Fatos curiosos sobre os raios
Os raios só caem?
As descargas elétricas que se propagam entre as nuvens e o solo em virtude de um grande campo elétrico são chamadas de raios e podem apresentar duas polaridades: positiva e negativa. Cerca de 90% dos raios são de polaridade negativa, levando elétrons da nuvem para o solo. Os outros 10% são raios de polaridade positiva, muito mais raros. Nesses raios, os elétrons são transportados do solo para a nuvem.
Raios negativos
O primeiro processo é o da quebra de rigidez preliminar. Nesse processo, formam-se pequenas descargas elétricas no interior da nuvem entre suas regiões negativas e positivas. Em seguida, uma descarga elétrica geralmente não visível, chamada líder escalonado, deixa a nuvem em direção ao solo – sua velocidade pode chegar a até 400.000 km/h! Ao todo, essa descarga inicial pode depositar até 10 C de carga sobre o solo.
Quando o líder escalonado chega a algumas dezenas de metros do solo, o potencial elétrico produzido ultrapassa 100 milhões de Volts. Tamanha diferença de potencial causa a ruptura da rigidez dielétrica do ar, que se torna condutor. Toda essa energia gera novos raios ascendentes (que sobem), chamados de líderes conectantes. No momento do encontro dos raios ascendentes e descendentes (que descem), é que se produz a maior quantidade de luz dos raios (o relâmpago). A corrente elétrica que se forma em direção ao solo pode atingir valores de mais de 200 mil Amperes.
Os raios podem produzir plasma, raios X e raios gama
Enquanto a temperatura da superfície do Sol é de aproximadamente 5800 K, a temperatura do ar que conduz os raios pode chegar facilmente a 30.000 ºC. A grande diferença de potencial entre as nuvens e o solo pode gerar uma grande aceleração nas cargas elétricas, produzindo ondas eletromagnéticas que vão da radiação visível aos raios X e até mesmo aos raios gama, a radiação de maior poder de penetração conhecida.
Probabilidades de ser atingido por um raio
Por causa do clima tropical e da sua grande extensão territorial, o Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo. Ao todo, são registrados mais de 57 milhões de raios todos os anos. No entanto, a chance de ser atingido por um raio no Brasil é muito baixa: cerca de 1 em 1,5 milhão, mais de trinta vezes mais fácil que acertar as seis dezenas na Mega-Sena da Virada.
Mesmo com chances tão baixas, Roy Sullivan, o guarda de um Parque Nacional dos Estados Unidos, entrou para o Livro dos Recordes após ser atingido por raios nada menos que sete vezes, em ocasiões distintas. Apesar de ferido, sobreviveu a todas.
Raios e a mitologia
Os raios sempre estiveram presentes nos mitos de diversas civilizações antigas. Eram, na maioria das vezes, interpretados como manifestações divinas. Para os gregos antigos, os raios eram lanças produzidas pelos Ciclopes para que Zeus pudesse castigar a humanidade por suas falhas. O loureiro, um arbusto muito utilizado na cabeça de generais e imperadores romanos, era visto como um amuleto de proteção contra os raios. Até mesmo na Europa Medieval acreditava-se que o badalar dos sinos da igreja funcionavam como uma proteção divina contra os raios.