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Daniel Ortega

Daniel Ortega é um político e atual presidente da Nicarágua, que governa seu país de maneira autoritária. Em 2021, foi reeleito para o seu quarto mandato seguido.
Retrato de Daniel Ortega, o presidente da Nicarágua.
Daniel Ortega é um ex-guerrilheiro sandinista que se tornou presidente da Nicarágua. Desde 2007, mantém uma ditadura em seu país. [1]

Daniel Ortega é um político da Nicarágua, conhecido por momentos importantes na história recente de seu país. Ortega fez parte da Frente Sandinista de Libertação Nacional, sendo um dos membros da junta que governou o país provisoriamente. Além disso, ele foi eleito presidente da Nicarágua pela primeira vez em 1985, governando até 1990.

Em 2006, Daniel Ortega foi eleito para um segundo governo e assumiu a presidência em 2007, mas dessa vez, seu mandato foi radicalmente distinto do primeiro. Como presidente, ele estabeleceu ações que enfraqueceram a democracia em seu país. Em 2021, Ortega foi reeleito e iniciou seu quarto mandato seguido.

Leia também: Hugo Chávez — o militar venezuelano que governou o país durante catorze anos

Resumo sobre Daniel Ortega

  • Daniel Ortega é um político da Nicarágua e o atual presidente do país.

  • Ele nasceu em uma família humilde que era contrária a ditadura dos Somoza.

  • Tornou-se um revolucionário ao ingressar na Frente Sandinista.

  • Em 1979, os sandinistas assumiram o poder e Ortega fez parte de uma junta que governou interinamente o país.

  • Em 1984, foi eleito presidente e governou a Nicarágua pela primeira vez, de 1985 a 1990.

  • Foi reeleito presidente da Nicarágua em 2006 e desde 2007, estabeleceu um governo ditatorial no país.

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Nascimento de Daniel Ortega

José Daniel Ortega Saavedra nasceu em La Libertad, na Nicarágua em 11 de novembro de 1945. Ele é originário de uma família de trabalhadores que eram opositores da ditadura dos Somoza, que governou a Nicarágua entre 1936 e 1979. Seus pais se chamavam Daniel Ortega Cerda e Lidia Saavedra.

O pai de Ortega havia feito parte de uma guerrilha liderada por César Augusto Sandino, que foi fortemente perseguida pelos Somoza, quando estes tomaram o poder na década de 1930. A sua mãe já tinha sido presa durante a ditadura de Anastasio Somoza García. Sendo assim, a família de Ortega era fortemente contra o regime ditatorial que governava a Nicarágua.

Daniel Ortega cresceu nesse meio e, desde sua juventude, engajou-se em ações contra o governo. Ainda na década de 1950, sua família se mudou para a capital da Nicarágua, Manágua, onde ele teve parte de sua formação educacional. Ortega chegou a matricular-se em Direito pela Universidad Centroamericana, mas largou o curso para ingressar na Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).

Fase revolucionária de Daniel Ortega

Daniel Ortega aderiu à Frente Sandinista em 1963. Esse grupo atuava na luta armada contra a ditadura dos Somoza e tem seu nome em homenagem à guerrilha de Augusto César Sandino. Os sandinistas se organizaram no começo da década de 1960 e, ideologicamente, eram um grupo marxista.

O sucesso da Revolução Cubana serviu de grande inspiração para a luta na Nicarágua, país como muitas similaridades históricas com Cuba. A atuação de Ortega pela Frente Sandinista fez com que ele fosse preso em 1967, durante um assalto a banco em que participou com o objetivo de garantir fundos para financiar a guerrilha sandinista.

Daniel Ortega permaneceu preso por 7 anos, nesse período, foi vítima da violência da ditadura dos Somoza. Uma negociação entre o governo nicaraguense e os sandinistas fez com que ele e outros prisioneiros fossem liberados; como parte da negociação, Ortega foi obrigado a exilar-se, deixando a Nicarágua e se instalando em Cuba.

