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Carrapatos

Carrapatos são parasitas que se alimentam de sangue e podem transmitir doenças para os seres humanos e outros animais que parasitam. Uma dessas doenças é a febre maculosa.
Vista aproximada de um carrapato na pele humana.
Carrapatos são parasitas que se alimentam de sangue e podem ser responsáveis por transmitir doenças.

Carrapatos são animais invertebrados que fazem parte do grupo dos aracnídeos, sendo, portanto, parentes de escorpiões, aranhas e ácaros. Esses animais apresentam quelíceras e pedipalpos, quatro pares de pernas e corpo dividido em cefalotórax e abdome, os quais estão fundidos nesses animais. Trata-se de ectoparasitas (parasitas que vivem sobre a pele dos animais) hematófagos, ou seja, que se alimentam de sangue de outros animais. Os carrapatos podem parasitar animais como cavalos, cães e até mesmo os seres humanos. Uma das doenças transmitidas por eles é a febre maculosa, que, se não tratada, pode ser fatal.

Leia também: Aranha-caranguejeira — aranha de grande porte que apresenta o corpo repleto de pelos

Resumo sobre carrapatos

  • Carrapatos são aracnídeos, apresentando, portanto, características como ausência de antenas e asas, presença de quelíceras e pedipalpos, quatro pares de pernas e corpo dividido em cefalotórax e abdome.

  • Não são insetos.

  • São parasitas que se alimentam de sangue.

  • Podem, ao parasitar um animal, transmitir doenças.

  • A febre maculosa é uma doença que pode causar a morte se não tratada adequadamente.

Características dos carrapatos

Carrapatos são animais invertebrados, artrópodes, da classe Arachnida e ordem Acari. Apresentam como características marcantes:

  • ausência de antenas e asas;

  • presença de quelíceras e pedipalpos;

  • quatro pares de pernas;

  • corpo dividido em cefalotórax e abdome, completamente fundidos nesses animais.

Carrapatos são ectoparasitas que se alimentam de sangue, principalmente de vertebrados, como cães, cavalos e até mesmo seres humanos. O formato do corpo dos carrapatos é, geralmente, oval e plano, podendo adquirir até mesmo a forma esférica quando estão se alimentando. Carrapatos podem ser encontrados, quando não estão parasitando animais, no capim, no chão e escondidos em frestas, por exemplo.

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Carrapatos são insetos?

Diferentemente do que muitas pessoas pensam, carrapatos não são insetos. Carrapatos são invertebrados artrópodes, assim como os insetos, porém os carrapatos fazem parte do grupo dos aracnídeos, mesmo grupo das aranhas, escorpiões e ácaros.

Carrapatos de cachorros

Um problema muito comum em cães é a infestação por carrapatos. Diferentes espécies podem parasitar esses animais, variando de acordo com o local onde o cachorro vive. Cachorros criados em ambiente urbano, por exemplo, são frequentemente parasitados pela espécie Rhipicephalus sanguineus. Cães criados em áreas rurais ou suburbanas, por sua vez, costumam ser parasitados por outras espécies, incluindo as do gênero Amblyomma, relacionadas com a febre maculosa.

Uma das doenças que podem afetar os cachorros é a chamada erliquiose canina. Trata-se de uma doença bacteriana transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. O cachorro com a doença pode apresentar apatia, perda de peso, febre, edema nos membros e escroto, e vômitos. A mortalidade é rara, mas pode ocorrer.

Carrapatos e a febre maculosa

Carrapatos do gênero Amblyomma.
No Brasil, os principais carrapatos relacionados com a febre maculosa são os do gênero Amblyomma.

Carrapatos podem transmitir diferentes doenças, uma vez que podem ser reservatório de diferentes micro-organismos patogênicos. A febre maculosa é a doença transmitida por carrapatos mais conhecida.

A febre maculosa é uma doença grave que pode até mesmo levar à morte. Ela é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. No Brasil, os principais reservatórios dessa bactéria são os carrapatos do gênero Amblyomma, conhecidos popularmente como carrapato-estrela.

A doença é transmitida quando o carrapato infectado com a bactéria pica uma pessoa e permanece nela por um período de 4 a 6 horas. Os sintomas podem surgir de 2 a 14 dias após a transmissão e podem incluir:

  • febre, geralmente alta;

  • dor de cabeça;

  • dor muscular;

  • mal-estar generalizado;

  • náusea;

  • vômitos;

  • manchas na pele.

