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Joseph Goebbels

Joseph Goebbels foi um dos nomes mais influentes do Partido Nazista e ocupou o cargo de ministro da Propaganda da Alemanha no período em que os nazistas governaram o país. Goebbels, que ascendeu nos quadros do nazismo ao longo da década de 1920, foi um dos grandes responsáveis pela campanha de exaltação à personalidade de Hitler e da ideologia nazi.

Promoveu a censura ao que não se encaixava no ideal estipulado pelos nazistas e ajudou grandemente a difundir o antissemitismo, que resultou no genocídio dos judeus, no que ficou conhecido como Holocausto. Com a derrota da Alemanha, Goebbels e sua esposa, Magda Goebbels, cometeram suicídio.

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Nascimento e juventude

Paul Joseph Goebbels nasceu em 29 de outubro de 1897, na cidade de Rheydt, localizada na região oeste da Alemanha. Seus pais chamavam-se Fritz Goebbels e Katharina Odenhausen e trabalhavam como operário em uma fábrica de velas, no caso de seu pai, e empregada em uma propriedade rural, no caso de sua mãe.

Podemos perceber, portanto, que sua família era humildade, enfrentava muitas dificuldades e dependia do trabalho braçal para sobreviver. Goebbels foi o quarto filho do casal, e a sua infância ficou marcada por problemas de saúde e pela deformação de um dos seus pés. Essa deformidade fez com que ele sofresse, consideravelmente, com a zombaria de outras crianças.

Concluiu seu ensino básico em colégios da região em que nasceu e logo ingressou na Universidade de Bonn, em 1917, para estudar alemão e história. Nesse período, Goebbels lidava com a frustração de não ter sido convocado para lutar na Primeira Guerra Mundial. O motivo da sua dispensa foi a deformidade no pé.

Depois de obter o título de doutor em filosofia e literatura romântica, pela Universidade de Heidelberg, Goebbels tentou seguir na carreira literária, mas fracassou. Assim, seu sustento era obtido por artigos escritos em jornais e por aulas particulares que ministrava na sua cidade natal.

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Goebbels adere ao extremismo

Durante a década de 1920, Goebbels, assim como parte considerável da sociedade alemã, aprofundou-se em ideais radicais cultivados pelos grupos da extrema-direita. Tornou-se um ultranacionalista e um antissemita convicto. Esse tipo de ideal fazia parte de uma mentalidade fortemente presente na sociedade alemã desde meados do século XIX. Com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra, isso se fortaleceu e resultou no surgimento de ideologias, como a do nazismo.

Acredita-se que Goebbels tornou-se um extremista convicto após um período que passou em Munique devido aos seus estudos. Essa cidade ficou conhecida como um dos berços do ultranacionalismo e do antissemitismo e um dos grandes centros da extrema-direita alemã após a Primeira Guerra.

Goebbels e nazismo

A queima de livros foi idealizada por Joseph Goebbels e realizada em 1933, quando tornou-se ministro da propaganda. [1]
A queima de livros foi idealizada por Joseph Goebbels e realizada em 1933, quando tornou-se ministro da propaganda. [1]

O Partido Nazista, criado oficialmente em 1919, foi um dos diversos grupos de extrema-direita que surgiram na Alemanha. Esse partido acabou ganhando enorme projeção na política e na sociedade alemã ao longo da década de 1920. Os biógrafos de Goebbels apontam que existem evidências de que, já em 1923, o futuro ministro da propaganda do nazismo demonstrava admiração por Hitler.

Goebbels aderiu ao Partido Nazista no dia 4 de abril de 1924, e sua aproximação com os nazistas deu-se pelo seu envolvimento com outros grupos ultranacionalistas do período. Com sua filiação, Goebbels passou a atuar no crescimento do partido na sua cidade natal e região.

Atuou nas eleições para garantir o sucesso das candidaturas nazistas em Rheydt, e logo começou a destacar-se pela sua boa retórica. Isso lhe garantiu prestígio e permitiu-lhe aproximar-se de Hitler, o líder e grande nome do partido. Tempos depois, Goebbels tornou-se muito próximo a ele devido a problemas internos entre os membros do partido.

A aproximação com o líder do nazismo garantiu a Goebbels importantes posições no partido, em 1926, por exemplo, ele foi nomeado para comandá-lo em Berlim. Dois anos depois, foi eleito deputado e assumiu essa posição no Reichstag, o Parlamento da Alemanha. Nesse momento, Goebbels já era um dos quadros mais importantes do partido.