Em solo cubano, Daniel Ortega recebeu treinamento em táticas de guerrilha e então retornou secretamente para a Nicarágua, onde tomou parte na formação de uma frente de luta contra a ditadura de Anastasio Somoza Debayle. Essa frente de oposição acabou fazendo parte de um levante armado que iniciou uma guerra civil na Nicarágua contra Somoza.

Em 1979, Somoza estava acuado e decidiu fugir, abandonando o governo. Ele foi para os Estados Unidos e recebeu asilo no Paraguai. Sua fuga deu fim à ditadura dos Somoza na Nicarágua e permitiu que os sandinistas alcançassem o poder. Inicialmente, os sandinistas formaram uma junta que governou o país de maneira provisória.

Um dos membros dessa junta era o próprio Daniel Ortega, figura que foi conquistando influência política na Nicarágua.

Veja também: Fidel Castro — um dos líderes da Revolução Cubana

Primeiro governo de Daniel Ortega

Em 1984, foi realizada uma eleição presidencial na Nicarágua e o candidato escolhido pelos sandinistas foi Daniel Ortega. Ele disputou as eleições contra um candidato conservador chamado Clemente Chávez e venceu com quase 67% dos votos. A eleição foi questionada pelo governo norte-americano, mas a comunidade internacional a reconheceu como sendo legítima.

Com a vitória, Daniel Ortega assumiu o seu primeiro governo como presidente da Nicarágua, que durou de 1985 a 1990. À frente do governo, deu continuidade a uma série de projetos conduzidos pelos sandinistas, conduziu campanhas de combate ao analfabetismo e incentivou a vacinação da população.

Ele também realizou uma reforma agrária e nacionalizou algumas partes da economia do país, colocando-as nas mãos do governo nicaraguense. O primeiro governo de Ortega teve bons resultados no aspecto social, mas sofreu impacto das sanções econômicas dos Estados Unidos, insatisfeitos com a subida dos sandinistas ao poder, além da reação contrarrevolucionária.

O governo de Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, financiou uma série de guerrilhas armadas que deram início a uma luta contrarrevolucionária na Nicarágua com o objetivo de derrubar os sandinistas do poder. As sanções e a guerra civil levaram a Nicarágua a ter péssimos resultados na economia, o que incomodou a população. Com isso, Ortega foi derrotado na eleição presidencial de 1990.

Retorno de Ortega à presidência da Nicarágua

Após a derrota, em 1990, Daniel Ortega atuou como político de oposição aos governo nicaraguenses, concorrendo às eleições em 1996 e 2001, mas foi derrotado nos dois pleitos.

Em 2006, decidiu adotar uma mensagem mais conservadora para o eleitorado. Dessa vez, Ortega foi eleito, retornando ao poder da Nicarágua para um segundo governo. Esse novo mandato foi radicalmente diferente do seu primeiro, com o presidente assumindo uma posição centralizadora e tomando medidas que enfraqueceram a democracia no país.

Ortega conseguiu aparelhar as instituições para retirar os impedimentos constitucionais de seus futuros governos, que foram se tornando cada vez mais autoritários. A oposição foi desarticulada por meio de perseguição política e as eleições se tornaram cada vez mais questionáveis, com a comunidade internacional acusando o governo da Nicarágua de fraudar as disputas. Como resultado, Daniel Ortega foi reeleito presidente em 2011, 2016 e 2021.

Além da imposição da ditadura, marcada pela falta de liberdade, perseguição dos opositores e fraudes eleitorais, o governo de Daniel Ortega também reprime violentamente sua própria população e tem pouca preocupação com os problemas sociais. A Nicarágua é o segundo país mais pobre das Américas, atrás apenas do Haiti.

Crédito de imagem

[1] Wikimedia Commons (reprodução)

Publicado por Daniel Neves Silva

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