O verbo pedir e suas particularidades semânticas
Considerando a transitividade do verbo pedir, constata-se que o mesmo é transitivo direto e indireto, pois sempre pedimos algo a alguém. E ao enfocarmos sobre complementação verbal, logo nos remetemos à ideia relacionada ao emprego da preposição. Fatos linguísticos passíveis de dúvidas, dada a complexidade das regências nominais e verbais.
De modo específico enfatizaremos os casos relacionados ao verbo pedir quando este se apresentar sob duas construções: pedir para e pedir que.
Partindo-se da premissa de que certos pressupostos ortográficos estão relacionados ao contexto linguístico a que inserem determinados vocábulos, analisaremos os fatos em evidência:
Os alunos pediram para sair mais cedo hoje.
Neste caso, considera-se como correto o emprego da preposição, pois o sentido discursivo atribui-se à permissão, licença. Portanto, quando se referir a este significado, estando ele explícito ou não, é permitida tal colocação.
Consideraremos este outro enunciado:
Os vestibulandos pediram para que o professor revisasse todo o conteúdo.
A princípio, parece-nos de acordo com os padrões convencionais. Entretanto, de acordo com a norma padrão da linguagem, trata-se de uma colocação incorreta.
A ocorrência reside no fato de que o sentido não se restringe mais à licença, nem à permissão. Reescrevendo a oração com base nos compêndios gramaticais, obteríamos:
Os vestibulandos pediram que o professor revisasse todo o conteúdo.
Isenta-se, portanto, a presença da preposição.
Fato semelhante ocorre com os demais exemplos:
Peço-lhe que voltes mais cedo, pois ficarei preocupada.
Durante a reunião, pediu-se que houvesse silêncio.
Pediram-me que não guardasse mágoas e nem ressentimentos.