Whatsapp icon Whatsapp

Função das conjunções

As conjunções são unidades da língua que apresentam as funções de conectar ou transpor orações e outros termos do enunciado.
As conjunções possuem a função de conexão e transposição nos enunciados
As conjunções possuem a função de conexão e transposição nos enunciados

Observe as frases:

1 – Para atender esse pedido, não tive que trabalhar nada.

2 – As crianças são ou não são o nosso futuro?

É possível notar na primeira frase “Para atender esse pedido, não tive que trabalhar nada” que a palavra que está unindo duas orações em um único enunciado, não é mesmo? No entanto, por estarem em níveis sintáticos diferentes, essas orações estabelecem uma relação de subordinação, ou seja, a oração “que trabalhar nada” exerce a função de objeto direto do núcleo verbal não tive e, por isso, é transposta à oração principal.

Agora, perceba que na segunda frase “As crianças são ou não são o nosso futuro?” reúnem-se duas orações que pertencem ao mesmo nível sintático (predicado do sujeito As crianças) e, por tanto, são independentes, sendo divididas em “As crianças são o nosso futuro” e “As crianças não são o nosso futuro”. Assim, nesse enunciado, a conjunção ou exerce a função de conector.

Diante desses dois exemplos, podemos concluir que a conjunção é uma unidade de língua portuguesa que reúne duas orações em um mesmo enunciado e que podem exercer a função de conectora ou transpositora dessas orações.

As conjunções podem ser de dois tipos: coordenativas e subordinativas.

→ Conjunções coordenativas

São conjunções que conectam orações que possuem o mesmo nível sintático. Veja:

João dançava e cantava

A conjunção e conecta dois predicados verbais ao sujeito simples João.

Além de conectar orações, as coordenativas podem também conectar unidades menores que a oração. Veja:

João e Maria dançavam

Nesse caso, a conjunção e conecta os substantivos próprios João e Maria.

As conjunções coordenativas podem ser:

⇒ Aditivas: unem dois termos ou duas orações de mesmo valor sintático, exprimindo uma relação de adição, de soma: e, nem.

Exemplo: Ganhei o prêmio e viajei para o Caribe.

⇒ Adversativas: conectam dois termos ou duas orações com a mesma função, exprimindo uma relação de contraste, de oposição: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto.

Exemplo: Ela gosta de comer guloseimas, mas precisa emagrecer.

⇒ Alternativas: conectam dois termos ou orações de sentido diferentes, exprimindo uma relação de alternância ou exclusão: ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, nem... nem, já... já.

Exemplo: Ou você encerra a discussão ou eu me retiro.

⇒ Conclusivas: conectam à anterior uma oração que possui o sentido de conclusão, por isso, exprimem uma relação conclusiva: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, então.

Exemplo: Ela estuda muito para o concurso, portanto deverá ser aprovada.

⇒ Explicativas: conectam duas orações, sendo que a segunda possui um sentido explicativo em relação a primeira: que, porque, pois, porquanto.

Exemplo: A professora chegará atrasada, pois seu carro quebrou.

→ Conjunções subordinativas

São conjunções que transpõem uma oração subordinada ao nível sintático equivalente no período composto em que estão inseridas. Veja:

Esperamos que todos compareçam ao encontro

Perceba que a conjunção que transpõe uma oração que passa a exercer a função de objeto direto do núcleo verbal esperamos.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

As conjunções subordinativas podem iniciar orações adverbiais e orações substantivas. Elas são classificadas em:

⇒ Causais: iniciam uma oração que possui uma relação de causa com a principal: porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, uma vez que, visto que, visto como, que, etc.

Exemplo: Como não ela não sabia dirigir, contratou um motorista particular.

⇒ Concessivas: introduzem uma oração que apresenta um fato contrário à principal, mas indicando uma concessão a ele: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, apesar de que, nem que, que, etc.

Exemplo: Mesmo que não consiga chegar no horário estabelecido, ela comparecerá à reunião.

⇒ Condicionais: introduzem uma oração que exprime uma condição ou não de realização do fato presente na principal: se, caso, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.

Exemplo: Se não houver conciliação, o processo será julgado.

⇒ Conformativas: introduzem uma oração que exprime conformidade com o fato presente na principal: conforme, como, segundo, consoante, etc.

Exemplo: Ela começou a se alimentar melhor, conforme a recomendação médica

⇒ Comparativas: introduzem uma oração que apresenta uma relação de comparação com a principal: que, do que (depois de mais, menos, menor, melhor, pior), como, bem como, como se, que nem:

Exemplo: Após a notícia do divórcio, ela agiu como se houvesse sofrido um golpe.

⇒ Consecutivas: introduzem uma oração que exprime uma consequência de algo relatado na principal: tal, tanto, tão, tamanho, de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que, etc.

Exemplo: O susto no avião foi tanto, que decidiram não viajar mais.

⇒ Finais: introduzem orações que exprimem uma relação de finalidade: para que, a fim de que, porque, que.

Exemplo: Elas viajaram de carro para que pudessem apreciar o caminho.

⇒ Proporcionais: introduzem orações que exprimem uma relação de proporcionalidade: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais, quanto menos.

Exemplo: Quanto menos tempo tinha para estudar, mais matérias se acumulavam.

⇒ Temporais: introduzem uma oração que possui uma relação de tempo com a principal: quando, antes que, assim que, sempre que, até que, logo que, depois que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que, etc.

Exemplo: Desistiu da compra assim que leu o contrato.

⇒ Integrantes: são as conjunções presentes nas orações subordinadas substantivas, ou seja, que possuem a função do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração): que e se.

Exemplo: Rodrigo falou que gostaria de conhecê-la.

Atenção: Como podemos notar, algumas conjunções podem pertencer a mais de uma classe. Assim, é sempre importante considerar o contexto em que se inserem para atribuirmos o valor desses vocábulos. Bons estudos!

Publicado por Mariana Rigonatto
Assista às nossas videoaulas

Artigos Relacionados

Conjunções integrantes
Representadas pelas palavras “que” e “se”, convidamo-lo(a) para conhecer as conjunções integrantes. Sabe como? Por meio de um clique!
Conjunções subordinativas
Conheça as conjunções subordinativas, palavras responsáveis pela construção do período composto por subordinação.
Diferenças entre conjunção integrante e pronome relativo
Amplie ainda mais sua competência linguística, conhecendo as diferenças entre a conjunção integrante e o pronome relativo.
Distintos sentidos das conjunções
As conjunções podem adquirir sentidos distintos. Descubra por que isso ocorre, clicando aqui, neste espaço!
video icon
Escrito"O que é capacitismo?" ao lado da imagem de uma pessoa cadeirante representando o capacitismo.
Sociologia
O que é capacitismo?
Forma de preconceito contra pessoas com deficiência, o capacitismo é um problema social complexo e recorrente. Para saber mais, assista à nossa nova videoaula de Sociologia.

Outras matérias

Biologia
Matemática
Geografia
Física
Vídeos
video icon
Pessoa com as pernas na água
Saúde e bem-estar
Leptospirose
Foco de enchentes pode causar a doença. Assista à videoaula e entenda!
video icon
fone de ouvido, bandeira do reino unido e caderno escrito "ingles"
Gramática
Inglês
Que tal conhecer os três verbos mais usados na língua inglesa?
video icon
três dedos levantados
Matemática
Regra de três
Com essa aula você revisará tudo sobre a regra de três simples.