Efeito Doppler

O efeito Doppler é um fenômeno físico ondulatório caracterizado pela alteração do comprimento de onda e da frequência de onda quando a fonte que as emite está se movendo em relação a um observador. Se a fonte e o observador estão se afastando, o comprimento de onda aumenta e a frequência do som diminui, tornando o som mais grave; mas, se a fonte e o observador estão se aproximando, o comprimento de onda diminui e a frequência do som aumenta, tornando o som mais agudo.
Leia também: Ondulatória — a área da Física que estuda o comportamento das ondas
Resumo sobre o efeito Doppler
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O efeito Doppler descreve como as ondas são modificadas pelo movimento.
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O barulho pode ser grave ou agudo, dependendo da frequência do som.
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O efeito Doppler é aplicado nas áreas de medicina, astronomia e nos radares.
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No efeito Doppler da luz identifica que corpos celestes que estão se aproximando apresentam um desvio azulado, enquanto os corpos celestes que estão se afastando apresentam um desvio avermelhado.
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O efeito Doppler foi desenvolvido pelo físico Johann Doppler (1803-1853) e comprovado experimentalmente pelo químico Christoph Buys-Ballot.
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Ele pode ser cobrado no Enem em relação à sua teoria e fórmula.
O que é efeito Doppler?
O efeito Doppler é um fenômeno ondulatório que se manifesta quando há diferenças de velocidade entre um observador e uma fonte emissora de ondas, sejam elas mecânicas (que só se propagam em meios, como o som), sejam elas eletromagnéticas (que não precisam de um meio para se propagarem, como a luz).
Ele ocorre em razão da velocidade de propagação de uma onda depender do meio ao qual ela se propaga, não sendo alterada mesmo que a fonte emissora das ondas e/ou o observador se movam. Então, para que a velocidade de propagação da onda se mantenha constante, é necessário que ocorram variações na frequência da onda e no comprimento da onda.
Podemos observar o efeito Doppler quando ouvimos a altura do som (chamado erroneamente de volume) de uma sirene de uma ambulância em movimento, como na imagem abaixo:

Quando a fonte emissora de ondas (nesse caso, a sirene) está se afastando do observador, ocorrem o aumento do comprimento de onda e, consequentemente, a diminuição da frequência da onda, com isso, o “volume” do som diminui, tornando o barulho mais grave.
Já se a fonte emissora de ondas estiver se aproximando do observador, ocorrerão a diminuição do comprimento de onda e, consequentemente, o aumento da frequência da onda, com isso, o “volume” do som aumenta, tornando o barulho mais agudo.
É necessário ter em mente que, para que o efeito Doppler aconteça, é necessário que a velocidade da fonte emissora das ondas seja menor que a velocidade de propagação do som, já que se, por exemplo, a velocidade da fonte for igual ou maior que a velocidade do som no ar (de 1224 km/h ou 340 m/s), ocorrerá o fenômeno da quebra de barreira do som.
Aplicações do efeito Doppler
O efeito Doppler é aplicado em diversas áreas, como na medicina, na astronomia e nos radares.
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Efeito Doppler na medicina
Na medicina, o efeito Doppler é aplicado em vários exames de imagem, como o exame de ecodopplercardiograma, que detecta anormalidades no coração, e o exame de ultrassom com Doppler, que detecta anormalidades nos fluxos sanguíneos, órgaos e tecidos do corpo.
Nesses exames, ondas sonoras de alta frequência são emitidas no corpo e refletidas sempre que chocam com alguma barreira, como as hemácias. Essa reflexão da onda ocasiona um eco que é transformado por um sistema em imagens em tempo real do movimento do órgão analisado.
Esses exames são usados em pacientes com predisposição ao desenvolvimento de doenças, como grávidas e idosos, já que apresenta menor risco do que o raio X ou a tomografia, e também é usado para orientar os médicos em procedimentos pouco invasivos.
