Carnaval no Brasil
O Carnaval no Brasil é uma das celebrações mais tradicionais da nossa cultura, sendo festejado pelos foliões de diferentes maneiras em cada região do país. É uma festa que atrai a atenção de milhares de turistas de todas as partes do mundo. O Carnaval foi introduzido no Brasil pelos portugueses durante a colonização.
Inicialmente, a primeira manifestação do Carnaval no Brasil foi o entrudo, mas essa prática perdeu força ao longo do século XIX, sendo substituído por cordões, ranchos carnavalescos e zé-pereiras. No século XX, o surgimento do samba carioca contribuiu para a origem das escolas de samba, primeiramente no Rio de Janeiro e depois em São Paulo.
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Resumo sobre Carnaval no Brasil
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O Carnaval é uma das principais festividades presentes na cultura brasileira.
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Todos os anos, milhões de pessoas tomam as ruas para celebrar essa festa, e milhões de turistas vêm ao Brasil.
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A festa do Carnaval foi introduzida aqui pelos portugueses durante o período colonial, e a primeira manifestação carnavalesca foi o entrudo.
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Cordões, ranchos carnavalescos e zé-pereiras foram outras formas populares de celebrar o Carnaval no século XIX.
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No século XX, surgiram o samba urbano carioca e as escolas de samba, e ambos tornaram-se elementos fundamentais no Carnaval brasileiro.
Características do Carnaval no Brasil
O Carnaval é uma das festividades mais tradicionais do Brasil e uma das festas populares mais tradicionais do mundo, estando presente em inúmeros países do continente europeu e nos Estados Unidos, por exemplo. Essa celebração acontece antes do início da Quaresma, período de quarenta dias que antecede a Páscoa no calendário cristão.
No Brasil, o Carnaval é marcado por festividades variadas, o que demonstra a diversidade cultural do território. Em cada parte de nosso país o Carnaval pode ser celebrado de muitas maneiras, e a celebração do Carnaval brasileiro é um evento que atrai milhões de turistas para o Brasil todos os anos. Ao longo da história, o Carnaval já foi celebrado de diferentes formas, e veremos isso ao longo deste texto.
Entrudo e as primeiras brincadeiras de Carnaval no Brasil
Até meados do século XIX, a prática mais comum no Carnaval brasileiro era o entrudo. Essa prática era realizada em Portugal e foi trazida para o Brasil entre os séculos XVI e XVII. O entrudo consistia em uma brincadeira que assumia conotações de zombaria pública. A principal manifestação do entrudo era o jogo das molhadelas.
Nesse jogo, as pessoas saíam às ruas com o objetivo de molhar ou de sujar uns aos outros propositalmente usando recipientes que eram enchidos com algum líquido. O tipo de líquido usado nos recipientes variava de acordo com a intenção da pessoa, podendo ser simplesmente água ou até mesmo urina.
O entrudo poderia ser realizado de maneira pública, isto é, nas vias dos bairros da cidade, mas também poderia ser realizado de maneira privada entre uma família ou um grupo de amigos. Essa brincadeira era muito comum entre as camadas mais baixas da sociedade do Rio de Janeiro, e as elites da cidade não concordavam com esse costume, considerando-o “rude” e “selvagem”.
O entrudo começou a ser alvo de críticas a partir da década de 1840, e as elites passaram a apoiar a realização de bailes de máscaras, aos moldes dos bailes europeus. Algumas décadas depois, essas elites criaram as sociedades carnavalescas, cujo objetivo era o de realizar desfiles nas ruas. O Carnaval de rua no Brasil tomou novos contornos a partir de então.
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Carnaval de rua no Brasil
Com o combate ao entrudo e a iniciativa das elites de realizar desfiles públicos, o Carnaval brasileiro foi tomando novas formas ao longo do século XIX. Nesse contexto, os cordões, zé-pereiras e ranchos carnavalescos se tornaram as formas de celebração mais tradicionais da festa.
