Ter que ou ter de?
Existem algumas dúvidas que são frequentes entre os falantes, principalmente quando o assunto é redação. Na hora de escrever é que percebemos algumas questões linguísticas que nem sempre notamos quando falamos, já que oralidade e espontaneidade costumam caminhar lado a lado. A preocupação é compreensível, afinal de contas, nós sabemos os cuidados que devemos tomar quando o assunto é a modalidade escrita.
Hoje vamos falar sobre uma dúvida da língua portuguesa bastante comum: afinal, qual é a forma correta, ter que ou ter de? A verdade é que essa é uma questão que divide muitos linguistas, já que, enquanto alguns defendem que existem diferenças entre os dois termos, outros dizem que não é preciso se preocupar tanto assim. Acompanhe a nossa explicação:
Ter que e ter de:
Para muitos linguistas, o uso do “ter de” não é obrigatório, embora seja recomendável, sobretudo quando a intenção for a de exprimir ideia de obrigação, necessidade. Veja os exemplos:
É véspera de Natal, mas tenho de trabalhar hoje.
Eles tiveram de alterar a data da viagem por conta de um imprevisto.
Eles tiveram de sair antes da sessão terminar.
Tenho de atender muitos pacientes à tarde.
A forma “ter que” é mais informal, enquanto a forma “ter de” é mais culta
A forma “ter que” será empregada em frases nas quais o “que” é pronome relativo, ou seja, quando estabelecer relação entre orações ou com algo que foi expresso anteriormente. Observe:
Nada mais tenho que falar.
Nós tínhamos muito o que fazer, não podíamos perder tempo.
Eu teria o que comer se você não tivesse comido tudo!
Tenho muito o que aprender com meus pais.
Vale ressaltar que “ter que”, embora seja mais informal, não constitui um erro, mesmo porque essa forma já foi incorporada ao português moderno. Mas para evitar a proliferação de “ques” na sua redação, a forma “ter de” pode ser uma ótima alternativa. Bons estudos!