Fonologia
Cotidianamente ouvimos algumas palavras relacionadas à fonologia, morfologia e sintaxe. Talvez para alguns, no tocante ao significado, essas possam ainda ser desconhecidas, em decorrência de alguns fatores aqui não discutidos.
O fato é que, na verdade, todas elas integram as partes constituintes da gramática, cada uma atribuída a objetos de estudo distintos. Assim, tendo em vista a finalidade do artigo em questão, pautemo-nos no estudo apenas da fonologia. Para tanto, retomemos alguns conceitos relacionados à origem dessa palavra, visto que não somente ela, mas como a maioria de nossos vocábulos, originaram-se de outras línguas existentes no passado. Portanto, temos que “fono” se origina do grego, cujo sentido se refere a “som”, “voz”; e “logia”, originária também do mesmo idioma, possui significado relativo a “estudo”, “conhecimento”.
Dessa forma, dizemos que fonologia nada mais é do que o estudo dos sons. Esses sons, dos quais essa parte da gramática se ocupa em analisar, são representados pelos fonemas (fono + ema = unidade sonora distinta). No intuito de compreendermos melhor essa questão, analisemos os exemplos descritos adiante:
Constata-se que ambos os vocábulos apresentam semelhanças em alguns aspectos, como por exemplo, as terminações “-ata”. No entanto, quando expressos oralmente, divergem de forma significativa em virtude da existência de fonemas diferentes, representados graficamente por /m/ e /p/ – fator responsável por atribuir aos vocábulos cargas semânticas diferentes. Mediante tal constatação, podemos dizer que os fonemas são os sons representados pelas letras.
Entretanto, devemos observar alguns detalhes importantíssimos, como a diferenciação demarcada entre letras e fonemas. Estes, como dito anteriormente, são os sons representados, e aquelas são apenas sinais gráficos que procuram representar esses sons, embora nem sempre tal representação se dê de maneira perfeita. Vejamos o porquê dessa ocorrência:
* Há fonemas representados por letras diferentes, como é o caso do fonema que as letras “g” e “j” representam em “ginástica” e “jiló”;
* Existem fonemas representados por duas letras, tais como o /r/ de “guerra” e /s/ de “pássaro”;
* Há casos nos quais a letra não corresponde a nenhum fonema, como é o caso do “h” manifestado em “hipopótamo”.
* Ocorrem casos em que uma mesma letra representa fonemas diferentes, como por exemplo, a letra “g” em “gato” e “ginástica”.
* Há ainda casos em que uma letra representa dois fonemas, tal qual ocorre com o “x” de “anexar”, o qual soa como “ks”.
Dessa forma, para que sempre possamos perceber as diferenças demarcadas pelo emprego dos fonemas é sempre louvável pronunciarmos as palavras em voz alta, de modo a detectarmos tal identificação.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras