Aspas (“”)
As aspas são um sinal de pontuação empregado para destacar palavras ou expressões, como citações, títulos de obra, palavras incomuns do idioma, expressões irônicas, entre outros casos. Elas abrem e fecham os termos, de modo a indicar o início e o fim da expressão destacada. As aspas podem ser duplas ou simples. O ponto-final pode ser empregado dentro ou fora delas, a depender da estrutura do enunciado.
Leia mais: Ponto de interrogação — usado para marcar, na escrita, a entonação de perguntas
Resumo sobre aspas
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As aspas indicam, na língua escrita, o destaque de uma palavra ou expressão.
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Para indicar o início e o fim da palavra ou expressão destacada, é necessário abrir e fechar as aspas respectivamente.
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Esse destaque pode ocorrer para mostrar uma citação; ressaltar um termo ou expressão incomum na língua (gírias, neologismos, estrangeirismos) ou usado fora de seu contexto literal; indicar uma entonação irônica; destacar títulos de obras; e organizar falas (quando não se opta pelo uso do travessão).
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As aspas podem ser duplas ou simples; as simples são usadas dentro das duplas.
Videoaula sobre aspas, parênteses e travessão
O que são aspas?
As aspas são um sinal de pontuação usado na língua escrita para destacar uma palavra ou expressão por alguma necessidade. Isso pode ser feito para indicar um significado diferente (conotativo), para indicar uma entonação ou ainda em outros contextos específicos.
Quais os tipos de aspas?
Há dois tipos de aspas: duplas e simples.
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Aspas duplas (“”)
Geralmente é o formato empregado nas circunstâncias em que se utiliza as aspas, sendo, portanto, o mais utilizado.
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Aspas simples (‘’)
Geralmente são usadas quando há um termo/expressão entre aspas dentro de outro termo/expressão entre aspas, ou seja, as aspas simples aparecem dentro de uma expressão destacada em aspas duplas. Veja:
“Por que ela tem esse ‘jeitinho’?”, ela perguntou com aquele tom debochado.
Quando se usa as aspas?
As aspas são usadas para destacar palavras ou expressões no discurso, seja por seu significado, seja por seu contexto. Vamos entender seus usos a seguir.
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Citações
As aspas são usadas para indicar citações diretas, ou seja, representar falas na voz de outras pessoas. Quando um texto faz uma citação direta, reproduzindo exatamente a fala de outra pessoa ou o trecho de outro texto, essa fala ou esse trecho deve aparecer entre aspas para que não se confunda com o conteúdo do texto que está fazendo a citação.
Exemplo:
Então ele disse: “Pare imediatamente com isso!”.
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Destaque de termos ou expressões incomuns no idioma
Gírias, estrangeirismos, neologismos: é comum que, nesses casos, as palavras estejam entre aspas para destacá-las. Isso serve para deixar explícito que não se trata de um erro, e sim de uma palavra incomum usada de propósito naquele contexto.
Vale ressaltar que nem sempre os estrangeirismos vêm entre aspas. Quando eles aparecem em itálico, o que é mais comum, não precisam vir entre aspas. Já no caso de gírias e neologismos, o mais comum é que apareçam entre aspas.
Exemplos:
Quando puder, encaminhe o “feedback”.
Nossa, ela “vacilou” muito!
Eu “tuitei” muito sobre isso ontem.
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Realce do significado de um termo ou expressão
As aspas também podem realçar o próprio significado do termo ou da expressão de que se fala.
Exemplo:
O que significa “perspicaz”?
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Marcação de ironia ou sarcasmo
Para indicar uma entonação irônica ou sarcástica, que pode não ficar muito nítida na escrita, é possível usar as aspas.
Exemplo:
Que jogada “primorosa”! A bola passou longe do gol.
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Mudança de interlocutor em diálogos
É muito comum que os diálogos sejam marcados usando o travessão (—) seguido da fala. Contudo, também é possível que eles sejam marcados pelo uso das aspas: nesses casos, a fala aparece entre aspas. A escolha entre o travessão ou as aspas fica a critério do estilo de cada autor.
Exemplo:
“Como você chegou tão rápido?”
“É que fui de bicicleta, era muito perto.”
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Indicação de títulos de obras
Quando, em um discurso, há títulos de obras (livros, filmes etc.), esses nomes podem aparecer entre aspas a fim de demarcar seu início e final.
Exemplo:
Assistimos a “... E o vento levou”, porque adoramos filmes antigos.
Aspas antes ou depois do ponto-final?
As aspas podem vir antes ou depois do ponto-final dependendo de como o enunciado está estruturado. Caso as aspas estejam destacando apenas um pedaço do enunciado, ou seja, apenas uma palavra ou expressão dentro dele, elas se fecham antes do ponto-final.
