteceu há mais de 100 anos, e, mesmo depois de tanto tempo, ele ainda é considerado um dos grandes líderes revolucionários do México. O longo histórico de desigualdade social, concentração fundiária, pobreza e violência do México fez de Zapata um ícone na defesa pela luta dos direitos dos camponeses e dos indígenas, sobretudo no acesso à terra, direito recusado a essas classes ao longo da história mexicana.
Frases de Emiliano Zapata
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“Quero morrer sendo escravo dos princípios, não dos homens.”
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“Os inimigos da pátria e das liberdades dos povos sempre chamaram de bandidos aqueles que se sacrificam por causas nobres.”
Curiosidades sobre Emiliano Zapata
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Alguns historiadores apontam que Zapata seria fluente em nahuatl, língua dos antigos maias e astecas.
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Depois de assassinado, o corpo de Zapata ficou em exposição por 24 horas antes de ser enterrado.
Fontes
CHACON, Flávia. O legado da luta de Emiliano Zapata na América Latina. Disponível em: https://operamundi.uol.com.br/memoria/o-legado-da-luta-de-emiliano-zapata-na-america-latina/
ELIAS, Alice. Nascimento de Emiliano Zapata. Disponível em: https://www.fflch.usp.br/35481
VALENCIA, Adrián Sotelo. Zapatismo. Disponível em: https://sites.usp.br/portalatinoamericano/espanol-zapatismo
Créditos da imagem
[1]Commons