Inicialmente, os cordões tomaram as ruas do Rio de Janeiro e consistiam em desfiles realizados por um grupo de pessoas que, comumente, estavam fantasiadas. Essas pessoas eram guiadas por um grupo de instrumentistas, em geral de percussionistas que usavam bumbos para guiar os foliões. Os historiadores consideram que a estrutura dos cordões era parecida com a de procissões religiosas.
Os ranchos carnavalescos são entendidos como uma evolução dos cordões, sendo blocos onde os foliões reuniam-se para desfilar pelas ruas da cidade. Eram acompanhados por música, formados por pessoas fantasiadas e comandados por um rei e por uma rainha, que lideravam a marcha nas ruas. Tanto os cordões quanto os ranchos se tornaram comuns em outras partes do Brasil.
Os zé-pereiras, por sua vez, eram práticas carnavalescas que também foram herdadas da tradição portuguesa, sendo semelhantes a romarias religiosas. No contexto do Carnaval, foliões saíam às ruas tocando instrumentos de percussão e celebrando a festa com canções e danças.
Além disso, outras formas de comemorar o Carnaval se popularizam em outras partes do Brasil. Em Pernambuco, por exemplo, o frevo e o maracatu tornaram-se parte essencial do Carnaval lá celebrado. Já na Bahia, a influência africana deu origem ao afoxé, um cortejo que toma as ruas da cidade durante o Carnaval.
Escolas de samba, blocos carnavalescos e trios elétricos
O começo do século XX ficou marcado pela origem do samba urbano carioca, e esse gênero musical contribuiu diretamente para o surgimento das escolas de samba, agremiações que ficaram marcadas por realizarem desfiles de samba durante o Carnaval. A primeira escola de samba a surgir foi a Deixa Falar, fundada em 1928, na cidade do Rio de Janeiro.
A primeira vez que uma competição de escolas de samba foi realizada oficialmente no Rio de Janeiro foi em 1932. A partir de 1935, a competição passou a ser realizada com investimento público, e suas regras tornaram-se muito mais criteriosas. Muitos dos desfiles das escolas de samba nessa época possuíam temas de exaltação nacional, como forma de agradar ao governo de Vargas.
Além disso, a população deu origem a novas formas de celebrar o Carnaval, e na década de 1930, ficaram muito comuns os blocos carnavalescos: a população saía às ruas fantasiada, celebrando e cantando as marchinhas de Carnaval.
Já na Bahia, a população passou a celebrar o Carnaval por meio dos trios elétricos, caminhões que amplificavam o som dos instrumentos que estavam sendo tocados. O trio elétrico se estabeleceu em Salvador por volta da década de 1950.
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Desfiles das escolas de samba
Os desfiles das escolas de samba, iniciados no Brasil na década de 1930, tornaram-se um elemento fundamental do Carnaval brasileiro, e os desfiles das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro atraem turistas de todas as partes do planeta. Trata-se de um espetáculo de grandes proporções que recebe atenção internacional.
Os desfiles das escolas de samba envolvem grandes somas de dinheiro e exigem o trabalho artístico de milhares de pessoas. Atualmente, os desfiles das escolas de samba possuem enredos diversos e abordam, muitas vezes, problemas sociais do Brasil e temas da cultura afro-brasileira.
Além disso, existe uma série de critérios que as escolas de samba devem seguir, sendo avaliadas em nove critérios. Esses critérios valem para o desfile das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Os critérios de avaliação são os seguintes:
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bateria;
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harmonia;
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evolução;
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enredo;
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alegorias e adereços;
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fantasias;
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comissão de frente;
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mestre-sala e porta-bandeira.
Até o ano de 2022, as três escolas de samba com mais títulos no Rio de Janeiro eram Portela (22 títulos), Estação Primeira de Mangueira (20 títulos) e Beija-Flor de Nilópolis (14 títulos). Já em São Paulo, as maiores campeãs dos desfiles das escolas de samba eram Vai-Vai (15 títulos), Nenê de Vila Matilde (11 títulos) e Mocidade Alegre (dez títulos).
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