Exemplo:
Elas tinham “esse pequeno acordo”.
No entanto, caso as aspas sirvam para indicar o enunciado completo, elas se fecham após o ponto-final (que faz parte do enunciado destacado por elas).
Exemplo:
“Precisamos de uma boa solução para este problema.”
Leia mais: Como usar corretamente a vírgula
Exemplos de frases com aspas
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“Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, ‘olhos de cigana oblíqua e dissimulada’. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim.” (Machado de Assis)
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Quando vamos resolver “aquela pendência”?
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Como você é “engraçadinho”, não?
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A festa estava cheia de “tiktokeiros” fazendo coreografias iguais.
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“Leve uma blusa, vai chover”, ela me alertou. Mas eu ouvi? Não...
Exercícios resolvidos sobre aspas
Questão 1
(FCC)
Elefantes são herbívoros tranquilos. Sem predadores
naturais, só recorrem à violência quando se sentem ameaçados.
Nos últimos anos, no entanto, ficaram mais agressivos e
os ataques fatais a pessoas, animais e outros elefantes tornaram-
se mais frequentes. Em certas partes da Ásia e da
África, eles investem contra carros, casas e, às vezes, vilas
inteiras, sem ser provocados. No mês passado, um turista
inglês que fazia um safári na reserva florestal do Quênia foi
pisoteado até a morte por um elefante, quando saiu do carro
para apreciar a natureza. Um paquiderme invadiu uma casa na
ilha de Sumatra, na Indonésia, agarrou um morador com a
tromba e o matou. "Tromba não é arma. Normalmente é usada
apenas para segurar alimentos e galhos", diz a psicóloga
americana Isabel Bradshaw, especialista em elefantes. “O que
está ocorrendo é algo totalmente fora dos padrões.”
Após estudar manadas na Ásia e na África, ela concluiu
que a mudança de comportamento se deve ao colapso da estrutura
familiar dos elefantes, ocasionado pela caça aos animais
mais velhos e pela redução das reservas de vida selvagem nas
últimas décadas. Ela afirma que a espécie sofre de um distúrbio
psicológico bem conhecido entre os seres humanos, o stress
pós-traumático, que deixa esses animais propensos à depressão
e à agressividade excessiva.
Um estudo recente mostrou que os elefantes são capazes
de reconhecer a própria imagem no espelho. A experiência
coloca o paquiderme no reduzido grupo de animais com autoconsciência,
que inclui o homem, o chimpanzé e o golfinho.
Uma manada de elefantes é um grupo coeso, em que cada
membro está estreitamente ligado aos demais. O sistema de comunicação
dentro do grupo, com vibrações no solo, vocalizações
e movimentos com o corpo, é um dos mais complexos já
observados entre animais. O conhecimento — como encontrar
água ou se comportar dentro do grupo ? é transmitido entre as
gerações. Os filhotes passam oito anos sob a tutela da mãe e
também aprendem com tias, primas e, sobretudo, com a matriarca
que lidera o grupo. Após esse período, os machos jovens
se afastam para uma temporada de aventuras entre os machos
adultos.
A matança indiscriminada fez a população mundial de
elefantes cair. Os esforços de preservação conseguiram evitar a
extinção desses mamíferos, mas não foram suficientes para
impedir o desequilíbrio dos laços familiares. Não apenas caiu o
número de matriarcas e de fêmeas mais velhas, como também
o de machos adultos, cujo papel é manter os mais jovens na
linha. Foram identificados vários grupos sem fêmeas adultas -
não é surpresa que, nessas condições, os elefantes se
comportem como jovens transviados.
(Adaptado de Duda Teixeira. Veja, 8 de novembro de 2006, p. 132-133)
“O que está ocorrendo é algo totalmente fora dos padrões.” (final do 1º parágrafo)
O emprego das aspas assinala, considerando-se o contexto,
A) continuidade da transcrição da fala de uma especialista no assunto.
B) frase que busca resumir as informações apresentadas no parágrafo.
C) introdução de comentário repetido, o que o torna desnecessário.
D) comentário inteiramente isolado no meio do assunto desenvolvido.
E) interrupção voluntária do assunto, para iniciar um novo parágrafo.
Resolução: Alternativa A. As aspas indicam a continuidade da fala da psicóloga.
Questão 2
(Cespe/Cebraspe)
O emprego das aspas indica vozes que representam opiniões paradigmáticas a respeito do porte de armas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução: Certo. Embora não indiquem falas associadas a ninguém em específico nesse caso, as aspas indicam vozes para representar opiniões a respeito do porte de armas.