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Efeito Doppler na astronomia
Na astronomia, o efeito Doppler é aplicado na medição da velocidade relativa dos corpos celestes, como estrelas e galáxias, em relação à Terra, por meio do efeito Doppler da luz.
O efeito Doppler da luz funciona de maneira similar ao efeito Doppler do som, em que ocorre alteração da frequência, só que, enquanto no som se altera a sua altura (grave ou agudo), na luz se altera a cor (vermelha ou azul).
Então, se a luz proveniente de uma galáxia chegar até nós com elevados comprimentos de onda (ou seja, mais esticadas), a sua frequência será menor e ela terá uma coloração desviada para o vermelho (em inglês, red-shift), significando que a galáxia está se afastando da Terra.

Já se a luz proveniente dessa galáxia chegar até nós com baixos comprimentos de onda (ou seja, mais comprimida), a sua frequência será maior e ela terá uma coloração desviada para o azul (em inglês, blue-shift), significando que a galáxia está se aproximando da Terra.
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Efeito Doppler nos radares
Nos radares, o efeito Doppler é aplicado na medição da velocidade dos automóveis e aviões, detecção de objetos e identificação de fenômenos metereológicos. Esses radares, chamados de radares Doppler, emitem constantes ondas de rádio, capazes de diferenciar corpos parados dos corpos em movimento.
Fórmulas do efeito Doppler
fo=f⋅vsom±vovsom±vfonte
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fo é a frequência observada, ou frequência Doppler, medida em Hertz [Hz].
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f é a frequência emitida, medida em Hertz [Hz].
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vsom é a velocidade do som (ou da onda), medida em [m/s].
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vo é a velocidade do observador, medida em [m/s].
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vf é a velocidade da fonte emissora das ondas, medida em [m/s].
Observação: Para empregar corretamente a fórmula, é necessário identificar se a fonte emissora das ondas e o observador estão se aproximando ou afastando.
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Na aproximação do observador, teremos o sinal positivo no numerador.
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No afastamento do observador, teremos o sinal negativo no numerador.
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Na aproximação da fonte emissora, teremos o sinal negativo no denominador.
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No afastamento da fonte emissora, teremos o sinal positivo no denominador.
Descoberta do efeito Doppler
O efeito Doppler foi formulado em 1842 pelo físico Johann Doppler (1803-1853) e comprovado em 1845 pelo químico e metereologista Christoph Buys-Ballot (1817-1890) por meio de um experimento no qual uma banda tocava notas musicais em cima de um vagão de um trem em movimento, enquanto alguns observadores anotavam as notas ouvidas a partir da aproximação e do afastamento dessa locomotiva.
Leia também: A história da ponte que entrou em colapso após a ocorrência de um fenômeno ondulatório
Efeito Doppler no Enem
O efeito Doppler é um dos menos cobrados no Enem, mas pode vir a ser cobrado de forma teórica ou prática. Na primeira forma, podemos ter questões relacionadas à teoria do efeito Doppler, havendo ou não a necessidade de cálculos. Já na segunda forma, podemos ter questões abordando situações do cotidiano por meio de charges ou histórias fictícias.
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Exemplo de questão do Enem sobre o efeito Doppler
(Enem) Uma ambulância A em movimento retilíneo e uniforme aproxima-se de um observador O, em repouso. A sirene emite um som de frequência constante fa. O desenho ilustra as frentes de onda do som emitido pela ambulância. O observador possui um detector que consegue registrar, no esboço de um gráfico, a frequência da onda sonora detectada em função do tempo fo(t), antes e depois da passagem da ambulância por ele.
Qual esboço gráfico representa a frequência fo(t) detectada pelo observador?
a)
b)
c)
d)
e)
Resolução: Alternativa D. Na aproximação da ambulância, acontece o aumento da frequência observada, tornando-a maior do que a frequência emitida pela ambulância; já no afastamento, acontece a diminuição da frequência observada, tornando-a menor do que a frequência emitida pela ambulância.