A falta de tratamento adequado pode fazer com que a doença se agrave no paciente, provocando edema dos membros inferiores; aumento do fígado e baço; dor abdominal; diarreia; insuficiência renal aguda; pneumonia; derrame pleural; edema pulmonar; meningite; e sangramento digestivo, pulmonar e mucocutâneo. A pessoa pode apresentar, ainda, confusão mental e convulsões em estágios mais avançados da doença.

O tratamento baseia-se no uso de antibióticos, podendo ser necessária a internação. Ele deve ser iniciado imediatamente em caso de suspeita da doença, não devendo-se esperar a confirmação do caso para a administração da medicação. A letalidade da doença pode chegar a 80% quando o tratamento adequado não é oferecido.

Veja também: Escorpiões peçonhentos — animais que podem causar acidentes leves ou até mesmo levar à morte

Como se proteger de doenças transmitidas por carrapatos?

Os carrapatos podem transmitir doenças até mesmo fatais, portanto, é fundamental evitar contato com esses animais. Veja, a seguir, algumas recomendações do Ministério da Saúde|1| para evitar doenças transmitidas por carrapatos:

  • Use roupas claras para ajudar a identificar o carrapato;

  • Use calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas;

  • Evite andar em locais com grama ou vegetação alta;

  • Use repelentes que possuem proteção contra carrapatos;

  • Realize o controle com antiparasitário nos animais domésticos;

  • Retire os carrapatos (caso sejam encontrados no corpo), preferencialmente com auxílio de uma pinça (de sobrancelhas ou pinça cirúrgica auxiliar);

  • Não esmague o carrapato com as unhas, pois ele pode liberar bactérias e contaminar partes do corpo com lesões;

  • Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

Nota

|1| MINISTÉRIO DA SAÚDE. Febre maculosa: saiba como evitar e tratar a doença transmitida por carrapato. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/febre-maculosa-saiba-como-evitar-e-tratar-a-doenca-transmitida-por-carrapato.

Fontes

ANDREOTTI, R.; KOLLER, W. W.; GARCIA, M. V. (Editores técnicos) Carrapatos: protocolos e técnicas para estudo. Embrapa, 2016. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/196905/1/Carrapatos-protocolos-e-tecnicas.pdf.

BRUSCA, R. C.; MOORE,W.; SHUSTE, S. M. Invertebrados. Tradução Carlos Henrique de Araújo Cosendey. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

FRUET, C. L. Erliquiose em cães. 2005. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/1749. Monografia (Especialização em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais) — Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/handle/1/1749.

HICKMAN JUNIOR, C. P. et al. Princípios integrados de zoologia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

LABRUNA, M. B.; PEREIRA, M. C. Carrapato em cães no Brasil. Clínica Veterinária, n. 30, p. 24-32, 2001. Disponível em: http://r1.ufrrj.br/adivaldofonseca/wp-content/uploads/2014/06/Labruna-et-al-2001-carrapatos-caes-CLIN-VET.pdf.

MASSARD, C. L.; FONSECA, A. H. Carrapatos e doenças transmitidas comuns ao homem e aos animais. A Hora Veterinária, v. 135, n. 1, p. 15-23, 2004. Disponível em: http://r1.ufrrj.br/adivaldofonseca/wp-content/uploads/2014/09/Massard-et-al-2004-Carrapatos-e-doencas-tranamitidas-ao-homen-e-animais-A-Hora-Vet.pdf.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Febre maculosa: saiba como evitar e tratar a doença transmitida por carrapato. Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/febre-maculosa-saiba-como-evitar-e-tratar-a-doenca-transmitida-por-carrapato.

REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.

RUPPERT, E; BARNES, R. D. Zoologia dos Invertebrados. 6ª ed. São Paulo: Editora Roca,1996.

SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE/MS. Febre Maculosa Brasileira. 7ª ed. Guia de Vigilância Epidemiológica, 2010. Disponível em: https://www.saude.go.gov.br/images/imagens_migradas/upload/arquivos/2012-05/guia-de-ve-febre-maculosa-brasileira-7ed-2010.pdf.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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