Acesse também: Einsatzgruppen – o grupo responsável pelo extermínio de milhões de judeus

Atuação como propagandista

Em 1930, Goebbels foi nomeado para coordenar a propaganda do partido. Assumiu essa posição no mês de maio e passou a viajar frequentemente para Munique, local onde trabalhava nas estratégias para melhorar a imagem do partido. Nessa posição, trabalhou, em 1930, nas campanhas eleitorais dos nazistas que se candidataram para o Reichstag. Seu esforço obteve sucesso, e o Partido Nazista conseguiu 18,3% dos votos.

A atuação de Goebbels também se voltou para a questão do antissemitismo, e ele foi um dos responsáveis pelo crescimento do ódio aos judeus na Alemanha. O uso desse conceito era parte da sua estratégia para conquistar novos apoiadores do nazismo e era muito influente na geração mais antiga da Alemanha, isto é, naqueles que se lembravam dos efeitos negativos da derrota na guerra.

Goebbels assumiu o posto de ministro da propaganda quando os nazistas chegaram ao poder, em 1933. A partir de então, Goebbels tornou-se uma figura influente nas questões relacionadas à cultura alemã. Tentou realizar uma “revolução cultural” no país, perseguindo tudo aquilo que não se encaixasse no ideal nazista.

A arte moderna era intensamente perseguida pelos nazistas, porque não se encaixava nos ditos “valores alemães”. Essa aversão, somada ao antissemitismo, levou Goebbels a autorizar a perseguição de artistas, escritores e músicos judeus. Inúmeros intelectuais também foram caçados, e suas publicações foram destruídas durante a queima de livros realizada em 1933.

Essa queima foi um ato simbólico que demonstra o nível de perseguição dos nazistas ao livre pensar, às artes e à ciência. A ação de Goebbels também se estendeu para a área da educação, e um sistema rígido de doutrinação foi formado para que a juventude alemã crescesse adepta dos ideais nazistas. Educação e propaganda uniram-se para a doutrinação de toda a Alemanha.

Goebbels pensava a propaganda para transmitir a mensagem de uma maneira positiva e procurava criar situações que motivassem o engajamento da população às ações do partido, uma vez que o engajamento garantia a fidelidade. Assim, os grandes eventos do nazismo eram pensados para garantir a participação popular.

A saudação “Heil Hitler” (“Salve Hitler”) foi pensada por Goebbels como forma de reforçar o culto à personalidade do líder nazista. [1]
A saudação “Heil Hitler” (“Salve Hitler”) foi pensada por Goebbels como forma de reforçar o culto à personalidade do líder nazista. [1]

Outras ações também foram pensadas para esse penhor, e um exemplo disso foram as perseguições contra os judeus. Assim, para que a população desse ouvidos ao partido e se envolvesse nessas perseguições, fez-se com que ela tomasse parte delas.

Com isso, os boicotes e os ataques contras os judeus contavam com a convocação da população realizada pelo partido. Um exemplo significativo disso foi a Noite dos Cristais, ato realizado contra os judeus, em toda Alemanha, em novembro de 1938. Nesse acontecimento, lojas, sinagogas e casas de judeus foram invadidas e destruídas e eles foram agredidos e presos.

Goebbels também incentivou o culto à personalidade de Hitler e difundiu a saudação “Heil Hitler” (que significa “Salve Hitler”) como forma de reverência ao líder do partido e do país. Por fim, envolveu-se na produção de filmes que reforçavam os valores dos nazistas e produziu as propagandas de guerra, quando o conflito iniciou-se, a partir de 1939.

Leia mais: Cerco a Budapeste – a expulsão dos nazistas da Hungria durante a Segunda Guerra

Morte

Com a derrota na guerra, a cúpula nazista teve de esconder-se em um esconderijo subterrâneo localizado em Berlim. Quando os soviéticos iniciaram o ataque final sobre a capital alemã, o destino dos nazistas era certo: a derrota. O líder nazista, Adolf Hitler, cometeu suicídio em 30 de abril de 1945, e Goebbels decidiu seguir o mesmo caminho.

No dia 1º de maio, reuniu-se com sua esposa, Magda Goebbels, e juntos tomaram a decisão pelo suicídio. Aplicaram doses de morfina em seus sete filhos para, na sequência, administrar-lhes doses de ácido cianídrico. Depois disso, Joseph e Magda fizeram o mesmo consigo: ingeriram ácido cianídrico. Seus corpos foram incendiados conforme recomendação deixada pelo próprio Goebbels.

Créditos das imagens

[1] Everett Historical e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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