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Exercícios resolvidos sobre efeito Doppler
Questão 1 (ITA) Considere a velocidade máxima permitida nas estradas como sendo exatamente 80 km/h. A sirene de um posto rodoviário soa com uma frequência de 700 Hz, enquanto um veículo de passeio e um policial rodoviário se aproximam emparelhados. O policial dispõe de um medidor de frequências sonoras.
Dada a velocidade do som, de 350 m/s, ele deverá multar o motorista do carro quando seu aparelho medir uma frequência sonora de, no mínimo:
a) 656 Hz.
b) 745 Hz.
c) 655 Hz.
d) 740 Hz.
e) 860 Hz.
Resolução: letra B
Primeiramente, converteremos a velocidade máxima da estrada de km/h para m/s:
80 km/h3,6≅22,22 m/s
Depois, calcularemos a frequência observada por meio da fórmula do efeito Doppler:
fo=f⋅vsom±vovsom±vfonte
Como o veículo de passeio e o policial rodoviário estão se aproximando da sirene, a fórmula é alterada para:
fo=f⋅vsom+vovsom−vfonte
fo=700⋅350+22,22350−0
fo=700⋅372,22350
fo=700⋅372,22350
fo≅744,44 Hz
Então, quando o observador estiver a uma velocidade de 80 km/h, ele ouvirá uma frequência de, no mínimo, 745 Hz.
Questão 2 (Urca) Um observador em repouso, munido de um detector de frequências sonoras, detecta uma frequência igual a f1 quando uma fonte sonora se aproxima e uma frequência igual a f2 quando essa mesma fonte sonora se afasta. O fenômeno relacionado à alteração da frequência detectada por um observador e uma fonte sonora devido ao movimento relativo entre eles é chamado efeito Doppler. Seja vs a velocidade de propagação do som no ar, podemos afirmar que a velocidade da fonte sonora é igual a:
a) vs (f2−f12 f2+f1)
b) vs (f2+f1f2−f1)
c) 2⋅vs (f2+f1f2−f1)
d) vs (f1−f2f1+f2)
e) vs (2 f2+f1f2−f1)
Resolução: letra D
Encontraremos a fórmula da velocidade da fonte sonora por meio da fórmula do efeito Doppler:
fo=f⋅vsom±vovsom±vfonte
Pelo enunciado conseguimos identificar que o observador está em repouso, então a velocidade dele é nula, e também que a frequência 1 está se aproximando do observador, então teremos sinal negativo no denominador e sinal positivo no numerador, alterando a fórmula para:
f1=f⋅vsom+0vsom−vfonte
f1=f⋅vsomvsom−vfonte
f1 (vsom−vfonte)=f⋅vsom
f=f1(vsom−vfonte)vsom
Além disso, no enunciado é mencionado que a frequência 2 está se afastando do observador, então teremos sinal negativo no numerador e sinal positivo no denominador, alterando a fórmula para:
f2=f⋅vsom−0vsom+vfonte
f2=f⋅vsomvsom+vfonte
f2 (vsom+vfonte)=f⋅vsom
f=f2(vsom+vfonte)vsom
Como a frequência sonora é igual em ambos os casos, faremos a igualdade das equações:
f1 (vsom−vfonte)vsom=f2(vsom+vfonte)vsom
f1(vsom−vfonte)f2(vsom+vfonte)=vsomvsom
f1(vsom−vfonte)f2(vsom+vfonte)=1
Fazendo a distributiva, temos:
f1⋅vsom−f1⋅vfontef2⋅vsom+f2⋅vfonte=1
f1⋅vsom−f1⋅vfonte=f2⋅vsom+f2⋅vfonte
vsom(f1−f2)=vfonte (f1+f2)
vfonte=vsom (f1−f2)(f1+f2)
Ferramentas Brasil Escola





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