Regras de colocação pronominal
Os pronomes oblíquos átonos possuem a função sintática de complementos verbais, por isso, existem algumas regras que determinam sua colocação em relação ao verbo. Vamos analisá-las individualmente:
→ Ênclise – pronome depois do verbo
a) Quando o verbo aparecer no início da oração:
Emprestou-me o carro.
b) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Traga-me o carro!
c) Quando o verbo estiver no gerúndio:
Ele quis ajudar tranzendo-me o carro.
d) Quando o verbo estiver no infinitivo pessoal:
Ele precisa trazer-me o carro.
→ Próclise – pronome antes do verbo
a) Na presença de palavras ou locuções de sentido negativo:
Não me trouxe o carro.
Ninguém nos ajudou.
b) Na presença de advérbios:
Amanhã me trarão o carro.
MAS
Amanhã, trarão-me o carro. (na presença da vírgula, recomenda-se o uso da ênclise)
c) Na presença de pronomes relativos:
O carro que lhe emprestei foi devolvido.
d) Na presença de pronomes indefinidos:
Alguém nos trouxe o carro.
e) Na presença de pronomes demonstrativos neutros:
Isso me irrita muito.
f) Na presença de conjunções e locuções subordinativas:
Estou feliz, porque me pediu em casamento.
g) Na presença de enunciados que expressem uma exortação, exclamação e nas perguntas diretas:
Deus lhe guarde!
Quem me emprestará o carro?
h) Na presença de locuções verbais e nos tempos compostos – geralmente o pronome antecede o verbo auxiliar:
Ele tem me emprestado o carro.
Este barulho está me irritando muito.
→ Mesóclise – pronome entre o radical e as desinências de tempo
a) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito sem precedência de palavras que atraem o pronome (advérbios, pronomes relativos, palavras com sentido negativo, pronomes demonstrativos neutros, pronomes indefinidos, conjunções e locuções subordinativas).
Emprestar-me-ão o carro amanhã.
Devolver-nos-ão o dinheiro.
Atenção: O uso da mesóclise está mais restrito a alguns contextos formais de uso escrito da linguagem, ou seja, está praticamente em desuso.